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Cúpula Mundial sobre a Transição Energética divulga Declaração do Ceará, após dois dias de debates com mais de 2 mil participantes

Foram mais de 100 palestrantes, representando mais de 30 países, com a presença de especialistas e líderes globais em transição energética e mudanças climáticas

A Cúpula Mundial sobre a Transição Energética (WSoET), organizada pelo Instituto Winds for Future, Global Institute for the Future of Tourism, a Advanced Leadership Foundation (ALF) e o Governo do Estado do Ceará, divulgou a Declaração do Ceará, documento com diretrizes e recomendações para o futuro da transição energética no planeta. Aderiram ao documento representantes do Brasil, Gibraltar; do Paraguai; das províncias argentinas de Córdoba e Neuquén, o ex-presidente da Tunísia, Mehdi Jomaa; a ex-mandatária do Equador, Rosalia Arteaga; o ex-presidente da Costa Rica, Juan Alvarado; o ex-mandatário da Eslovênia, Danilo Turk; a congressista dos Estados Unidos, Linda Sánchez e o Secretário da OCDE, Angel Gurría, entre outros.

“O WSoET teve a virtude de ser realizado depois do G20 e COP 29, que permitiu uma melhor qualidade na discussão sobre transição energética realçando as componentes de justiça e inclusão que devem ser perseguidas pelas nações com ambição de construir uma nova realidade resiliente e adaptada às mudanças climáticas”, observou Jorge Borrell, Presidente do Instituto Winds for Future.

Realizada nos dias 28 e 29 de novembro, no Centro de Eventos do Ceará, em Fortaleza, a Cúpula teve os debates centrados no enfrentamento dos desafios e oportunidades relacionados à transformação dos sistemas energéticos em nível global. O evento reuniu líderes, especialistas e representantes de diversas indústrias que discutiram estratégias inovadoras que promovam o uso de energias renováveis e a sustentabilidade.

Com mais de 2 mil participantes – presenciais e online – o evento contou com mais de 100 palestrantes, com a realização de 24 mesas de debate, 8 mesas de trabalho e 4 conferências magnas. Estiveram representados mais de 30 países e destacou-se a importante colaboração entre o setor público e o privado.

Transformação
A necessidade urgente de transformar nossos sistemas energéticos para enfrentar os desafios da mudança climática e promover um desenvolvimento econômico inclusivo serviu de base para os debates que reuniram destacados palestrantes, compartilhando conhecimentos sobre as melhores práticas e as inovações no âmbito da energia limpa.

“A transição energética não é apenas uma opção, mas uma necessidade urgente. A Cúpula Mundial sobre a Transição Energética é uma plataforma vital onde líderes e especialistas se unem para compartilhar conhecimentos e construir um caminho para um futuro sustentável. Temos a obrigação de transformar desafios em oportunidades e garantir um legado de energia limpa para as futuras gerações”, explicou Jorge Brown, Presidente do Institute for the Future of Tourism e Vice-presidente da Advanced Leadership Foundation. Brown também destacou a importância da “profunda colaboração do setor público, fundamentalmente do terceiro setor e das empresas”.

Diálogo
O Winds for Future e o Instituto Global para o Futuro do Turismo, reconhecidos por seu compromisso com o desenvolvimento sustentável e a capacitação de líderes, buscam promover um diálogo construtivo e colaborativo entre os participantes. A Cúpula não se concentrou apenas na transição energética, mas também abordou a importância de garantir que esse processo seja inclusivo e equitativo, beneficiando todas as comunidades.

A Secretária de Relações Internacionais do Ceará, Roseanne Medeiros, destacou a importância deste encontro, indicando que o Ceará se posiciona como líder na transição energética na América Latina. “Estamos comprometidos com a sustentabilidade e a inovação, e esta Cúpula é uma oportunidade inestimável para trocar ideias e forjar alianças que impulsionem a mudança”, afirmou.

