Médico oftalmologista explica alguns tipos para tornar a sociedade mais inclusiva para pessoas com deficiência visual
Dados mostram avanços, porém, há sempre mais a ser feito e acessibilidade deve ser uma preocupação coletivaMuito se fala acerca da inclusão, mas, como podemos, de fato, implementá-la na sociedade? Algumas atitudes são necessárias para garantir que todos tenham os mesmos direitos e oportunidades. Entre esses conceitos, a acessibilidade é uma das ferramentas mais importantes para assegurar a igualdade entre cidadãos.
De acordo com dados do Censo Escolar de 2020 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), a rede municipal de ensino de Fortaleza é a que detém o maior número de matrículas na educação inclusiva dentre as capitais do Nordeste. O serviço chamado de Praia Acessível, que consiste num espaço acessível ao mar da Praia de Iracema com o oferecimento de cadeiras anfíbias, esteira e suporte personalizado, também é um dos destaques no movimento inclusivo. Seja qual for o âmbito, a acessibilidade deve ser uma preocupação de todos.
Para Alexis Galeno, médico oftalmologista e membro do corpo clínico da Clínica de Olhos Massilon Vasconcelos, a inclusão só pode ser feita com base numa atitude coletiva. “É necessário que nós que não possuímos qualquer tipo de deficiência estejamos atentos aos nossos privilégios e lutemos juntos para que isso se expanda e atinja as pessoas com deficiência”, afirma.
“Quando um paciente é diagnosticado com baixa visão ou cegueira, além do tratamento, nós, médicos oftalmologistas, precisamos garantir a autonomia daquela pessoa”, diz Galeno. Esse é o primeiro passo para que uma pessoa com deficiência visual se adapte e seja incluída em tudo o que lhe é de direito.
Conheça três tipos de acessibilidade que podem ser implementados no seu dia a dia para facilitar a autonomia de pessoas com deficiência. Lembrando que sempre se pode fazer mais e que existem diversas modalidades de acessibilidade e inclusão:
Acessibilidade atitudinal
Alguns termos não são mais utilizados quando nos referimos a pessoas com deficiência, bem como “deficiente”. “Aqui começa o respeito”, diz o médico, “quando nós conversamos diretamente com a pessoa, não com o seu acompanhante, quando não utilizamos termos pejorativos ou mesmo quando não o tratamos como alguém digno de pena ou de um sentimento de “coitadismo”.
Acessibilidade instrumental
“Um bom exemplo para explicar é, no caso de pessoas cegas, quando a escola, a faculdade ou o trabalho, dão acesso a um software que possibilita a leitura da tela no computador”, diz o médico.
Acessibilidade arquitetônica
Indo desde a implementação de banheiros adaptados a calçadas com piso tátil, é a promoção do acesso ao direito à liberdade de locomoção, seja em espaços públicos ou privados.
“Ainda existem as acessibilidades programática, nas comunicações, metodológica, dentre muitas outras”, diz o oftalmologista. Galeno ainda indica que o assunto seja estudado com maior frequência, “há muita coisa que precisamos fazer, e se faz necessário que seja uma preocupação coletiva, por isso deve haver sensibilidade ao tratar do tema e que haja interesse em estudar e compreender as reais necessidades de pessoas com deficiência”.
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