Especialistas alertam para cuidados que devem ser tomados para quem é esportista amador
Acompanhamento de profissional qualificado é fundamental para uma prática segura
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), uma pessoa que inclui a prática física como pedalar, nadar ou se exercitar ao menos três vezes na semana, durante 30 minutos, já é considerada atleta amadora. No entanto, especialistas alertam que é necessário tomar alguns cuidados para evitar problemas durante a prática esportiva, como lesões, problemas de coluna e até no coração.
Segundo o educador físico e professor do Instituto de Educação Médica (Idomed), João Alves de Moraes Filho, o acompanhamento de um profissional capacitado e avaliação médica são algumas das dicas para quem quer se dedicar a algum esporte de forma amadora. “Buscar um profissional qualificado formado em Educação Física e com conhecimento para desenvolver um programa de atividade física é o ideal. Isso evita lesões e complicações futuramente, além de tornar a prática mais agradável”, explica João Alves.
Outra dica, segundo o educador físico, é interromper a prática esportiva diante de qualquer sinal de desconforto. “Se sentir formigamento, dificuldade para respirar, mal-estar, a atividade deve ser interrompida. Continuar vai depender da recuperação deste praticante”, orienta Moraes Filho.
O professor ressalta, ainda, que o esportista jamais deve treinar machucado, seja por uma lesão ou até mesmo uma ferida, caso contrário a cicatrização ficará mais demorada. Os cuidados com higiene também devem ser observados. “Talvez um tênis que não foi arejado pode dar uma micose ou algum problema na pele”, explica.
Avaliação médica
Esportista amador é caracterizado por indivíduos adultos que praticam atividades físicas e esportivas de maneira regular, de moderada a alta intensidade, competindo eventualmente, porém, sem vínculo profissional com o esporte. Por envolver exercícios mais intensos, a orientação do médico cardiologista e professor do Idomed, Edval Gomes, é que o atleta passe sempre por uma avaliação médica.
“O ideal é que todo indivíduo neste grupo, que deseje realizar exercícios ou esportes em nível moderado/elevado de intensidade, seja submetido a uma avaliação médica para pesquisa de fatores de risco, sinais e sintomas sugestivos de doenças cardiovasculares, pulmonares, metabólicas ou do aparelho locomotor”, afirma.
Conforme o médico, embora raro, a morte súbita relacionada ao exercício é o evento mais grave que pode ocorrer. As estatísticas mostram que, na população geral, a incidência de morte súbita cardíaca durante o exercício é de aproximadamente 0,46 caso para cada 100mil pessoas-ano. Trata-se de pessoas com cardiopatias não conhecidas.
“Além da avaliação de risco cardiovascular, a avaliação médica é importante para ressaltar os riscos do doping, anabolizantes, anfetaminas e outras substâncias lícitas e ilícitas”, lembra o professor do Idomed, Edval Gomes.