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Ação conscientiza sobre prevenção do uso de álcool e drogas em profissionais do transporte

Realizada pelo SEST SENAT em todo o Brasil, iniciativa circula por pontos estratégicos da Capital

O uso de álcool e drogas representa um problema mundial, que se potencializa ainda mais quando está relacionado à direção. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) apontam que aproximadamente 1,2 milhão de pessoas morrem no mundo em consequência de acidentes de trânsito. Para auxiliar os profissionais do transporte em Fortaleza, o SEST SENAT estará com ações em diversos pontos da cidade nos dias 23 a 27 de agosto.

Trabalhadores do transporte urbano e intermunicipal terão acesso gratuito a orientações de higiene e saúde bucal, aferição de pressão, teste de Glicemia e Mini Palestras de combate ao uso de álcool e drogas. Além disso, a instituição estará presente esclarecendo sobre os cursos ofertados e o Programa Despoluir fará aferição do nível de poluição em veículos. As iniciativas circulam por empresas de ônibus, terminais de passageiros e a Rodoviária João Tomé.

No Brasil, existem diversos levantamentos que sugerem que ao menos 28 milhões de pessoas são dependentes ou realizam uso abusivo de alguma substância, conforme aponta o psicólogo do SEST SENAT Fortaleza, Alexandre Santiago. Segundo ele, o consumo abusivo de substâncias lícitas e ilícitas pode estar relacionado à exposição cotidiana a importantes fatores estressores ocupacionais e também como uma estratégia negativa de enfrentamento do estresse. “Muitos profissionais apresentaram no cenário de indefinição da pandemia expressivo aumento no consumo de substâncias”, destaca.

As consequências do uso de álcool e drogas, seja em casa ou até mesmo em serviço, são desastrosas. Mas, muitas vezes, existe o uso sociável, ou por influência de terceiros. O profissional de saúde esclarece que o que importa é perceber se o padrão de consumo continuado da substância é funcional (usa como “ferramenta” sem afetar o desempenho) ou disfuncional (o uso afeta diretamente o desempenho).

“Em ambos a utilização é considerada não saudável, ou seja, se há uso de drogas a dependência química (ou psíquica) é um risco admitido. Entre pesquisadores costuma-se admitir, não sem polêmica, que a experiência é estritamente negativa quando a droga deixa de ser meio ou um recurso a mais para o indivíduo lidar com suas dificuldades, tornando-se um fim em si mesma. Ou seja, a substância deixa de ser um “auxílio” no enfrentamento de problemas para representar o problema a ser enfrentado”, continua Alexandre.

Cura precisa partir do paciente, aponta especialista

Muitas vezes, ao constatada a adicção, a pessoa é compulsoriamente internada. Para o psicólogo, há outros tipos de abordagem. “Tratamentos que recorrem a medida de internação compulsória configuram atitude drástica avalizada pelo Estado com os devidos pareceres que confirmem riscos graves e absoluta incapacidade do sujeito dominar sua condição física e psicológica. A regra maior é a da orientação e acolhimento voluntário, através da abordagem humanizada por uma equipe multiprofissional, para que o dependente se decida pela adesão ao processo terapêutico” explica. 

Cuidado constante

Além da ação da próxima semana, o SEST SENAT Fortaleza oferece um serviço de assistência psicológica, que é porta de entrada no tratamento de dependências múltiplas. “Aqui, o psicólogo clínico auxilia a pessoa em sofrimento a reconhecer aspectos da própria saúde mental e a mapear os impactos psicossociais dos usos abusivos de certas substâncias. Desse modo, havendo adesão ao serviço, é possível resgatar a melhor funcionalidade possível do indivíduo, estabelecer a integração emocional com o meio-família-trabalho e gerenciar fatores estressores internos”, pontua Alexandre.