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Onda Implosiva

Alguns segmentos privilegiados e poluídos da sociedade brasileira vêm fomentando uma onda insana de desqualificação, de desvalorização e de destruição do serviço público em nosso País. Outros incautos que caminham a reboque dos primeiros não ajustaram suas lentes nem redirecionaram os seus focos e continuam embevecidos com a falácia da plena eficácia do axioma da “Lei do Mercado”, impondo o enxugamento da máquina pública, por simples capricho, interesses escusos e/ou simplesmente para dissipar limites.


Ledo engano. Não fossem os braços do governo para prestar assistência técnica e social, para abastecer os parques conjunturais e estruturais públicos e para manter com pertinácia e energia as rédeas oficiais coibindo desmandos, as dores dos menos afortunados não teriam limites em escala e em profundidade. Um País onde 1% da população privilegiada ganha mais de 34 vezes do que ganha 50% da população brasileira mais pobre, segundo o IBGE, é motivo mais que suficiente para uma intervenção pragmática do governo, no sentido de que essa terrível desigualdade seja minimizada e/ou erradicada.


Todos os negócios e carreiras potenciais e efetivos em nosso País estão sob ameaça, independentemente de serem públicos ou privados, caso sejam perpetradas essas incongruências. A eliminação de direitos e serviços num “estalar de dedos”, atropelando conceitos, que ao longo da história se aperfeiçoaram e se consolidaram, carece de um estudo proficiente e sistêmico, com implicações sociais estratégicas, sob pena de se gerar um retrocesso de difícil e traumático restabelecimento.
Todos de sã consciência sabem da importância, da necessidade e, em alguns casos, da obrigatoriedade da intervenção dos governos (nas três esferas), em matizes variadas, em todas as atividades econômicas e sociais. Somente os servidores e os empregados públicos, que ingressaram no serviço público pela porta da frente, através do concurso público e com as garantias que lhes foram impostas de ofício, podem executar as políticas públicas e cobrar o seu cumprimento, universalizando serviços sem as amarras exacerbadas da iniciativa privada (lucro) e dos políticos dissimulados de pouca índole.


Precisamos sim de uma reforma administrativa eficiente, eficaz e efetiva para qualificar, adequar e modernizar a máquina pública, com todos os ingredientes necessários para o desenvolvimento consciente do nosso Brasil, dando respostas sinérgicas e tornando os nossos brasileiros os entes mais felizes do Planeta Terra. “DEUS seja louvado.”

Sabino Alano Magalhães Bizarria
Presidente da Associação dos Servidores da Ematerce; Secretário Geral do Sindicato Mova-se.
sbizarria52@hotmail.com