Estudo aponta que 20% das pessoas com Diabetes Tipo 2 são portadoras de retinopatia
A retinopatia diabética acontece com alterações vasculares que fazem com que os fluidos da retina sejam vazadosUma pesquisa publicada pela revista científica BMC Public Health revelou que 20% dos portadores do diabetes Tipo 2, possuem retinopatia diabética. O acometimento, por sua vez, ocorre com alterações vasculares que fazem com que os fluidos da retina sejam vazados. Em suma, o diabetes pode causar hemorragias, descolamento da retina e, em casos mais avançados, pode resultar na perda parcial ou total da visão.
O oftalmologista e membro do corpo médico da Clínica de Olhos Massilon Vasconcelos, Ângelo Porto, explica que a retina é a camada de tecido sensível à luz. “Fica localizada no fundo do olho e seu principal papel é captar, registrar e decodificar ondas luminosas que, por meio do nervo óptico, são enviadas ao cérebro, formando, assim, a visão”, afirma.
Segundo o documento “As Condições de Saúde Ocular no Brasil”, de autoria do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), a retinopatia diabética é uma das maiores causas de cegueira entre indivíduos de todas as faixas etárias. No entanto, para aqueles que têm idade entre 20 e 60 anos, ou seja, em idade laboral, os dados se agravam, visto que é a maior causa de cegueira entre essa população.
“Infelizmente a retinopatia diabética não tem cura, mas a descoberta e o tratamento precoces podem ajudar a controlar esse problema, retardando a progressão. Por isso é muito importante ter cuidado com os níveis glicêmicos do sangue, os mantendo sempre controlados”, alerta o oftalmologista.
Prevenção, diagnóstico e tratamento
Porto explica que a retinopatia diabética poderia ser evitada com o diagnóstico e o tratamento precoces. “Para tanto, é importante que consultas oftalmológicas periódicas sejam realizadas regularmente para que a doença não se alastre e não cause danos irreversíveis à saúde ocular”.
Outro alerta feito pelo oftalmologista é que o diagnóstico de retinopatia diabética deve ser realizado em consultório médico e que, no caso dos paciente com diabetes tipo 1, as avaliações podem começar após cinco anos de doença ou após a puberdade, caso o diagnóstico tenha sido feito na infância. “Porém, se o paciente tem diabetes tipo 2, ele deve iniciar a partir do diagnóstico”.
O tratamento para o acometimento é realizado a depender da fase em que a doença for diagnosticada. “Pode ser realizado por meio do controle da glicemia e da pressão arterial, com medicação e alteração dos hábitos alimentares e da recomendação médica de exercícios físicos ou através de tratamento ocular”, conclui o oftalmologista.
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