Familiar, contratado e voluntário: conheça os perfis de cuidadores da Casa de Cuidados do Ceará
O cuidador é um grande parceiro de uma equipe multidisciplinar na reabilitação de pacientes. E na Casa de Cuidados do Ceará (CCC), mais de 60 pessoas, de diferentes perfis, desempenham essa função. Na unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), os cuidadores são também orientados e participam de treinamentos para melhor desempenhar o trabalho.
Todo paciente do equipamento tem direito a levar um cuidador de sua confiança para acompanhá-lo no processo de reabilitação. Se o paciente não tiver cuidador, a assistência ao paciente fica exclusivamente sob responsabilidade da equipe multidisciplinar.
A CCC conta atualmente com três perfis de cuidadores: o familiar, que tem algum parentesco com o paciente; o voluntário que é um amigo ou conhecido da família que se propõe a ajudar de forma solidária; e o contratado, que não tem laços familiares nem de amizade prévia, mas que é designado pela família a assumir a função (com remuneração), quando há confiança.
“Vale ressaltar que a Casa de Cuidados do Ceará não faz distinção entre os perfis de cuidadores, todos são tratados de forma igual e qualificados pela equipe multidisciplinar a desempenharem de forma eficaz as responsabilidades”, explica Itala Oliveira, gerente do equipamento.
Adriele Silva tem 23 anos e é cuidadora de Dona Maria, 73, há oito meses. Ela conheceu a família da paciente pela internet e, ao saber de seu ofício, foi convidada pela irmã da paciente a ser cuidadora. “Como eu tinha perdido minha avó recentemente quando recebi o convite, confesso que relutei, mas hoje é como se eu tivesse ganhado uma nova avó”, conta, emocionada. Adriele preza pela comunicação com a família e relata os detalhes da rotina com frequência.
Já Maria do Rosário tem uma responsabilidade em dobro, pois além de cuidadora, é mãe do paciente Bruno Pereira de Andrade, 27. Ele tem diagnóstico de distrofia muscular desde a infância. Além da mãe, também colaboram nos cuidados o pai e a irmã do paciente.
“No começo foi difícil passar a atuar como cuidadora porque eram muitas informações, mas, felizmente, graças ao apoio da equipe, logo consegui aprender”, conta Maria. Para ela não há diferença entre ser mãe e ser cuidadora. “Mas temos que reconhecer que ninguém cuida como uma mãe”, afirma, com um sorriso no rosto de quem entende bem sobre o assunto.
Cuidadores passam por treinamentos
Semanalmente, a CCC promove treinamentos junto à equipe assistencial sobre a forma mais segura de cuidar do paciente. Além disso, é realizada uma capacitação de 40 horas, com entrega de certificado, voltada para o manejo de pacientes em cuidados especiais.
Os cuidadores são treinados geralmente em relação ao posicionamento do leito, mobilização, manutenção de equipamentos, o que fazer diante de intercorrências, nutrição adequada, cuidados preventivos com a sonda, cuidados com higiene, como evitar dores nas articulações, entre outros. Dessa forma, é trabalhado o fortalecimento do vínculo familiar e o suporte no enfrentamento de doenças.
“Uma paciente da CCC estava prestes a receber alta e era cuidada por duas amigas da família, ou seja, voluntárias. Então, a irmã e a mãe da paciente decidiram participar dos treinamentos para aprender a cuidar em casa, após a alta. É muito importante para a pessoa que vai passar por essa experiência busque esse aprendizado constante. Para nós, é muito gratificante colaborar com esse momento”, relata Renata Gomes, analista de educação permanente da CCC, que atua nos treinamentos.