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Abalos emocionais: setembro amarelo alerta para cuidados com a mente

O mundo não é o mesmo (e talvez nunca mais volte a ser). O cenário pandêmico alterou – e afetou – a vida de cada cidadão, impactando diretamente na saúde mental. De acordo com informações de pesquisa do Fórum Econômico Mundial, realizada pelo Instituto Ipsos, já em 2021, 53% dos brasileiros confessaram que a saúde emocional e mental piorou em pequenas ou grandes proporções nos últimos 12 meses.

Um novo estudo, realizado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), registrou o aumento de 80% nos quadros de ansiedade durante a pandemia, enquanto a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) apontou, em outra pesquisa, o crescimento de 50% nos quadros depressivos.

O panorama recheado de incertezas, sobrecarga no trabalho, pressão por conseguir emprego e manter as contas em dia e preocupações com a doença são alguns dos fatores que mais têm impactado na saúde mental do cearense, causando o aumento de situações envolvendo ansiedade e depressão. É o que confirma a psicóloga e pró-reitora de graduação da Estácio, Beatriz Ceccato. “O cenário pós-pandemia tem conduzido muitas pessoas ao sofrimento psíquico em razão da instabilidade nas várias esferas da vida. Se a nossa saúde mental é construída a partir das relações sociais, e estas encontram-se instáveis e/ou deterioradas, o aparecimento da doença mental acaba potencializado”, detalha.

Todos os dados apresentados confirmam que é necessário correr contra o tempo para cuidar do lado psicológico. Por isso, a procura por auxílio psicoterapêutico, mesmo de forma virtual, tem se intensificado nos últimos meses. Segundo o Google Trends, houve um aumento de 88% nessa busca. “O acompanhamento psicoterapêutico é essencial para a melhora rápida da condição e não agravamento dos sintomas. É importante que a pessoa sempre faça a auto-observação do seu estado emocional, e quando essa verificar que seus comportamentos/emoções estão diferentes e de forma negativa, é preciso buscar ajuda”, explica Beatriz.

Dentro desse cenário, é imprescindível que haja afeto e acolhimento, até porque muitos se questionam sobre como proceder, qual seria o perfil do profissional mais apropriado, onde buscar a psicoterapia, se realmente tem eficácia e afins. Beatriz Ceccato explica que as dúvidas são absolutamente naturais e comuns, porém o importante é não deixar de buscar auxílio.

“Todos nós passamos por fases de dificuldade e de crise ao longo da vida, e é importante ter ferramentas para lidarmos com isso. A psicoterapia é que dá as ferramentas para enfrentarmos as crises e continuarmos a nos desenvolver como seres sociais que somos. E saber que você pode contar com um profissional preparado para tal tarefa, como um psicólogo, faz toda a diferença”, completa a psicóloga.

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