Cinema & Documentário

Aceccine elege os 20 filmes cearenses essenciais realizados na última década

Entidade de críticos de cinema cearenses consagra “Inferninho”,
de Guto Parente e Pedro Diógenes, na primeira posição

Associação Cearense de Críticos de Cinema (Aceccine), entidade sem fins lucrativos formada por jornalistas, críticos, pesquisadores e programadores de cinema, realizou uma pesquisa entre os seus associados para eleger os longas-metragens essenciais realizados no Ceará na última década.

Partindo de uma lista preliminar de cerca de 60 títulos, foram considerados filmes realizados entre 2010 e 2019, que tiveram estreia oficial nos cinemas brasileiros ou que foram exibidos pelo menos uma vez em Fortaleza durante esse período em mostras, festivais ou plataformas digitais.

O resultado reflete a diversidade de propostas e experiências fílmicas que marcaram a produção cearense nos últimos anos. A lista contempla cineastas de várias gerações que colaboram para o fortalecimento da nossa identidade audiovisual, como o Coletivo Alumbramento, hoje extinto, e nomes como Rosemberg Cariry, Roberta Marques, Halder Gomes, Ticiana Augusto Lima, Sabina Colares, Alexandre Veras, Ivo Lopes Araújo, entre outros.

“Com a responsabilidade de sempre evidenciar a nossa produção, a Aceccine convidou os associados para elaborar essa lista como forma de preservar a memória desses longas-metragens e estimular a produção local, na expectativa de que, mesmo diante das dificuldades que hoje ameaçam o audiovisual brasileiro, o cinema cearense permaneça vivo e se manifeste por caminhos diversos. Também é um convite para que todos os amantes de cinema brasileiro possam conhecer ou revisitar essas obras essenciais da nossa filmografia”, informa a diretoria da Aceccine.

Destaques

Guto Parente é o diretor que aparece com mais menções na lista, um total de seis filmes, entre eles o primeiro lugar conquistado por “Inferninho” (2018), codirigido com Pedro Diógenes. Petrus Cariry surge em segundo lugar com o drama “Mãe e Filha” (2011) e seus outros dois trabalhos exibidos no período, “Clarisse ou Alguma Coisa Sobre Nós Dois” e “O Barco”, também integram o ranking. Ticiana Augusto Lima aparece na codireção de dois longas: “A Misteriosa Morte de Pérola” (2014) e “O Animal Sonhado” (2015).

“Em 2019, muito se falou sobre as potencialidades do cinema cearense, que alcançou um novo patamar de reconhecimento com filmes exibidos e premiados em festivais importantes do Brasil e no exterior, além de um número significativo de obras que estrearam em circuito comercial e uma importante produção de curtas-metragens. Essa lista representa o que construímos no período, assim como o que também nos falta. Como essa seleção expõe a produção de cinema no Estado de forma ampla, reflete imediatamente sobre as desigualdades em gênero, raça, classe e sexualidade em cargos de direção. De certa forma, é um gesto que expõe também qual cinema cearense nós desejamos ter nos próximos anos, que seja marcado pela pluralidade em suas propostas, resistente como ferramenta de afirmação e mais representativo pela perspectiva da identidade de quem conta essas histórias”, completa a diretoria da Aceccine.

Veja o resultado da votação:

TOP 20 ACECCINE – FILMES CEARENSES ESSENCIAIS DA DÉCADA (2010-2019)

1. Inferninho (2018), de Guto Parente e Pedro Diógenes

2. Mãe e Filha (2011), de Petrus Cariry

3. Rânia (2012), de Roberta Marques

4. A Misteriosa Morte de Pérola (2014), de Guto Parente e Ticiana Augusto Lima

5. Clarisse ou Alguma Coisa Sobre Nós Dois (2015), de Petrus Cariry

6. Pacarrete (2019), de Allan Deberton

7. Greta (2019), de Armando Praça

8. Corpo Delito (2017), de Pedro Rocha

9. Linz – Quando Todos os Acidentes Acontecem (2013), de Alexandre Veras

10. O Clube dos Canibais (2018), de Guto Parente

11. Currais (2019), de David Aguiar e Sabina Colares

12. Estrada para Ythaca (2010), de Ricardo Pretti, Pedro Diógenes, Luiz Pretti e Guto Parente

13. Tremor Iê (2019), de Elena Meirelles e Lívia de Paiva

14. Os Pobres Diabos (2013), de Rosemberg Cariry

15. Os Monstros (2011), de Guto Parente, Ricardo Pretti, Luiz Pretti e Pedro Diógenes

16. Doce Amianto (2013), de Guto Parente e Uirá dos Reis

17. Medo do Escuro (2015), de Ivo Lopes Araújo

18. Cine Holliúdy (2013), de Halder Gomes

19. O Barco (2018), de Petrus Cariry

20. O Animal Sonhado (2015), de Breno Baptista, Luciana Vieira, Rodrigo Fernandes, Samuel Brasileiro, Ticiana Augusto Lima e Victor Costa Lopes

Sobre a Aceccine

A Aceccine é uma entidade sem fins lucrativos formada por jornalistas, críticos, programadores e pesquisadores de cinema do Ceará que promove a reflexão crítica, responsável e de qualidade sobre as obras audiovisuais. A entidade tem como objetivo o fortalecimento do cinema cearense e o respaldo da atuação de profissionais da crítica nos veículos locais. A Aceccine mantém uma publicação eletrônica (www.aceccine.org) onde são publicados textos, artigos e dossiês sobre cinema, respeitando a diversidade de opiniões e experiências dos associados.

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