Instituto Maria da Penha alerta para o ciclo da violência contra a mulher
O Instituto Maria da Penha (IMP), organização não governamental sem fins lucrativos e de referência de luta no combate à violência doméstica, alerta para o ciclo da agressão contra a mulher, seja psicológica ou física. Apesar de ter várias faces e especificidades, as violências cometidas em um contexto conjugal ocorrem dentro de um ciclo que é constantemente repetido, segundo a psicóloga norte-americana Lenore Walker. Diante deste cenário, o Instituto lista as três principais fases do ciclo e explica como elas funcionam:
Fase 1: conhecida como o “Aumento da Tensão”, o agressor mostra-se tenso e irritado por coisas insignificantes, chegando a ter acessos de raiva. Ele também humilha a vítima, faz ameaças e destrói objetos. Em geral, a vítima tende a negar que isso está acontecendo com ela e esconde os fatos das demais pessoas.
Fase 2: intitulada de “Ato de Violência”, esta fase corresponde à explosão do agressor, ou seja, a falta de controle chega ao limite e leva ao ato violento. Aqui, toda a tensão acumulada na Fase 1 se materializa em violência verbal, física, psicológica, moral ou patrimonial.
Fase 3: definida como “Arrependimento e Comportamento Carinhoso” e também conhecida como “lua de mel”, esta fase se caracteriza pelo arrependimento do agressor, que se torna amável para conseguir a reconciliação. Em outras palavras: ela abre mão de seus direitos e recursos, enquanto ele diz que “vai mudar”. Um misto de medo, confusão, culpa e ilusão fazem parte dos sentimentos da mulher. Por fim, a tensão volta e, com ela, as agressões da Fase 1.
Para o Instituto, a violência doméstica pode se apresentar de diferentes formas, e todas configuram violação dos direitos humanos. Saiba onde denunciar:
• Disque 180 (Central de Atendimento à Mulher), onde é possível denunciar e obter informações sobre a localização de um Centro de Referência de Atendimento à Mulher ou uma Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher (DEAM), bem como obter outras informações que precisar. Em caso de emergência, deve-se ligar para o Disque 190 (Polícia Militar).
• Com o isolamento, uma das opções é a denúncia virtual. Em alguns Estados é possível registrar boletim de ocorrência on-line. Há também a possibilidade de denunciar via aplicativos, como o PenhaS e o SOS Mulher Brasil.
• A vítima pode procurar um Centro de Referência de Atendimento à Mulher (CRM) em sua cidade. Lá, elas podem buscar orientações para entender melhor a situação pela qual estão passando, obter informações sobre a Lei Maria da Penha e de como romper o ciclo da violência. A mulher também pode se dirigir à Delegacia de Polícia mais próxima para registrar um boletim de ocorrência.
Serviço:
Instituto Maria da Penha
Instagram: @institutomariadapenha