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Empresa familiar: especialista fala sobre boas práticas de gestão para esse tipo de negócio

Segundo a pesquisa “Retratos de Família: Um panorama das práticas de governança corporativa e perspectivas das empresas familiares brasileiras”, cenário para empresas familiares é otimista no Brasil


A área do empreendedorismo está sendo muito explorada no Brasil. Seja como forma de driblar a crise econômica oriundas da pandemia do novo coronavírus ou realizar o sonho de ser dono do próprio negócio, empreender já faz parte do imaginário do brasileiro. Nessa perspectiva, surgem as empresas familiares. Alternativa encontrada por muitas famílias para continuar gerando renda.

A 4ª edição da pesquisa “Retratos de Família: Um panorama das práticas de governança corporativa e perspectivas das empresas familiares brasileiras”, realizada pela ACI Institute e Board Leadership Center da KPMG no Brasil, mostrou que esse tipo de negócio continua a se desenvolver de forma ampla no país. O especialista em gestão e consultor de negócios da EXP Consultoria, Karlo Medeiros, corrobora com o resultado da pesquisa.

Segundo ele, apesar dos desafios, empresas familiares são fundamentais para as economias locais e comunidades. “Esse conjunto de fatores tornam as práticas do planejamento, execução da estratégia e do compliance (conjunto de diretrizes para fazer cumprir as regulamentações estabelecidas para o negócio), tarefas das mais difíceis em uma empresa familiar. Embora muito se fale e se faça no sentido de promover essas práticas, muitas vezes os produtos frutos de planejamentos vão parar no fundo de uma gaveta e isso ocorre exatamente por não ser um valor consolidado em nossa cultura e como tal, ocorre de forma pontual e superficial.”, explica o especialista. 


De acordo com o estudo, 67% dos entrevistados afirmaram se sentir otimistas em relação ao futuro e 56% não cogitam mudanças no formato de gestão. A pesquisa mostrou também o aumento da participação feminina na gerência e criação de empresas familiares no Brasil. Assim, 59% dos participantes do estudo afirmaram haver em seus negócios cargos ocupados por mulheres (41% em conselhos de administração e 35% em cargos de diretoria). “Apostar em diversidade é uma tendência que está sendo seguida em todo o mundo.

O aumento dessa participação feminina em cargos de liderança e confiança reflete em uma abertura gradual para uma equidade de gênero ao passo que, o sexismo e discrepância de remuneração entre homens e mulheres no país ainda é grande”, reforça o consultor Karlo Medeiros.

O especialista destaca alguns pontos que fazem empresas familiares tenderem a ter maior destaque no mercado. Segundo ele, o acesso ao crédito pode ter maiores facilidades na hora de efetivar esse tipo de negócio.

Além disso, dentro da própria estrutura organizacional e de condução do negócio destaca-se os seguintes pontos: os envolvidos compartilham de interesses em comum; definição de metas e objetivos a longo prazo; envolvimento do capital humano costuma ser maior. Apesar disso, Karlo chama a atenção para a importância de ajuda externa quando necessário.

“Essa relação ‘familiar’ estabelece ainda um falso senso de segurança e estabilidade, limitando a sustentação da mudança, pois fortalece a crença de que qualquer modelo diferente desse coloca em risco a harmonia do sistema. O negócio pode crescer ou não dar conta das demandas que surgem ou fluxo de procura. Com isso, as empresas familiares se veem diante de mudanças ou ampliação que nem sempre estão aptas a acatar ou tomada de decisões prematuras quando o assunto é ampliação. Buscar consultorias especializadas com profissionais capacitados pode ser decisivo para o negócio”, finaliza.