Fossil retorna aos estúdios e lança novo disco, repleto de questionamentos e experimentalismos
Intitulado “4”, o álbum foi gravado e produzido em Fortaleza e São Paulo e conta com seis faixas que exploram, entre ritmos e distorções, o atual cenário de incertezas em meio à pandemia
Após um hiato de cinco anos, a banda Fossil volta aos estúdios para a gravação do seu quarto álbum, que já está disponível nas principais plataformas digitais. O grupo, que surgiu na cena independente cearense em 2004, foi um dos pioneiros na cidade ao levar o rock para o contexto da música instrumental e experimental, conquistando público e espaço nos principais festivais do Nordeste e São Paulo. Intitulado “4”, este novo trabalho foi gravado à distância pelo quarteto, formado por cozilos Vitor e rodrigo éh @rudriquix, em Fortaleza, e Klaus Sena e Victor Bluhm, na capital paulista. O disco também conta com a participação de músicos como Negro Leo, Thomas Harres, Clau Aniz, Clarisse Aires e Gabriel de Sousa.
Conforme explica cozilos Vitor, guitarrista e um dos fundadores da Fossil, o álbum, que possui seis faixas, tem como fio condutor a urbanicidade brasileira, com seus contrastes, desigualdades, peculiaridades e, principalmente, os sentimentos que esses grandes centros urbanos evocam. Como a gravação e a produção de “4” ocorreu no período da pandemia, esse processo criativo, entre dúvidas e (in)certezas, torna-se ainda mais evidente.
“Esse é um disco de reencontro em meio a todo esse caos em que estamos vivendo, o que não deixa de ser uma dualidade de sentimentos. É a alegria de estar produzindo algo novo depois de cinco anos, mas, ao mesmo tempo, temos muitas dúvidas sobre o futuro. O álbum tem ritmos que podem ser dançados, despertando um sentimento obscuro ou até uma possibilidade de luz no fim de túnel. Tudo com um quê de ironia, humor denso e essa mistura de otimismo e pessimismo”, destaca cozilos Vitor.
Já o baixista Klaus Sena explica que a inspiração para “4” vem em boa parte de gravações antigas de jazz, com o improviso conduzindo todas as canções, além de ser um “mergulho interior de sentimentos, sonhos e lembranças”, como o artista faz questão de ressaltar.
Novas formas de criar
Pela primeira vez na história da Fossil, a criação de um álbum foi feita de maneira diferente em relação aos três primeiros trabalhos, Desconforto (2004), Insônia (2008) e Mocumentário (2012), muito em razão da separação geográfica e também pela pandemia. Se antes, as composições nasciam a partir de encontros e convivências, que posteriormente eram trabalhadas pelo grupo no estúdio, no “4”, os músicos acabaram encontrando um formato diferente, mas sem perder a essência que sempre norteou o processo criativo da Fossil, como destaca rodrigo éh @rudriquix.
“Neste trabalho, tivemos que buscar uma nova maneira de criação, um processo um pouco mais frio, até, mas sempre buscando não perder o calor do improviso”, reforça. Victor Bluhm, por sua vez, também destaca o aspecto livre que norteou este álbum. O improviso, que antes era trabalhado entre os integrantes, fluiu naturalmente na própria gravação das músicas, tudo “take one”.
O resultado, para rodrigo éh @rudriquix, é um “pós-rock brasileiro”, que por sua vez também passeia por estilos e climas diferentes, na tentativa de narrar distâncias imensuráveis de um novo momento da humanidade, que afetou – e afeta – diretamente o quarteto cearense. “Foi tudo no nosso tempo, no ritmo natural das coisas, que começou ainda em 2019”, ressalta.
Assim, nesse misto de sentimentos, que os integrantes comemoram o retorno do grupo com o disco “4”, mesmo nesse período de incertezas, uma vez que a arte não deixa de ser uma maneira de questionar e transformar a realidade em que vivemos atualmente. “Mais do que nunca, é importante que cada um esteja ligado no que acontece na sua própria cidade, no seu bairro, nas cenas, nos trabalhos e comunidade/coletivos das quais fazemos faz parte. Apoie iniciativa independente e chegue junto”, finaliza cozilos Vitor.
