Volta às aulas: Excesso de peso nas mochilas pode causar problemas na coluna
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o peso da mochila não deve ultrapassar 10% do peso corporal do indivíduo e que o excesso aliado ao esforço repetitivo ocasiona 70% dos problemas de coluna
Neste mês, as aulas presenciais do ensino médio, fundamental e infantil voltam a acontecer no Ceará. Grande parte dos alunos voltarão às rotinas escolares depois de mais de um ano e meio de aulas online. As mochilas voltarão a ser usadas e os ortopedistas alertam sobre o peso exagerado de muitas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o recomendado é que o peso da mochila não ultrapasse 10% do peso corporal do indivíduo. O excesso aliado ao esforço repetitivo durante a infância e adolescência ocasiona 70% dos problemas de coluna na fase adulta.
Segundo o ortopedista, traumatologista e presidente da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia (Sbot) – Regional CE, Leonardo Drumond, “o uso inadequado das mochilas, com muito peso e carregadas em apenas um lado do corpo, por exemplo, gera potencial de desenvolvimento de doenças da coluna, como escoliose (desvio lateral da coluna) e hipercifose (desvio que deixa ombros e pescoço projetados para frente, formando uma corcunda), além de alterar o modo de caminhar e o equilíbrio.”
Cuidado com o uso
O ortopedista destaca que além do excesso de peso, os alunos devem se atentar sobre o uso correto das mochilas. “Uma alça em cada ombro e uma terceira para prender na cintura fazendo com que a coluna não seja sobrecarregada e que a mochila fique bem justa nas costas. Também é importante colocar na bolsa apenas o material necessário para aquele dia, escolher as bolsas que têm alças largas e as fabricadas em material leve”, sugere.
Para as crianças menores, a melhor opção são as mochilas com rodinhas, mas mesmo assim é preciso ter cuidado. “Caso o puxador não esteja bem ajustado, pode fazer com que a criança entorte o tronco para carregá-la e então desencadear problemas. O ideal é ajustar o puxador em uma altura que permita que a criança permaneça com os ombros nivelados, sem precisar curvar o corpo”, diz.