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Pesquisa aponta para possibilidade de Covid-19 afetar visão; especialista explica

Os dados publicados em revista científica alertam para consequências oculares e auditivas após a contaminação pela doença.


Desde o início da pandemia no Brasil, a perda do olfato e do paladar vinha sendo amplamente relatada pelos acometidos pelo coronavírus. No entanto, pesquisas recentes alertam para consequências na visão e na audição. A revista científica Journal of Ophthalmic and Vision Research publicou dados estudados por pesquisadores do Irã e do Canadá que estimaram que 11% dos pacientes tenham manifestações oculares após terem a doença. A médica oftalmologista Maria Vitória Correia, especialista em retina, oftalmogeriatria e visão subnormal e membro do corpo clínico da Clínica de Olhos Massilon Vasconcelos, alerta para o melhor tratamento nestes casos.

Os dados mostram que as manifestações mais comuns foram: sensação de olho seco ou de ter um corpo estranho na região ocular, o que representa 16%; vermelhidão, 13,3%; lacrimejamento, 12,8%; coceira, 12,6%; dores, 9,6% e; secreção ocular, 8,8%.

Os autores das pesquisas ressaltam a necessidade de que os resultados devam ser interpretados com cautela, pois os estudos são recentes, levando em conta um número limitado de casos e não há evidências suficientes para uma ligação direta entre a Covid-19 e os sintomas descritos. Os pesquisadores informam ainda que é cedo para recomendar prevenção ocular, visto que não há um acordo sobre a prolongação dessas consequências.

“A incidência de consequências pós Covid-19 nos olhos é algo ainda difícil de afirmar, mas podemos observar, em consultório, relatos”, afirma a oftalmologista, “o que precisamos ter em mente agora é que os olhos são uma porta de entrada para o vírus e, por isso, são necessários alguns cuidados já conhecidos e recomendados por nós, como evitar tocar no rosto, higienizar bem as mãos com frequência, utilizar as máscaras de proteção e realizar a higiene correta diariamente dos óculos e de lentes de contato”.

“O que nós temos de concreto e é de extrema importância citar é o que a Academia Americana de Oftalmologia alertou: que até 3% das pessoas contaminadas pelo coronavírus podem ter como primeiro sintoma da doença a conjuntivite”, explica a médica, o recomendado é ficar atento aos sintomas da inflamação que é altamente contagiosa: coceira, vermelhidão, sensibilidade à luz, sensação de areia, lacrimejamento e ardência nos olhos”.

A automedicação
Muito comum no Brasil, o ato de se automedicar sem prescrição médica pode trazer consequências maléficas para o indivíduo. “Não tome remédio por conta própria, tenha muita atenção a essa ação, pois pode levar a reações alérgicas, o agravamento da doença ou efeitos mais graves”, alerta Dra. Maria Vitória.

Foto: Reprodução/Freepik