Casa de Cuidados implanta Tecnologia Assistiva de baixo custo para reabilitação de pacientes
A Casa de Cuidados do Ceará (CCC), unidade vinculada à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e gerida pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), produz Tecnologia Assistiva (TA) de baixo custo para ajudar na reabilitação de pacientes internados no equipamento. A TA corresponde aos recursos e serviços utilizados para estimular as habilidades funcionais de pessoas com deficiência, visando a promover inclusão e maior independência deste público, como uma cadeira de rodas motorizada que permite ao próprio paciente fazer sua locomoção ou o uso de aparelho auditivo para facilitar a escuta.
“Aqui na CCC, essas tecnologias são confeccionadas com materiais de baixo custo, o que normalmente seria de alto custo, se fosse adquirido no mercado logístico. As órteses e adaptações são feitas com cano PVC (Policloreto de Vinila) como principal matéria-prima. Depois, é realizado todo processo de acompanhamento e treinamento nas atividades de vida diária, oferecendo suporte ao paciente e cuidador quanto ao uso do dispositivo. A ideia do baixo custo é promover um olhar mais sensível para as atividades humanas em todas as suas concepções, promovendo maior qualidade de vida”, explica Natália Costa, terapeuta ocupacional da CCC.
Ainda de acordo com a profissional, o uso da TA nas intervenções da Terapia Ocupacional é um meio facilitador no processo de reabilitação e promoção da qualidade de vida de quem está internado na Casa. “Podemos usar recursos, adaptações e dispositivos que ajudam no desempenho motor, cognitivo, sensorial e social do paciente”, diz.
Segundo Itala Oliveira, também terapeuta ocupacional e gerente da CCC, a aceitação e adesão de pacientes está sendo positiva. “Estamos alcançando um dos objetivos do equipamento, que é a reabilitação. Os usuários estão aderindo à proposta em fazer o uso de dispositivos de baixo custo, personalizados e, ao mesmo tempo, eficazes. Dessa forma, conseguimos padronizar de acordo com a necessidade do paciente. É comum usarmos em pacientes com sequelas de AVC [acidente vascular cerebral] ou que, por algum motivo, perderam os movimentos dos membros e estão nesse processo de recuperação”, ressalta.
Tecnologia AssistivaO termo foi criado oficialmente em 1988, nos Estados Unidos. Já no Brasil, foi instituído em 16 de novembro de 2016 pela portaria nº 142 do Comitê de Ajudas Técnicas (CAT). Dessa forma, as tecnologias assistivas como instrumento de inclusão social são itens obrigatórios em empresas e escolas que possuem em seu quadro pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
A Lei nº 13.146/2015, conhecida como a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência, explicita o conceito de TA como: “produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social”.
Natália Costa, que é responsável pelo projeto no equipamento, abraçou a proposta do serviço e conta que se inspirou em outro projeto realizado em 2005, na cidade de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. “Esse projeto teve grande repercussão e rendeu até prêmio para a equipe, que tinha como foco o atendimento à população carente e infantil. Eu me inspirei nele e comecei a fazer esse tipo de trabalho em Fortaleza com o público adulto porque percebi a necessidade, de acordo com a realidade da minha profissão, e deu super certo. [O PVC] É um material versátil, com design leve, resistente, higiênico e fácil de transportar, além de duradouro, inclusive permitindo atender às demandas do paciente hospitalar, podendo ser possível fazer cadeira, andador, entre outros materiais, para mãos e pés, com múltiplas possibilidades”, afirma.