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Proenergia 2021 consagra-se como um dos maiores eventos do setor de energia com a presença do Ministro Bento Albuquerque e de grandes nomes nacionais e locais

Ao longo do evento, o próprio Ministro de Minas e Energia reconheceu a relevância do fórum a nível nacional

O Proenergia 2021, evento anual realizado pelo Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico do Estado do Ceará (Sindienergia-CE), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado do Ceará (FIEC) e Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), finalizou sua programação, nesta sexta-feira (8), após três dias de imersão no setor de energia, com alguns dos maiores nomes do setor, discussões, rodadas de negócio, homenagens e muito networking.

A solenidade de abertura ocorreu na manhã de quarta-feira (6), no Auditório Waldyr Diogo, na FIEC. Restrito a alguns convidados de maneira presencial e sendo transmitido de forma virtual, o momento contou com a presença do Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante; do presidente do Sindienergia-CE, Luis Carlos Queiroz; do deputado federal, Coordenador da Frente de Energias Renováveis na Câmara, Danilo Forte; do Secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Governo do Ceará, Maia Júnior; do Secretário Adão Linhares, da SEINFRA; e presidente e do diretor de Engenharia da Chesf, Fabio Alves e Reive Barros, dentre outras autoridades.

Em sua fala na solenidade de abertura, o presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, destacou a necessidade emergencial de repensar e incentivar mudanças na matriz energética brasileira. Além disso, falou da grande necessidade de mais linhas de transmissões e leilões. Outro ponto destacado pelo presidente foi um programa que o Sistema FIEC e o Sindienergia-CE estão envolvidos, que incentiva a criação e a ampliação do uso das fontes renováveis do Nordeste. Sem dar mais detalhes nesse primeiro momento, Ricardo Cavalcante destacou que a iniciativa deverá contribuir com o desenvolvimento do setor e gerar mais emprego e renda em regiões tão necessitadas, como o semiárido nordestino.

Por fim, o presidente da FIEC destacou a importância das novas alternativas em termos de geração de energia que estão despontando no cenário atual, a exemplo do Hidrogênio Verde e da geração de energia eólica offshore, e enfatizou a importância de eventos como o Proenergia para a discussão e evidência desse setor tão proeminente na economia. “Em sua terceira edição, o evento ganha ainda mais evidência, traz a inovação e novas oportunidades de negócios. Consolida-se como um dos grandes fóruns de discussão do setor de energia”, frisou.

Em sua explanação, o presidente do Sindienergia-CE, Luis Carlos Queiroz, destacou a importância do incentivo à autogeração de energia como excelente alternativa a curto prazo, no intuito de driblar os altos preços atuais da energia elétrica, decorrentes de uma série de fatores, mas, em especial, pela crise hídrica e desabastecimento das hidrelétricas, que representam 60% da matriz energética brasileira. “A autogeração de energia precisa ser incentivada com prioridade pelo Governo. Os pequenos e médios negócios que proporcionam a maioria dos empregos no país precisam urgentemente adotar a geração distribuída fotovoltaica como fonte de energia, considerando que a elevação de custo desse insumo é impactante na sobrevivência no pós-crise”, reforçou Luis Carlos Queiroz.

O deputado federal Danilo Forte, por sua vez, que é Coordenador da Frente de Energias Renováveis na Câmara Federal, ratificou as palavras dos interlocutores anteriores sobre a importância do desenvolvimento e incentivo às fontes de energias alternativas, em especial, eólica e solar, e, também, dando destaque ao Hidrogênio Verde. “Eu acho que temos tudo o que é necessário para ajudar o Brasil nesse momento, condições naturais, tecnologia avançando. Temos a maior empresa de energia eólica aqui no Nordeste, no Rio Grande do Norte…isso é motivo de orgulho, mostra que somos capazes, eleva a nossa autoestima. Tudo é adverso, mas já mostramos que é possível. Vamos conseguir diminuir a diferença regional e nos destacar no Brasil e no mundo, com essa nova vertente que se abre com o hidrogênio verde”, disse o deputado.

