Dia Mundial de Combate ao Câncer: entenda a doença que acomete a filha de Tiago Leifert
Oftalmologista explica os sintomas e tratamentos para retinoblastoma; a estimativa é que cerca de 6 mil crianças no mundo são afetadas pela doença.
No último fim de semana, o apresentador Tiago Leifert e a jornalista Daiana Garbin, sua esposa, informaram que Lua, a filha do casal, de apenas 1 ano, está com retinoblastoma, um tipo de câncer raro nos olhos. As pesquisas acerca da doença dispararam, principalmente com o Dia Mundial de Combate ao Câncer, que é nesta sexta-feira, 04. Maria Vitória Correia, médica oftalmologista e membro do corpo clínico da Clínica de Olhos Massilon Vasconcelos, explica a doença, seus sintomas e as formas de tratamento.
“Quando falamos em tumores, não imaginamos que os olhos também podem ser sítio de acometimento, mas sim! O problema também pode atingir o globo ocular e pode ser gravíssimo por se tratar de uma estrutura extremamente sensível e vascularizada”, explica a médica, “o câncer ocular acontece quando células malignas que estão presentes nos tecidos oculares se proliferam rapidamente, em larga escala, o que resulta num tumor, mas isso não representa a maior porcentagem dos casos”.
Em adultos, principalmente, o acometimento dos olhos é de origem metastática, ou seja, é proveniente de um tumor em outra região do corpo. “As células malignas de outra região se espalha por meio da corrente sanguínea e chega até o globo ocular”, explica, “a partir daí, pode atingir todas as outras estruturas oculares como o nervo óptico, a retina, pálpebra, conjuntiva, úvea e o canal lacrimal”.
“No caso de Lua, é um retinoblastoma, que é o tumor intraocular maligno primário mais comum em crianças. Ele se forma nas células da retina e pode afetar um ou os dois olhos”, afirma a oftalmologista. Esse tipo da doença é mais comum entre crianças de até 5 anos de idade. Dados fornecidos pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) e a Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica (SBOP) alertam que cerca de 6 mil crianças no mundo são afetadas pela doença.
O tratamento do retinoblastoma é complexo e leva em consideração diversos fatores, entre os quais estão o tamanho e a localização do tumor, a disseminação além do olho e a possibilidade de preservação da visão “geralmente a quimioterapia visa a redução da lesão para possibilitar algum outro tratamento local como a fotocoagulação, crioterapia ou braquiterapia” explica a médica. Nas últimas décadas, os métodos de tratamento do retinoblastoma têm apresentado avanços importantes. “As taxas de cura são superiores a 95%, desde que seja feito o diagnóstico precoce”, diz.
A Dra. Maria Vitória ainda acrescenta, “é importante ressaltar 4 sinais que podem estar presentes em pacientes portadores da doença: reflexo branco nos olhos, estrabismo, movimentos oculares irregulares e piora da visão. Fique atento aos sinais e sintomas e procure sempre o seu médico oftalmologista!”
O diagnóstico precoce é de extrema importância para o tratamento e a cura do câncer nos olhos. “Fique atento à realização do teste do olhinho nas primeiras 72 horas após o nascimento e repita o exame no primeiro ano de vida do seu bebê!”, recomenda a médica.
Foto: Pixabay