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Cia. Acaso estreia espetáculo virtual EN-TRE MUROS nesse sábado (12)

Resultado de pesquisa iniciada nos arredores do Dragão do Mar e Poço da Draga, o espetáculo de dança conta com Aline Monteiro, Daniel Rufino e Rafael Abreu, que exploram seus corpos-espaços

Qual o estado de alerta que se imprime em nossos corpos quando eles ocupam as arquiteturas de espaços públicos ou privados? Como esse processo pode influenciar ou determinar nossos movimentos e influenciar o entendimento sobre padrão? Esses são apenas alguns questionamentos que a Cia. Acaso traz no videoarte EN-TRE MUROS, que será lançado no dia 12 de fevereiro, no Youtube oficial do grupo, fazendo parte do Festival Cultural LAB, da SECULTFOR. 

O projeto conta com a participação de três intérpretes-criadores, Aline Monteiro, Daniel Rufino e Rafael Abreu, que, por sua vez, também pesquisadores do corpo e técnicos em dança da sexta turma do Curso Técnico em Dança do Porto Iracema das Artes (CTD). Juntos, decidiram se aventurar pelos limites entre seus corpos-espaços e os espaços-corpos que estiveram em contato com eles.

“Esse novo olhar do trabalho EN-TRE MUROS gera uma abertura de criação que visamos para nossas futuras criações, além de proporcionar um contato direto com uma linguagem artística que a companhia ainda não tinha experimentado, que é a transformação do trabalho de rua/palco em um trabalho de videodança”, explica Rafael Abreu.

Com duração de até 30 minutos, EN-TRE MUROS é uma continuidade da pesquisa iniciada no trabalho de rua realizado na Mostra de Dança Mova-se 2019, do CTD, que contou com a orientação de Andréa Bardawil e Thereza Rocha e que teve, como aporte social, cultural e histórico a entrevista com Sérgio Rocha acerca da história do Centro Cultural Dragão do Mar e da relação dos moradores do Poço da Draga com este equipamento cultural. Além disso, o vídeo faz uma investigação prática de como os próprios corpos dos três bailarinos reagem às estruturas de alguns espaços urbanos de Fortaleza, elencados pelos artistas. O acréscimo que foi feito nessa nova fase do trabalho é também a de “como a gente se faz espaço”, relata Daniel Rufino.

“Quase dois anos depois, consigo perceber o EN-TRE MUROS como uma investigação que desafia não só os limites que estão ali postos, ditos e vistos; ele atravessa as brechas não-ditas por nós como se fossem barreiras invisíveis. Trazer isso para um material audiovisual e perceber as nuances que os outros terão ao assisti-lo faz parte da pesquisa e nos desperta ainda mais interesse”, diz Aline Monteiro.

A experimentação de Aline Monteiro, Daniel Rufino e Rafael Abreu para o projeto parte de três pontos. O primeiro é um estudo mais teórico dos conceitos de corpo-espaço, corporeidade e estruturas disciplinadoras. Já o segundo traz experimentações práticas de como os corpos-espaços dos três integrantes reagem aos espaços-corpos (muros e grades) em alguns espaços urbanos de Fortaleza. O terceiro ponto, por sua vez, é o registro das experimentações nesses espaços a partir do compartilhamento de ideias que surgirem durante as pesquisas corporais.

“Esse novo formato é uma extensão da nossa pesquisa, para além do que já foi o trabalho. É ainda mais urbano e comunicativo. Fizemos dos ‘EN-TRES’ novos espaços e ganhamos novas formas, provocando criações e coreografias, expandindo os degraus das escadas e possibilitando, assim, outro caminho, sob novos olhares”, descreve Daniel Rufino.

Além da apresentação da experimentação cênica EN-TRE MUROS, no dia 12 de fevereiro, às 18h, Daniel Rufino convida o público para um bate-papo em seu Instagram (@rufinodancer), também fazendo parte do Festival Cultural LAB. A ideia é compartilhar os processos dessa pesquisa e discutir as questões da existência – ou não – de um padrão de corporeidade desta investigação. Todo o projeto conta com o apoio da Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza (SecultFor), via Fundo Municipal da Cultura, visando à realização de ações emergenciais ao setor cultural, através da Lei Federal nº 14.017/2020 (Lei Aldir Blanc).

Sobre a Cia. Acaso

Desde de 2010, a Cia. Acaso vem desenvolvendo trabalhos de pesquisa, criação e circulação de espetáculos, com distintos artistas, compondo essas ações, e, desde 2018, está configurada por Aline Monteiro, Daniel Rufino e Rafael Abreu. Esta atual formação se fez durante o Curso Técnico em Dança (CTD), do Porto Iracema das Artes (2018-2019), quando passaram a desenvolver processos criativos baseados na pesquisa de movimento que foram realizados no próprio Curso (CTD) e fora dele.

Em 2018, participou da mostra MOVA-SE, com “EXPERIMENTO DE CORTE – CUPIM”, contando com Daniel Rufino, Rafael Abreu, Bruna Monteiro e Juliana Rizzo. Ainda em 2018, a Cia. Acaso integrou a programação do Centro Cultural do Banco do Nordeste Brasileiro BNB, em Juazeiro do Norte – CE, com o espetáculo “SANDRA BAR”, de Daniel Rufino. Em 2019, a obra “SANDRA BAR” foi contemplada na Temporada de Arte Cearense – TAC – IDM. Em seguida, veio a construção de “EN-TRE MUROS” (2019), que contou com Aline Monteiro, Daniel Rufino e Rafael Abreu, sendo apresentado em duas versões: rua e palco.

A versão rua integrou a mostra MOVA-SE 2019, além de fazer parte do XIII Festival de Teatro de Fortaleza (2019). A versão palco integrou a programação da mostra de conclusão do Curso Técnico em Dança, do Porto Iracema das Artes. Nesta programação, também, foi apresentada a obra “JUNTES” (2019), composta por Aline Monteiro, Bruna Monteiro, Daniel Rufino, Rafael Abreu, Rebeca Duarte e Vanessa Jovino. 

Neste atual contexto pandêmico, a Cia. Acaso apresentou, em 2021, no formato virtual, a versão experimental no palco de “EN-TRE MUROS”, na programação do “Tudo em casa FECOMÉRCIO”, do SESC-Fortaleza. Atualmente, segue iniciando seus processos de criação através de uma nova investigação dos corpos em contato com mares, praias, dunas, falésias e mangues.

SERVIÇO:

EN-TRE MUROS – Cia. Acaso

Dia: 12/02 – sábado

Horário: 18h

Transmissão: Youtube da Cia. Acaso – https://bit.ly/3rwmBbp

Bate-papo

Dia: 12/02

Horário: 18h30

Transmissão: Instagram @rufinodancer