Em seguida, foi a vez do Secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Governo do Ceará, Maia Júnior, falar do cenário atual do Ceará. “O Ceará, há seis anos, é o estado que mais investe recursos públicos no país. É por isso que precisamos arrecadar impostos, pois precisamos investir. A continuidade de políticas públicas acertadas tem colocado o Ceará nesse destino, nesse cenário atual de protagonismo”, frisou. Em sua fala, o Secretário lembrou ainda que, há pouco tempo atrás, o Ceará importava 100% da sua energia e veio a oportunidade de aproveitar melhor o vento e o sol e as primeiras plantas comerciais foram instaladas no Ceará. Para completar, pediu urgência ao ministro para a regulamentação do hidrogênio verde no país. “Não podemos perder essa oportunidade de acabar com a pobreza do Ceará. Quero que sejamos a Arábia Saudita dos novos tempos” finalizou.

O Ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, encerrou os discursos da manhã com a palestra magna. Bento Albuquerque abriu sua fala abordando a questão da escassez hídrica que o País atravessa. Falou sobre a evolução da matriz elétrica brasileira e mostrou como a capacidade elétrica instalada mais do que dobrou nos últimos 20 anos. Somente em 2021, segundo o ministro, a expansão de geração aumentou em 13%, e de transmissão, em 15%. “Ontem tivemos a reunião ordinária o Comitê de Monitoramento do Setor Elétrico e constatamos que estamos atravessando esse período de escassez hídrica com total governança e vamos chegar ao final do ano do mesmo jeito, com total governança também, fruto das medidas que adotamos desde outubro do ano passado”, destacou, otimista, o ministro.

O Ministro de Minas e Energia ressaltou a importância do planejamento no setor elétrico e afirmou que o Nordeste será um grande exportador de energia, não só para o Brasil, mas, também, com o hidrogênio verde, para o mundo. “Isso está no nosso Plano Nacional de Energia 2050, que, após 14 anos parado, foi resgatado quando assumimos o MME”, lembrou o ministro.

Bento Albuquerque também lembrou o Plano Decenal de Energia 2030, cuja expectativa é de 25% da matriz com geração eólica e fotovoltaica, e 49% com geração hidráulica.  Essa complementariedade, segundo o ministro, é que irá prover a segurança energética que o Brasil necessita para o seu desenvolvimento sócio-econômico e para o fornecimento de energia a custos mais baixos. “Os investimentos que ocorrerão estão nos nossos planos”, lembrou Bento Albuquerque, afirmando que só no setor de energia elétrica, no mercado regulado, serão investidos R$ 400 bilhões. No setor de petróleo, gás e biocombustíveis, os investimentos serão da ordem de quase R$ 2,7 trilhões, nos próximos 8 anos.

Por fim, em seu discurso, Bento Albuquerque também citou o Programa Nacional de Hidrogênio, que aponta para R$ 30 bilhões em contratos, lembrou a presença do Brasil liderando o Diálogo de Alto Nível na Assembleia Geral das Nações Unidas, e garantiu que, ao celebrar os 1000 dias de governo, constata a implementação de tantas ações, com destaque para a realização de 11 leilões, com investimentos contratados de R$ 34 bilhões e dezenas de empregos gerados em todo o Brasil.

Ao longo dos três dias de evento, os inscritos puderam contar com a experiência das maiores entidades, players, cases de sucesso e stakeholders do setor de energia do país, discutindo e evidenciando aspectos importantes, como o mercado de energias renováveis e a geração distribuída (geração de energia pelo próprio consumidor).

A terceira edição do Proenergia chegou ao fim nesta sexta-feira (8), em grande estilo, com a entrega do Troféu Jurandir Picanço, entregue neste ano ao Secretário do Desenvolvimento Econômico e Trabalho do Governo do Ceará, Maia Júnior, pelo relevante trabalho dedicado ao setor de energia ao longo de sua trajetória.