Faixa a faixa, por cozilos Vitor
- Escopo 26: uma colagem de mensagens de Whatsapp trocadas entre os músicos durante o processo de produção e gravação
- Lombra 8 y 9: um pós-punk que poderia ser trilha sonora de um passeio urbano, que deságua em uma alvorada pós-noitada… uma espécie de atravessar a noite
- Sta Quitéria Nuclear Plant: vagalume radioativo atravessa fumaça roxa na luz baixa de um abajur nuclear.
- Lombra 14 cHIp-párarãn: dark dub qual é a sua máscara?
- Sala 18: canção de ninar pós-verdade, polirritmia de arcos, ferros, percussões, guitarra e sintetizador.
- Petróleo da Sabi no Pé: podia ser um pop, passinho perplexo de auto-ironia pessimista.
FICHA TÉCNICA: Fossil – 4 (2021)
Produzido por Fossil
Gravado entre Abril de 2019 e Fevereiro de 2021 nos estúdios Índigo Azul (SP), por Klaus Sena | studio lo-fi messê (CE), por cozilos Vitor e rodrigo éh @rudriquix | Trincheira Residência (CE), por Clau Aniz.
Mixado por Klaus Sena no Estúdio Índigo Azul
Produção executiva e produção fonográfica – Ana Carol Azeredo
Selo Índigo Azul
Escopo 26
Composta por cozilos Vitor, Klaus Sena, rodrigo éh @rudriquix, Victor Bluhm
rodrigo éh @rudriquix – Samples e Sintetizador
Lombra 8y9
Composta por cozilos Vitor, Klaus Sena, rodrigo éh @rudriquix, Victor Bluhm
Victor Bluhm – Bateria; Percussões Eletrônicas
Klaus Sena – Baixo; Guitarra; Batida Eletrônica; Piano; Sintetizador
Cozilos Vitor – Sintetizador
rodrigo éh @rudriquix – Guitarra
Thomas Harres – Percussões
Sta Quitéria Nuclear Plant – part. Clau Aniz, Clarisse Aires, 131el
Composta por cozilos Vitor, Klaus Sena, rodrigo éh @rudriquix, Victor Bluhm, Clau Aniz, Clarisse Aires, 131el
Victor Bluhm – Bateria; Percussões;
Klaus Sena – Baixo;
Rodrigo éh @rudriquix – Órgão;
Clau Aniz – Clarineta;
Clarisse Aires – Flauta;
131el – Sax Barítono
Lombra 14, cHIp-párarãn – part. Negro Leo
Composta por cozilos Vitor, Klaus Sena, Rodrigo éh @rudriquix, Victor Bluhm, Negro Leo
Negro Leo – Voz
Victor Bluhm – Bateria; Percussões
Klaus Sena – Baixo; Piano; Percussões
Cozilos Vitor – Guitarras
rodrigo éh @rudriquix – Sintetizador, Escaleta e Samples
Sala 18, 42 bilionários – part. Thomas Harres
Composta por cozilos Vitor, Klaus Sena, rodrigo éh @rudriquix, Victor Bluhm, Thomas Harres
Victor Bluhm – Bateria
Klaus Sena – Baixo; Didjeridoo
Thomas Harres – Percussões; Ruídos
Cozilos Vitor – Guitarra Preparada
rodrigo éh @rudriquix – Sintetizador
Petróleo da Sabi no Pé
Composta por cozilos Vitor, Klaus Sena, rodrigo éh @rudriquix, Victor Bluhm
Cozilos Vitor – Voz; Guitarras;
Klaus Sena – Baixo; Batida Eletrônica;
Victor Bluhm – Percussões Eletrônicas;
rodrigo éh @rudriquix – Sintetizador; Samples
Serviço:
Serviço:
Lançamento disco 4, Fossil
Dia: 16 de abril 2021
Onde: https://tratore.ffm.to/fossil4
Saiba mais:
@fossilquatro
@_indigoazul