Covid-19 aumentou em seis vezes os casos de gravidez ectópica, afirma estudo
De acordo com os pesquisadores, o vírus teve influência negativa sobre as mulheres em estado gestacional.
Durante esse período pandêmico foram registrados mais casos de mulheres grávidas que vieram a óbito, enfrentaram complicações durante a gestação ou tiveram bebês natimortos. Além dessa constatação, um dado preocupante, também constatado pelo estudo do George’s University of London, é que covid-19 pode ser responsável pelo aumento nos casos de casos de gravidez ectópica.
De acordo com o Dr. Ricardo Martins, que é ginecologista e obstetra, esses casos estão ligados à inflamação que o vírus provoca no organismo. “Possivelmente o processo inflamatório é um fator que contribui para a não passagem do óvulo fecundado para o útero”, afirma, Dr. Ricardo Martins.
Essa condição é grave e deve ser tratada como uma emergência médica. Ela pode acometer todas as mulheres em idade fértil. A gravidez ectópica não fica concentrada apenas nas tubas uterinas, apesar de ser tubária em 98% das vezes, ela também pode ter ocorrência no ovário, cavidade abdominal, colo do útero ou cérvix uterina.
“Também é possível dizer que algumas grávidas, por receio do contágio, deixaram de fazer o pré – natal, mensal ou quinzenal, com o seu ginecologista. Devo alertar que essa atitude não é indicada, os acompanhamentos devem ser feitos para evitar riscos à vida da mulher”, comenta Dr. Ricardo.
Gravidez Ectópica
A fertilização do óvulo ocorre dentro das tubas uterinas, também conhecidas como Trompas de Falópio, nesse canal estreito é feito o encontro entre espermatozoide e óvulo. Quando o óvulo é fecundado, em casos sem complicações, ele desce até o útero pelas tubas uterinas.
Mas não é isso que acontece com a gravidez ectópica. Quando, por algum motivo, esse caminho até o útero é obstruído cria uma dificuldade de passagem e com isso o óvulo fica localizado em um lugar equivocado. Na maioria dos casos o óvulo fertilizado, que não chegou ao útero, fica preso nas tubas.
Ele tende a aumentar o volume com o passar do tempo, e se desenvolve como se estivesse dentro do útero mesmo sem nunca ter chegado até ele. A gravidez ectópica é a causadora de grande parte das mortes maternas no primeiro trimestre da gestação. “Uma gravidez nesse formato é inviável e perigosa para a vida da mulher. Se não diagnosticada a tempo, o tubo falopiano pode romper e levar a uma grave hemorragia”, comenta Dr. Ricardo Martins.
Tratamento
O tratamento pode ser feito por meio de medicamentos que induzem o aborto ou de forma cirurgica, onde é feito a remoção do embrião e o reparo da trompa ou remoção da mesma. “A natureza do tratamento vai depender do estágio da gravidez, em muitos casos é recomendado fazer a remoção total da trompa comprometida, para que a condição não volte a acontecer”, afirma Dr. Ricardo Martins.