Ao longo dos dois dias em que se desenvolveu o evento, foram abordados temas como a implementação de energias renováveis, a eficiência energética e o papel do hidrogênio verde como vetor chave na transição. Além disso, debateu-se sobre as políticas necessárias para garantir que essa transição seja justa e equitativa, beneficiando todas as comunidades.

“A Cúpula Mundial sobre a Transição Energética não é apenas um espaço para o diálogo, mas também um chamado à ação. Os participantes estão convidados a colaborar na criação de um futuro energético que não seja apenas sustentável, mas que também promova a justiça social e o bem-estar econômico”, concluiu Jorge Brown.

Conheça na íntegra o texto da Declaração do Ceará, divulgada ao final da Cúpula Mundial sobre Transição Energética:

Declaração de Ceará
Nós, participantes da Cúpula de Transição Energética realizada no Ceará, nos dias 28 e 29 de novembro de 2024, reunidos com o objetivo de enfrentar os desafios e explorar as oportunidades de uma transição para um futuro energético sustentável, declaramos o seguinte:

Reconhecemos que:

  1. A urgência climática exige ações imediatas para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e limitar o aumento da temperatura global, em conformidade com os objetivos do Acordo de Paris.
  2. A transição energética é fundamental para promover um desenvolvimento econômico sustentável, inclusivo e resiliente, beneficiando todas as comunidades, especialmente as mais vulneráveis.
  3. A inovação tecnológica e os investimentos em energias renováveis, incluindo o desenvolvimento de soluções emergentes como o hidrogênio verde, são motores essenciais para avançar em direção a sistemas energéticos mais limpos e eficientes.
  4. A colaboração internacional e regional é essencial para compartilhar conhecimentos, recursos e experiências que acelerem a adoção de soluções energéticas sustentáveis e a diversificação das fontes energéticas.

Comprometemo-nos a:

  1. Promover energias renováveis: Impulsionar o desenvolvimento e a implementação de fontes de energia limpas, como solar, eólica, hidrelétrica e biomassa, explorando também o potencial estratégico de tecnologias emergentes como o hidrogênio verde.
  2. Fomentar a eficiência energética: Implementar práticas e tecnologias que otimizem o uso da energia em todos os setores, reduzindo desperdícios e melhorando a produtividade.
  3. Apoiar a inovação e a educação: Investir em pesquisa, desenvolvimento e capacitação profissional para gerar empregos verdes e ampliar o acesso às tecnologias avançadas.
  4. Garantir uma transição justa: Garantir que a mudança para energias sustentáveis seja inclusiva, oferecendo apoio e oportunidades às comunidades e trabalhadores afetados.
  5. Estabelecer políticas abrangentes: Colaborar com governos e legisladores para criar estruturas regulatórias que facilitem investimentos em infraestrutura energética sustentável, considerando o papel do hidrogênio em setores estratégicos.
  6. Fortalecer a cooperação regional: Trabalhar em conjunto com países vizinhos e organizações internacionais para enfrentar desafios comuns e fomentar iniciativas compartilhadas na transição energética.

Apelamos a:

  • Os governos para estabelecerem metas ambiciosas e políticas claras que incentivem a transição energética e protejam o meio ambiente.
  • setor privado para investir em tecnologias limpas e adotar práticas sustentáveis, explorando soluções inovadoras como o hidrogênio verde.
  • As instituições financeiras para aumentar o financiamento de projetos de energia renovável e eficiência energética.
  • A sociedade civil e comunidades locais para participarem ativamente nas decisões e promoverem práticas sustentáveis em seus territórios.
  • As organizações internacionais para apoiarem e facilitarem a colaboração e o intercâmbio de conhecimentos globais.

Conclusão
A transição energética é uma responsabilidade compartilhada e uma oportunidade única para construir um futuro mais sustentável, justo e resiliente. Com o apoio da inovação tecnológica e soluções emergentes como o hidrogênio verde, podemos enfrentar os desafios climáticos e econômicos da nossa era. Unidos em propósito e ação, transformaremos nossas economias para o benefício das gerações atuais e futuras.
Assinado no Ceará, Brasil, em 29 de novembro de 2024.