Especialista analisa mercado financeiro e fala sobre expectativas para 2022
A inflação brasileira fechou 2021 atingindo o patamar de 10,06%, o maior número deste de 2015
A alta de preços nas prateleiras dos supermercados, a gasolina subindo constantemente e a falta de produtos para suprir as demandas internas, estiveram entre as principais preocupações do brasileiro em 2021. A inflação brasileira fechou o ano atingindo o patamar de 10,06%, o maior número deste de 2015. Com ela a alta e os efeitos da pandemia perdurando há quase dois anos, o mercado financeiro encara o novo ano com o desafio de mapear comportamentos em busca de soluções que sejam eficazes para entender os novos hábitos de consumo e a viabilização deles.
Para 2022, as projeções são de que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador oficial da inflação, encerre o ano acima da casa dos 5%, redução considerável em relação aos dois dígitos atingidos no ano anterior, mas ainda acima do teto de 3,5% previsto pelo Conselho Nacional Monetário (CNM).
Com o Banco Central projetando a Selic em 11,75% no primeiro semestre, a tendência é que o consumo decaia, uma vez que as compras no crediário e empréstimos ficarão com juros mais elevados. Com a economia desaquecida, o ritmo da inflação também deve diminuir, o que não significa uma queda no preço de produtos e serviços. “A inflação elevada decorre de uma série de fatores, em 2021 a gasolina foi um dos principais entre eles para contribuir com a porcentagem acima dos 10%. Com as medidas que visam a diminuição da inflação, o que se pode esperar é que os reajustes de valores no mercado sejam feitos com menos frequência e intensidade. Isso não significa que haverá uma redução drástica nos preços que os brasileiros estão pagando atualmente”, explica o contador e consultor financeiro Marcos Sá.
Já em relação ao PIB (Produto Interno Bruto), indicador que aponta o desenvolvimento econômico do país, a previsão é um crescimento modesto de apenas 0,29%. Apesar das projeções menores, em relação ao que era esperado em 2021, existe uma expectativa de que a cadeia de produção se normalize. “Com o longo período da pandemia houve um desequilíbrio na balança comercial, já que o mercado não estava conseguindo suprir todas as demandas. Em 2022 já devemos vivenciar uma normalização desse cenário, possibilitando que a meta da inflação fique mais viável”, pontua Marcos Sá.
Responsável por atrair grande parte dos olhares dos especialistas, o petróleo permanece sendo uma das principais preocupações para que as metas sejam atingidas. Caso a cotação do barril de petróleo suba, levando os preços da gasolina e do diesel a serem reajustados, a inflação pode permanecer superior ao esperado.
Com muitos meses à frente, o mercado trabalha com a realidade, entendendo também que o cenário ainda é delicado, principalmente com a chegada das novas variantes do coronavírus. Por outro lado, o movimento da economia pode indicar passos promissores, na expectativa também de investimentos estrangeiros feitos no país. “A situação envolve muitos fatores, mas é preciso olhar para o mercado de forma positiva. É um fato que para nos recuperarmos economicamente, passaremos por um processo gradual, mas com a expectativa de voltarmos ao eixo”, finaliza o contador Marcos Sá.
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