Arquitetura sustentável: como projetar cidades mais equilibradas com o meio ambiente
No Dia Mundial do Meio Ambiente, especialista aponta como o planejamento urbano e a formação de novos arquitetos podem transformar a relação entre as cidades e a natureza
Nesta quinta-feira, 5 de junho, é celebrado o Dia Mundial do Meio Ambiente, data que convida à reflexão sobre a relação da sociedade com os recursos naturais, especialmente nas cidades, onde se concentra a maior parte da população brasileira. Neste contexto, a arquitetura e o urbanismo têm um papel decisivo na preservação do meio ambiente, a começar pelas escolhas feitas ainda no papel.
“Arquitetura e urbanismo têm um papel super importante quando a gente fala de preservação do meio ambiente dentro dos espaços urbanos. Tudo começa nas escolhas que a gente faz no projeto, desde o posicionamento do edifício para aproveitar luz e ventilação natural até a escolha de materiais com baixo impacto ambiental”, afirma a professora Natália Carvalho, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Estácio.
Segundo a especialista, o pensamento sustentável deve estar presente em todas as etapas do processo de criação. “Cada escolha que a gente faz durante o processo de projetar pode super contribuir para uma cidade mais equilibrada com o meio ambiente”, pontua. Ela destaca ainda que, no urbanismo, essa consciência se traduz na criação e valorização de áreas verdes, na revitalização de espaços urbanos degradados e no combate à expansão urbana desordenada.
Para garantir que esses princípios se tornem prática cotidiana, a formação dos futuros arquitetos precisa ir além das disciplinas específicas. “Acredito que os alunos estão sendo preparados, porque as matrizes curriculares hoje já incluem temas como sustentabilidade e eficiência energética. Mas o mais importante é que esses temas estejam presentes em todos os processos, porque sustentabilidade tem que ser pensada como parte do processo criativo, não como uma solução tomada depois que o projeto já está feito”, reforça Natália.
Ela defende ainda que o bom planejamento urbano é a base para o crescimento ordenado das cidades e, por consequência, para a preservação ambiental. “Quando a gente tem um bom planejamento, a gente consegue preservar áreas naturais e ocupar com inteligência os espaços vazios que sobraram dentro da cidade, integrando a natureza ao cotidiano urbano.”
Entre as práticas sustentáveis que deveriam ser prioridade nos projetos urbanos atuais, a professora cita soluções que enfrentam diretamente os efeitos das mudanças climáticas: “sistemas de drenagem sustentável, como jardins de chuva, aumento de áreas verdes para reduzir ilhas de calor, captação de energia solar e, claro, mobilidade urbana. Ao incentivar o transporte coletivo, ciclovias e calçadas acessíveis, a gente reduz a emissão de gases poluentes e contribui para um futuro mais equilibrado.”
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