Fratura de fêmur: entenda os riscos para os idosos
20% dos pacientes idosos morrem dentro de 1 ano após uma fratura de fêmur
A fratura de fêmur tem um significado especial para a saúde do idoso pois nenhuma fratura aumenta o risco de morte no idoso como uma do fêmur, principalmente na região do quadril. Dados do Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into), do Ministério da Saúde, mostram que 20% dos pacientes idosos morrem após um ano da lesão por causa de agravamento de problemas preexistentes do coração, pulmão e rins.
Uma análise especial do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar no Brasil entre 2015 e 2020, produzida pelo Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) com dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), aponta que as hospitalizações em decorrência de fratura de fêmur em idosos acima de 60 anos, por quedas, ficou entre os principais motivos de internação deste público. De 2015 a 2019, o número de hospitalizações de pacientes com mais de 60 anos em decorrência de fratura do fêmur passou de 13 mil para 20 mil.
Recentemente, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso foi internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, com uma fratura no fêmur (osso da coxa) e precisou ser operado, segundo informações divulgadas pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). O ex-presidente está com 90 anos de idade.
Neste caso, o ex-presidente conseguiu ter seu quadro clínico estabilizado após passar por uma cirurgia, contudo nem todos os idosos têm uma recuperação satisfatória e muitos deles sofrem com o agravamento do problema. Segundo a OMS, essas complicações geradas após fraturas estão entre as principais causas de mortes em idosos.
O médico ortopedista – traumatologista, membro da Sociedade Brasileira do Quadril (SBQ), Dr. Tiago Gomes, ressalta os danos que as fraturas de fêmur podem causar à saúde dos idosos. “Eles podem sofrer com complicações locais, como a necessidade de reoperações e as sistêmicas, como alterações respiratórias, circulatórias e cardiovasculares”, afirma o especialista.
Mas, afinal, o que leva os idosos a fraturar o fêmur com tanta frequência? De acordo com o Dr. Tiago o principal motivo são os problemas de saúde dessa faixa etária. “A baixa acuidade visual e o comprometimento do equilíbrio tornam essa população mais suscetível. Ossos mais frágeis principalmente devido à osteoporose, doença comum nos idosos, predispõem a fraturas”, esclarece o ortopedista.
Como evitar
Uma residência adaptada ao idoso seria o ideal para evitar os acidentes domésticos com idosos, mas sabemos que essa não é a realidade de todos. Mas, medidas simples podem ser adotadas:
Retirar móveis mais baixos e objetos da área de circulação;
Usar sapatos fechados com solado de borracha;
Usar tapete antiderrapante no banheiro;
Evitar circulação em áreas de piso úmido;
Evitar encerar a casa;
Proporcionar o mínimo de iluminação à noite, para o caso de precisar se levantar;
Aguardar que o ônibus pare completamente antes de subir ou descer;
Utilizar sempre a faixa de pedestre e se necessário, usar bengalas, muletas ou outros instrumentos de apoio.
Além disso, exames periódicos e exercícios físicos também podem contribuir para evitar as fraturas na melhor idade. Realizar exames de visão e atividades físicas, como o fortalecimento muscular, através do pilates, aeróbica de baixo impacto, além dos exercícios aquáticos, auxiliam na melhora da autonomia, na mobilidade do idoso e diminuem os riscos de quedas, consequentemente, evitando as fraturas, incluindo as no fêmur.