As vantagens da robótica em cirurgias relacionadas ao câncer de próstata
O procedimento considerado minimamente invasivo aumenta as chances de manutenção da função erétil.
Segundo dados do Instituto do Câncer (Inca) com estimativas de 2020, o câncer de próstata atingiu mais de 20 mil pacientes no Nordeste, desses 3.330 só no Ceará. É o tipo de câncer que mais atinge os homens na região. Uma doença com grandes possibilidades de boa recuperação, no tratamento, quando detectada precocemente e, no caso de cirurgia, com ajuda da cirurgia robótica as chances de sequelas são ainda menores.
O urologista e Coordenador da Cirurgia Robótica do Hospital Monte Klinikum, da Rede Americas, Marcos Flávio explica que a cirurgia robótica é um método minimamente invasivo, assim como a laparoscopia, mas “pode-se considerar que é um avanço quanto a cirurgia laparoscópica. Ela tem uma agressão cirúrgica menor ao organismo, com isso o comum é o paciente ter um pós-operatório com muito menos dor e melhores resultados operatórios e funcionais.”. O médico fala das vantagens desse tipo de cirurgia:
· recuperação mais rápida do paciente, portanto ele passa menos tempo internado;
· os resultados operatórios são bem definidos;
· o sangramento é menor, portanto, há uma menor taxa de transfusão sanguínea;
· complicações locais como reoperações, estenoses, fístulas, hérnias e infecções são menos frequentes;
· recuperação rápida da incontinência urinária;
· melhor resultado em relação a manutenção da função erétil, segundo estudos recentes.
Como um dos primeiros cirurgiões no Ceará a se qualificar em cirurgia robótica, Marcos Flávio explica que o robô Da Vinci, usado nas cirurgias no Monte Klinikum – atualmente o único hospital com essa tecnologia no estado – utiliza pinças robóticas e uma câmera que oferece uma visão tridimensional e que aumenta entre 10 a 20 vezes o local da realização do procedimento. “Utilizamos um robô de quatro braços comandado pelo cirurgião. Não existe ainda um robô que faça uma cirurgia completamente autônoma”, completa o urologista.
Prevenção e fatores de risco
O câncer de próstata tem um fator hereditário, o que aumenta o risco para os descendentes e irmãos de quem já teve a doença. Além disso, pessoas com uma dieta muita rica em gordura animal e pobre em frutas e vegetais, assim como o sedentarismo e a obesidade são fatores de risco. Combater o sedentarismo e a obesidade, ter bons hábitos alimentares é uma forma de prevenir a doença. “O mais importante são as avaliações rotineiras, os homens sem fator de risco precisam fazer os exames de prevenção anualmente após os 50 anos, e com fator de risco, os de raça negra e/ou obesos aos 45 anos. Diagnosticar precocemente faz muita diferença, o tratamento será mais fácil, os resultados serão melhores. O câncer de próstata, na maioria das vezes, no estágio inicial não apresenta nenhum tipo de sintomas, portanto sempre ressaltamos e enfatizamos a importância do diagnóstico precoce, realizar as avaliações preventivas mesmo sem nenhum sintoma”, enfatiza o urologista.