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Conclave: especialista explica o processo de escolha de um novo Papa

Vaticano deve começar o processo de escolha do novo pontífice em 7 de maio

Após a morte do Papa Francisco, a Igreja Católica dá início ao Conclave — ritual milenar que define quem será o próximo líder da instituição. O processo, que mistura política, tradição e espiritualidade, reúne os cardeais de todo o mundo em um encontro decisivo dentro do Vaticano, marcado por regras rígidas e simbolismos históricos.

“Quando um Papa morre, começa um processo que é tanto religioso quanto político: o Conclave. Os cardeais do mundo todo se reúnem, ficam trancados em um espaço e só saem quando chegam a um acordo sobre quem será o novo Papa. Não existem candidaturas oficiais, os nomes vão surgindo e mudando conforme as votações avançam, até que alguém alcança a maioria absoluta e é escolhido”, explica o historiador Rodrigo Rainha, professor da Estácio.

De acordo com as regras atuais do Vaticano, o Conclave deve ser iniciado entre 15 e 20 dias após a morte do Papa. Nesta segunda-feira (28), o Vaticano anunciou oficialmente que o Conclave terá início no dia 7 de maio. A reunião acontece a portas fechadas na Capela Sistina e contará com a participação de cerca de 135 cardeais de todo o mundo. Ainda não há previsão de quanto tempo será necessário para a escolha do novo pontífice, mas os dois conclaves anteriores, realizados em 2005 e 2013, duraram apenas dois dias.

“O termo ‘Conclave’ surgiu na Idade Média, quando as disputas internas atrasavam por meses ou até anos a escolha de um novo pontífice. A solução foi trancar os cardeais até que houvesse uma decisão. A fumaça preta indica que ainda não há consenso, e a branca sinaliza que o novo Papa foi escolhido. Ao assumir, ele escolhe um nome que normalmente carrega um símbolo ou tradição da Igreja”, completa Rainha.

Participam da votação apenas os cardeais com menos de 80 anos, respeitando o limite de 120 eleitores estabelecido pelas regras vaticanas. Diversas nacionalidades compõem o colégio de cardeais, refletindo a diversidade global da Igreja Católica.

Foto: Jorge Mario Bergoglio