Câncer de ovário: mais de 70% dos casos são descobertos tardiamente
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA) mesmo atingindo menos que 2% das mulheres, o câncer de ovário é a segunda neoplasia ginecológica mais comum, atrás apenas do câncer do colo do útero.
Apesar de não haver exame de rastreamento direcionado, diagnosticar o câncer em estágios iniciais tem relação direta com maiores taxas de cura e sobrevida. O alerta dos médicos é para que quando o paciente apresentar sintomas procure avaliação precocemente. Exames podem apontar uma possível neoplasia em estágios precoces. O alerta serve para todos os tipos de câncer, incluindo o de ovário. Segundo o INCA, esse é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum, ficando atrás apenas do de colo do útero. O câncer de ovário é a quinta maior causa de morte por câncer em mulheres.
“O câncer de ovário acaba tendo sintomas muito inespecíficos. Na maioria das vezes, as pacientes apresentam sintomas relacionados ao trato gastrointestinal, como empachamento, desconforto gástrico, aumento do volume abdominal e, raramente, podem aparecer sintomas ginecológicos ou urinários, como sangramentos. É muito importante que essas queixas sejam valorizadas tanto pela paciente, quanto pela equipe de saúde”, explica o oncologista, Dr. Adriano Saboia, da clínica Oncovie.
A demora na descoberta da doença e a falta de um método completamente eficaz de rastreamento faz com que mais de 70% das mulheres façam o tratamento tardiamente. Mas, de acordo com o Dr. Adriano Saboia, não há motivo para pânico. Segundo o INCA, foram previstos 6.650 casos novos de câncer de ovário para 2020, números bem inferiores que o câncer de mama, por exemplo, com 66.280 casos. O oncologista explica que alguns exames podem ajudar no diagnóstico.
“O diagnóstico é feito com exame clínico, exame de imagem como ultrassom ou tomografia, e com um marcador tumoral, chamado CA125, colhido no sangue. Apesar de não ser específico para o câncer de ovário, o CA125 pode auxiliar no diagnóstico”, orienta Dr. Adriano.
Como prevenir
As mulheres devem estar atentas aos fatores de risco, manter o peso corporal saudável e consultar regularmente o médico, principalmente a partir dos 50 anos. O exame preventivo ginecológico (Papanicolau) é direcionado para o câncer de colo uterino e, na maioria das vezes, não detecta o câncer de ovário.
O que pode aumentar o risco
Idade: A incidência de carcinoma epitelial de ovário aumenta com o avanço da idade, principalmente após os 50 anos de idade.
Fatores reprodutivos e hormonais: O risco de câncer de ovário é aumentado em mulheres com infertilidade e reduzido naquelas que tomam contraceptivos orais ou que tiveram filhos. Por outro lado, mulheres que nunca tiveram filhos parecem ter risco aumentado para a doença
A menarca (primeira menstruação) precoce (antes dos 12 anos) e a idade tardia na menopausa (após os 52 anos).
A infertilidade também é fator de risco para o câncer de ovário, mas a indução da ovulação para o tratamento da infertilidade não parece aumentar o risco de desenvolver a doença.
Histórico familiar de cânceres de ovário, mama e colorretal está associado a risco aumentado de câncer de ovário.
Fatores genéticos, principalmente mutações nos genes BRCA, aumentam de forma considerável as chances de câncer de ovário. Mulheres com mutação no gene BRCA 1 chegam a ter 44% de chance de desenvolver câncer de ovário até os 80 anos de idade.
Tratamento
A cirurgia tem papel fundamental no diagnóstico e tratamento da doença e deve ser realizada, de preferência, por equipe com expertise em tratamento oncológico. Além da cirurgia, pode ser necessário quimioterapia e tratamento alvo-molecular. A escolha do tipo de tratamento vai depender da histologia do tumor, do estadiamento (extensão da doença), da idade e das condições clínicas da paciente e saber se o tumor é inicial ou recorrente. O alto índice de diagnóstico tardio tem impacto no tratamento. Menos da metade das pacientes (48,6%) vive por mais de cinco anos após o diagnóstico. Porém, quando a doença é identificada ainda restrita ao ovário, a chance de viver por mais de cinco anos sobe para 92,6%.
“O tratamento é variável e depende do tipo de câncer e em qual estágio a doença está. A maioria das pacientes, além do procedimento cirúrgico, devem necessitar de tratamento sistêmico com quimioterapia e, por vezes, também terapia alvo-molecular”, explica o Dr. Adriano Saboia.
Sobre a Oncovie
O Centro de Oncologia e Hematologia congrega em um mesmo endereço todos os elos para a cadeia de cuidados: prevenção, diagnóstico e tratamento, bem como um amplo leque de serviços que auxiliam no enfrentamento da doença, contribuindo para minimizar seus impactos e otimizar a qualidade de vida. É composta por uma equipe de multiprofissionais, com o objetivo de oferecer um atendimento humanizado, ético e baseado nos mais novos protocolos obedecendo ao conceito de sustentabilidade. A Oncovie busca constantemente a excelência na atenção aos seus clientes, e para isso entende que as parcerias são imprescindíveis. Tem como missão oferecer atendimento de excelência aos clientes proporcionando ao paciente oncohematológico e reumatológico um tratamento de caráter multidisciplinar, com detecção precoce, acurácia no diagnóstico e posterior tratamento individualizado ambulatorial.