Como morar fora gastando pouco? Jornalista que mora há 18 anos na Suíça dá dicas
É cada vez maior a quantidade de brasileiros na Europa. Tanto pela busca por mais segurança, quanto pela procura por países com melhor qualidade de vida e economicamente mais estáveis. O Itamaraty estima que 2,5 milhões de brasileiros vivam fora do país. A quantidade de brasileiros vivendo no exterior é quase a mesma dos cidadãos do Brasil que viajam para fora do país todos os anos (3,5 milhões de pessoas), segundo dados mais recentes.
Bruna Aeppli é uma das brasileiras que apostou em recomeçar a vida em outro país. Ela optou por trabalhar na Europa visando uma maior qualidade de vida e tempo com a família. A jornalista compartilha nas redes sociais dicas de viagens, eventos e empreendedorismo para o público feminino. O próximo passo, segundo ela, é lançar a quarta edição da revista “Do outro lado do mundo” com foco no turismo europeu. “Na época eu só via dois caminhos: ou ser dona de casa ou trabalhar em funções que eu não me identificava. E aí surgiu o desejo de criar uma revista para mostrar essas brasileiras de sucesso. Então voltei para sala de aula e fui estudar jornalismo, hoje sou jornalista internacional”, explica.
Uma das possibilidades para quem quer morar fora, segundo ela, é apostar no voluntariado. “Quem quer aprender um idioma ou um novo business e gastar pouco, essa é a melhor opção. No voluntariado você basicamente vai trocar serviço/trabalho por hospedagem”, orienta. “Essa oportunidade é uma porta de entrada para conhecer melhor os países e aprender um idioma e fazer networking. Uma vez lá, fica mais fácil procurar emprego e moradia. Você pode ficar de 1 semana até 3 meses. No worldpackers, a maioria dos postos fornece um quarto, comida, lavanderia, 1 ou 2 dias de folga, te permite usar a cozinha em troca de 20 a 25 horas de trabalho”, complementa.
Outra possibilidade é apostar no intercâmbio Au Pair, que é um tipo de intercâmbio cultural para quem procura adquirir fluência em um idioma estrangeiro e vivenciar uma cultura diferente por meio do trabalho com crianças e a convivência com uma família por um ano. “Au pair é uma excelente oportunidade de entrada também. Em muitos países, se você falar bem a língua ou o inglês você já pode começar a procurar um novo trabalho antes de terminar o período do au pair, que é geralmente de 1 ano e aplicar. Dessa maneira você não precisa nem deixar o país e apenas troca o visto. Porém, a idade pode ser um fator limitante já que para trabalhar como au pair você precisa ter entre 18 e 30 anos”, relata Bruna.
Mas, para aqueles que têm o perfil, ela diz que vale a pena a experiência. “Como au pair, sua obrigação será cuidar das crianças e ajudar com a casa. Em troca, você recebe casa e comida, além de uma ajuda de custo que varia de país para país. Na Alemanha, por exemplo, é de 280 euros (R $1.442 reais) por mês. Já na Suíça esse valor varia entre 500 e 750 CHF (R $2.520 a R $3.628). A maioria das famílias paga seu curso de idioma”, informa.
Para aqueles que querem investir nos estudos, a profissional recomenda o intercâmbio de língua e o intercâmbio de estudo. “O intercâmbio de língua é uma excelente oportunidade para quem quer morar fora. O único problema é que em muitos países você não pode trabalhar enquanto estuda, como é o caso da Suíça. A dica é entrar com visto de estudante e já ir procurando oportunidades desde o primeiro dia para que após 3 meses você já tenha um trabalho e possa trocar de visto”.
Já o intercâmbio de estudo é o mais desejado de todos, pois possibilita mais oportunidades no mercado de trabalho, segundo a profissional. “Cada universidade cobra um valor de taxa de matrícula, material e anuidade. Para vistos de estudante na Suíça, você precisa comprar um valor de CHF 30,00 (cerca de 152 reais) por dia pelo período que durar os seus estudos. Além disso, na maioria das universidades você não pode trabalhar no primeiro semestre, é preciso levar isso em consideração também”, alerta.
Para aqueles que já estudam, há ainda a chance de exercer um estágio remunerado no período em que estiver fazendo o curso. “Existem muitas formas de fazer um estágio remunerado. Ele é ótimo, pois você já entra no mercado de trabalho e, com empenho, muitos estudantes conseguem um contrato permanente na empresa ou uma outra oportunidade de trabalho”, indica.
Confira os valores:
CUSTO COMO VOLUNTARIADO
Passagens – R$ 4.442,00 (site skyscanner entre ago e nov/22)
Visto – R$ 437,00 ( site consulado brasileiro em SP)
Seguro Viagem – R$ 1000,00
TOTAL – R$ 5.879,00
CUSTO COMO AU PAIR
Passagens – R$ 4.442,00 (site skyscanner entre ago e nov/22)
Visto – R$ 437,00 ( site consulado brasileiro em SP)
Seguro Viagem – R$ 1000,00
TOTAL – R$ 5.879,00
CUSTO COMO ESTUDANTE DE LÍNGUAS
Passagens – R$ 4.442,00 (site skyscanner entre ago e nov/22)
Visto – R$ 437,00 ( site consulado brasileiro em SP)
Comprovação de renda para 4 meses – 20.880 (site eda.ch)
Escola de Idioma – R$ 4031,00 (migros e-cole club
TOTAL – R$ 29.790,00
CUSTO COMO ESTUDANTE DE UNIVERSIDADE
Passagens – R$ 4.442,00 (site skyscanner entre ago e nov/22)
Visto – R$ 437,00 ( site consulado brasileiro em SP)
Comprovação de renda para 4 meses – R$ 31.320 (site eda.ch)
Universidade – R$ 6.960 (migros e-cole club)
Seguro de Viagem – R$ 1.000,00
TOTAL – R$ 44.159,00
CUSTO COM ESTÁGIO REMUNERADO
Passagem de ida – R$ 1.700 (site skyscanner entre ago e nov/22)
Visto – R$ 437,00 ( site consulado brasileiro em SP)
Comprovação de renda para 4 meses – R$ 31.320 (site eda.ch)
Aluguel, transporte, alimentação – R$ 6.200 (migros e-cole club)
Seguro de Viagem – R$ 1.000,00
Taxa de intercâmbio – R$ 2.600,00
TOTAL – R$ 13.000
Sobre Bruna Aeppli
Jornalista e turismóloga, também atua como influenciadora digital e mora na Suíça há 18 anos, com experiência em Marketing Hoteleiro. É coordenadora do grupo “Influenciadores Digitais na Suíça” e criadora da revista “Do outro lado do mundo” em que dá dicas sobre turismo, viagens e eventos culturais. Instagram @outro_lado_do_mundo