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A ausência de investimentos em saúde mental nas organizações pode gerar um impacto na economia mundial de 6 trilhões de dólares até 2030. No Brasil, o déficit chega a 4,7% do PIB

Milhões de colaboradores no mundo relataram diariamente sofrer com metas abusivas, assédio moral e condições de trabalho desumanas.

Inúmeras pesquisas nacionais e mundiais relatam que estamos passando por uma epidemia na saúde mental da população, uma realidade ainda pouco debatida dentro e fora das organizações. A segurança psicológica dos colaboradores, assim como outros aspectos que colaboram para o bom desempenho no trabalho, devem estar inseridos em uma cultura organizacional bem desenvolvida e praticada nas empresas.

Do contrário, o impacto negativo na economia mundial gerado pela ausência de investimentos na saúde mental dentro das organizações, pode chegar a 6 trilhões de dólares até 2030, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, esse déficit já chega a 4,7% do PIB (Produto Interno Bruto), conforme um estudo realizado em março de 2023, pela Fiemg (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais).

Milhões de colaboradores no mundo relataram diariamente sofrer com metas abusivas, assédio moral e condições de trabalho desumanas. Doenças como depressão, ansiedade, síndrome do pânico e burnout, deixaram de ser algo pontual e passaram a ser mais frequentes, em alguns casos, trabalhadores chegam a condições extremas de tirarem a própria vida.

Veruska Galvão, psicóloga organizacional, mentora executiva e conselheira consultiva explica que a saúde mental é resultado de uma cultura organizacional forte e saudável. Ela ressalta que pessoas mentalmente saudáveis, desenvolvem boas relações em um ambiente de trabalho. “Um bom clima no trabalho é consequência de uma cultura organizacional fortalecida. A saúde mental é vital para qualquer ser humano, seja no trabalho ou fora dele, sem saúde não existe a possibilidade de uma pessoa ser produtiva, consequentemente bons resultados dentro das organizações não serão alcançados”, frisa.

Veruska Galvão acredita que a ausência de programas e projetos voltados para a saúde mental pode impactar no resultado financeiro das empresas, no entanto, segundo a psicóloga organizacional, é importante que esses programas e projetos estejam conectados com a cultura da organização. “Existe uma tendência muito grande das empresas criarem programas, mas eles não são bem-sucedidos por não estarem alinhados com a cultura organizacional, então acabam perdendo força, porque se a cultura já não está clara, imagine um programa de saúde mental dentro dessa cultura”, destaca.

Especialista há 20 anos em desenvolvimento de líderes, times, RH’s e cultura organizacional, Veruska Galvão afirma que o impacto na ausência de investimentos em saúde mental vem causando na economia do mundo prejuízos enormes, tanto financeiros, quanto sociais e psicológicos.

De acordo com Veruska Galvão, os impactos também afetam empregos e salários, segundo um estudo da FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais) de 2023, devido os efeitos dos transtornos mentais na produtividade das companhias, há uma redução de 800,7 mil empregos gerados no país por ano, que representam R$ 164,7 bilhões em salários. “O cenário colabora para uma sociedade adoecida, com problemas familiares, comportamentais, um caso de emergência na saúde mundial e as empresas precisam refazer as rotas e analisar a própria cultura”, acredita a psicóloga.

Para a mentora de líderes, Veruska Galvão, uma empresa para ser de fato atraente e conseguir engajar talentos, precisa ter um bom ambiente de trabalho. “Hoje em dia as pessoas estão se qualificando cada vez mais, o conhecimento não é mais um problema, pois todo mundo tem conhecimento disponível na palma da mão, mas será que só isso é o suficiente? Com certeza não, a gente também precisa de pessoas saudáveis, que saibam se relacionar, que tenham habilidades socioemocionais bem desenvolvidas”, aponta.

Para Veruska Galvão os bons profissionais escolhem as empresas onde querem trabalhar. “Pessoas qualificadas e preparadas para os cargos vão escolher empresas que valorizem a sua saúde, o seu bem-estar, a sua qualidade de vida, a sua saúde mental, que seja realmente um bom ambiente para trabalhar. A empresa precisa estar alinhada e ser o que realmente propaga, do contrário não conseguirão reter talentos e, consequentemente colaboram para o maior número de pessoas adoecidas no mundo”, conclui a psicóloga.

Veruska Galvão

Psicóloga organizacional, empreendedora, palestrante, mentora executiva e conselheira consultiva,possui certificação internacional em Coaching, certificação internacional em modelagem de cultura corporativa, certificação internacional Fearless Organization, Certificação Internacional em Constelação Sistêmica Organizacional. Especialista em Gestão Estratégica de Pessoas com Pós MBA em Docência Empresarial e Liderança. Há 20 anos atuando em desenvolvimento de líderes, times, RH’s e cultura organizacional. Atuou em multinacionais como Manpower, Coca-Cola FEMSA e Hertz. É coautora do livro “Livre para falar”. Veruska Galvão é precursora nos temas Segurança Psicológica e Modelagem de Cultura Organizacional no Brasil. É fundadora da AKADEMIA de Transformação Organizacional.

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