Ceará conquista 1º lugar geral no ITA

Estudante que conquistou nota máxima não se dedica apenas aos estudos. Ele ama jogar futebol e xadrez.

“Meu hobby preferido é conversar com meus pais.”

Matheus Marinheiro, de 18 anos, estuda no Colégio Farias Brito e foi o único aluno com nota 10,0 na prova de Matemática e com a maior nota de Física e de Química do Brasil. Ele foi aprovado ainda no 3º Ano do Ensino Médio. Geralmente, os alunos passam no Pré-Vestibular. O ITA é considerado o vestibular mais difícil do Brasil.

Matheus nasceu em Colíder, no Mato Grosso. Em 2020, veio para Fortaleza se preparar no Farias Brito. Teve então que enfrentar a distância dos pais. Ele passou em primeiro lugar na seleção do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos, e pretende seguir a carreira militar de Engenharia Aeroespacial. “É um sonho antigo que eu tinha e vinha batalhando desde o 8º e o 9º Ano e fiquei muito feliz com a aprovação. É considerado um dos vestibulares mais difíceis do Brasil. Agradeço imensamente aos meus professores, que me ajudaram e incentivaram a participar das Olimpíadas”, disse ele.

O estudante acumula vitórias e conquistas em seu currículo escolar. Conquistou a medalha de ouro na Olímpiada Brasileira de Física de 2020. Foram 187 mil inscritos em todo o país. Em 2018, obteve a medalha de ouro no Nível 2 da Olímpiada Brasileira de Matemática, para estudantes dos 8º e 9º Anos do Ensino Fundamental.

Conquistar tudo isso não foi fácil. Nesses dois últimos anos, quando Matheus chegou a Fortaleza, estudou de segunda a sexta, das 8h às 22h (estudava o período da manhã sozinho, enquanto à tarde e à noite estava em aula), e, no final de semana, das 8h às 17h, com pausas para almoço, café e jantar.

“Antes de chegar a Fortaleza, era muito difícil, para mim, continuar estudando, sozinho e em casa (no período em que não estava na escola), enquanto meus amigos já estavam começando a trabalhar, a ganhar dinheiro. Era angustiante estar olhando para um livro enquanto estava solitário. Nesse período, eu estudava para Olimpíadas (Matemática, Física e Química), mas não tinha nenhuma escola com foco nessas competições em minha cidade, Colíder, que está a quase 700 km de distância da capital, Cuiabá, onde eu estudava em um colégio estadual”, conta Matheus.

De acordo com o estudante, quando chegou a Fortaleza, percebeu que tinha muita coisa a aprender e que precisaria estudar mais, pois o conteúdo era muito mais avançado do que estava acostumado: foi um choque. Depois de um tempo, acostumado com a rotina dura de estudos, conseguiu acompanhar. Mas não pense que a vida desse jovem é só estudar. Ele adora jogar xadrez e futebol. E o que mais gosta de fazer no tempo livre é conversar com os pais, amigos e com a namorada.

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