Carnaval eternizado: Unidos do Peruche ganha homenagem nos muros de SP
Obra da artista Bru Yeah promove um resgate a ancestralidade e enaltece a ala das baianas
Para além do que acontece no Sambódromo, o carnaval paulistano também é marcado por comunidades que resgatam a cultura e a ancestralidade. E é com esse propósito que a artista Bru Yeah, entregou um mural impressionante na Escola Unidos do Peruche, por meio do Museu de Arte de Rua (MAR) de São Paulo.
A obra “Mulher dá samba – as tias baianas” homenageia a influência das tias baianas na história do samba, matriarcas que transmitem empoderamento e fortalecimento nas escolas e comunidades.
O carnaval segue eternizado com a celebração desta Arte de Rua embeleza a região do Jardim das Laranjeiras, na Comunidade do Peruche, com o trabalho da artista Bru Yeah. Sua obra colorida e vibrante homenageia a influência das tias baianas na história do samba, destacando a força e a alegria dessas mulheres.
“A escola trouxe a ideia de homenagear mulheres que fizeram parte da história do Peruche, nesse contexto, pensei em representar uma matriarca da comunidade. Acho que as mais velhas trazem esse tipo de ligação com ancestral dentro da escola; são a resistência, e essência nas agremiações”, conta Bruh, artista que deu vida a essa obra de rua que será eternizada no coração e nas ruas da cidade.
A partir desta conversa a artista escolheu Dona Neide André para retratar e representar, uma importante figura da ala das baianas, do Peruche e do samba paulista. “Passei a infância ouvindo samba no rádio todas as manhãs. Lembro de meus tios fazendo batucada no quintal da minha avó. Lembro da minha mãe me levando nas matinês no carnaval. De esperar ansiosamente pelo domingo de carnaval para ver o desfile no meu bairro”, conta Bruh.
Atuando como parceiras, as produtoras LB Cultura Circular e Magnólia Produções, tiveram projetos de mais três artistas contemplados pelo Edital Mar – iniciativa da Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria de Cultura. “Essa obra da Bru é um convite também para refletirmos sobre o papel das mulheres no cenário do samba, sua força, resiliência e construção de legado para tantas comunidades”, conta Priscila Oliveira, diretora da Magnólia Produções, produtora do projeto.
A obra Mulher dá samba – as tias baianas, pode ser vista na Rua Samaritá, 1040 – Jd. das Laranjeiras – Escola Unidos do Peruche. Este projeto foi realizado com recursos financeiros do Projeto MAR – Museu de Arte de Rua – Edital nº 03/SMC/2023 – Secretaria Municipal de Cultura – SP
Sobre Bruh Yeah
Bruna Santos também conhecida como Bru Yeah é de Campo Limpo Paulista, interior de São Paulo. Escritora de graffiti autodidata, tem uma constante pesquisa sobre estéticas negras, a contribuição das mulheres racializadas no decorrer da história, e dos mais diversos movimentos e subculturas de rua.
Através de eventos, vivências e oficinas, consegue transmitir conhecimento graffiti e Hip Hop, principalmente para a juventude nos espaços públicos privados. Além de seu trabalho autoral, coordena e faz a produção dos projetos artísticos da Galeria Keep, e assina a direção criativa e produção têxtil da Viela Custom: marca de criação que ressignifica e customiza roupas de segunda mão.
Sobre o Museu de Arte de Rua (MAR):
O Museu de Arte de Rua (MAR) de São Paulo, iniciativa da Prefeitura de São Paulo por meio de edital da Secretaria de Cultura, fortalece a arte urbana,nas ruas de São Paulo.
Nesta edição, os projetos de intervenções de arte urbana foram contemplados em nove temas diferentes – Infância e Juventude, LGBTQIAP+, Maturidade, Meio Ambiente, Mulheres, Negritude, Povos Indígenas, Trabalhadores e Tema Livre – e se enquadram em cinco categorias distintas características da Arte Urbana (graffiti, estêncil, cartazes, lambe-lambe e fotografias instaladas em paredes).
O projeto, criado em 2017, busca o fortalecimento e reconhecimento da pluralidade das ações de Arte Urbana. Nesta edição, a iniciativa buscou tornar o processo mais inclusivo e plural, aprimorando a vocação da cidade para a produção de arte urbana e ampliando seu impacto positivo na cultura e identidade de São Paulo com obras espalhadas pelas cinco macrorregiões da cidade, transformando a cidade em um verdadeiro museu a céu aberto, interferindo na paisagem da população da maior metrópole da América Latina.
Sobre a Magnólia Produções
A Magnólia Produções atua desde 2014 na criação de soluções culturais que tenham um impacto significativo em nossa sociedade, utilizando a arte e a criatividade como ferramentas e oportunidades para desenvolvimento, ampliação de horizontes e construção de um novo futuro. Pautadas nos ODS – Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, as ações da empresa promovem um futuro com cultura de forma criativa e colaborativa por meio de eventos, exposições e publicações editoriais para a criação de um ecossistema cultural vibrante capaz de impactar positivamente a vida das pessoas e comunidades. ”Buscamos estabelecer parcerias sólidas e duradouras com outros agentes culturais, organizações e empresas que compartilhem nossos valores e visão de mundo. Juntos, potencializamos a nossa cultura para transformações positivas e construção coletiva como caminhos para um futuro mais sustentável e igualitário” indica a diretora executiva, Priscila Oliveira.
Sobre a LB Cultura Circular
A LB Cultura Circular tem no seu histórico nesses mais de 10 anos de atuação, a realização de centenas de projetos culturais, pautados na criatividade e na sustentabilidade, com atuação nas cidades de São Paulo, Recife e Bahia.
Conectadas com a agenda 2030 da ONU, as ações de impacto da LB estão focadas na ocupação e transformação de territórios criativos e sustentáveis, na construção de redes colaborativas e na curadoria de projetos criativos, que contemplam diversas linguagens artísticas, promovendo educação através da arte e impulsionando a economia criativa, gerando negócios, conexões e novas perspectivas.