Girassol Vermelho, filme de abertura de Tiradentes, estreia em 20/03
Filme é inspirado nos contos de realismo fantástico escritos por Murilo Rubião
Girassol Vermelho, novo longa-metragem do multiartista mineiro Eder Santos e co-dirigido por Thiago Villas Boas, estreia em 20 de março nos cinemas, com distribuição da Pandora Filmes. Selecionado para abrir a Mostra de Cinema de Tiradentes de 2025, o filme é inspirado na obra do escritor Murilo Rubião, mestre do realismo fantástico. A trama acompanha Romeu (Chico Diaz), um homem que, ao tentar fugir do passado em busca de liberdade, acaba sendo preso e torturado numa estranha cidade onde fazer perguntas é proibido.Selecionado para abrir a Mostra de Cinema de Tiradentes de 2025, Girassol Vermelho marca o início de uma trilogia intitulada “RGB” — sigla que faz referência às cores vermelho, verde e azul, fundamentais na formação das imagens digitais. Além do filme em questão, a trilogia inclui Deserto Azul (2014) e um terceiro título em desenvolvimento. Esse conceito cromático reflete a própria trajetória de Eder Santos, reconhecido por sua experimentação visual e pela fusão entre imagem eletrônica e narrativa cinematográfica. Desde os anos 1980, o diretor consolidou-se como um dos pioneiros da videoarte no Brasil, com suas obras exibidas em festivais internacionais e integradas aos acervos de instituições como o MoMA, em Nova York, e o Centre Pompidou, em Paris.Filmado em uma fábrica de cimento desativada, Girassol Vermelho se destaca pela ambientação bruta e distópica. A direção de arte, assinada por Laura Vinci e Joana Porto, traz a experiência do teatro para a construção dos cenários, enquanto a fotografia é conduzida por Stefan Ciupek, que também assinou Deserto Azul (2014) e tem no currículo trabalhos em produções internacionais como “Quem Quer ser um Milionário” (2008), “Anticristo” (2009), “Armas em Jogo” (2020) e o documentário “Babenco – Alguém Tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou” (2019).Este último filme também estabelece uma conexão com o elenco de Girassol Vermelho, que conta com a participação de Bárbara Paz, diretora do documentário sobre Babenco. Além dela e de Chico Diaz, que também é co-produtor do projeto, o elenco reúne atores da Mundana Companhia, grupo teatral de São Paulo com o qual Eder Santos colaborou por quatro anos: Aurí Porto, Vinícius Meloni, Mariano Mattos Martins e Luísa Lemmertz. Já na reta final da produção, o diretor decidiu incluir um novo personagem para amarrar melhor a narrativa. Interpretado por Daniel de Oliveira, ele foi filmado em dezembro de 2023, poucos meses antes da estreia do longa nos festivais.Girassol Vermelho é inspirado em dois contos de Murilo Rubião: “A Cidade” e “Os Comensais”. A relação de Eder Santos com o escritor remonta aos tempos de faculdade, em Belo Horizonte, quando o diretor, então envolvido com teatro, conheceu Rubião pessoalmente e chegou a ter reuniões com ele para planejar uma peça baseada em seus contos. O resultado é um filme que mistura o absurdo e o onírico, típicos do universo rubiano, com a estética única de Santos, que transita entre o cinema e as artes plásticas.O longa explora a violência institucionalizada e a alienação em um sistema que oprime e tortura seus indivíduos. Os temas centrais da obra – repressão, abuso de poder e impossibilidade de questionar – ressoam de forma crítica no cenário atual do Brasil e do mundo, marcado por ameaças à democracia.Girassol Vermelho é um lançamento Pandora Filmes. |
Sinopse Girassol Vermelho é um filme inspirado em Murilo Rubião, mestre do realismo fantástico brasileiro, sobre a jornada de Romeu, um homem que deixa seu passado, numa busca pela liberdade. Por acaso, ele chega a uma estranha cidade onde um sistema opressor e patético, que não permite questionamentos, o arrasta para uma sequência de interrogatórios e torturas. Nesse mundo absurdo, Romeu percebe que perdeu seu maior valor: a liberdade. Cheio de dor e fúria, Romeu, delirante, se entrega a uma nova e ainda mais estranha viagem. |
Ficha Técnica Direção: Eder Santos Co-direção: Thiago Villas Boas Montagem: Fabian Remy, Dan Loghin, Carlos Tribiño Mamby, Barão Fonseca Roteiro: Mônica Cerqueira e Eder Santos Produção: André Hallak, Barão Fonseca, Bia Flecha, Monica Cerqueira Direção de fotografia: Stefan Ciupek Colorista: Dirk Meier Trilha Sonora: Paulinho Santos, Stephen Vitiello, Alê Siqueira, Pat C Desenho de Som: Alexandre Martins, Eder Santos Supervisor de Pós-produção: Leandro Aragão Direção de arte: Laura Vinci, Allen Roscoe Figurino: Joana Porto Produção Executiva: André Hallak, Barão Fonseca, Eder Santos, Leandro Aragão, Joana Braga Direção de produção: André Hallak, Barão Fonseca, Joana Braga Elenco: Chico Dias, Luiza Lemmertz, Bárbara Paz, Luah Guimarães, Mariano Mattos, Vinícius Meloni, Aury Porto, Michelle Castro, Renato Parara, Carlos Magno, Fernanda Rodrigues, Luciano Luppi, Mônica Cerqueira, Mariana Maioline, Alexandre Vasconcelos, Fabiano Persi, Emílio Murase, Gláucia Vandeveld, Gilberto Scarpa, Adyr Assumpção, Marcelo Castro, Fabian Remy, Thaís Helt, Paulinho Santos, Lisa Cerqueira, Josefina Cerqueira, Pat C, Regina Ganz. Ator convidado: Daniel de Oliveira |
Sobre Eder Santos Reconhecido mundialmente por projetos que mesclam artes visuais, cinema, teatro, vídeo e novas mídias, tem uma premiada carreira como realizador e diretor de cinema e TV, sendo autor de 15 curtas-metragens e 2 longas-metragens premiados: “Enredando as Pessoas” (1995), e “Deserto Azul” (2013). Na TV, destaque para a direção artística da série “Água de Plantar” (2020), a direção da ainda inédita “1986”, e da premiada “Contos da Meia-Noite”, realizada pela da TV Cultura em 2004. |
Sobre a Pandora Filmes A Pandora é uma distribuidora de filmes independentes que há 35 anos busca ampliar os horizontes da distribuição de longas-metragens no Brasil, revelando cineastas outrora desconhecidos no país, como Krzysztof Kieślowski, Theo Angelopoulos e Wong Kar-Wai, e relançando clássicos memoráveis em cópias restauradas, de diretores como Federico Fellini, Ingmar Bergman e Billy Wilder. Sempre acompanhando as novas tendências do cinema mundial, os lançamentos dos últimos anos incluem “O Apartamento”, de Asghar Farhadi, vencedor do Oscar de Melhor Filme Internacional; “The Square: A Arte da Discórdia”, de Ruben Östlund, vencedor da Palma de Ouro em Cannes; “Parasita”, de Bong Joon Ho, vencedor da Palma de Ouro e do Oscar; o tunisiano “O Homem que Vendeu Sua Pele”, de Kaouther Ben Hania, e “A Felicidade das Pequenas Coisas”, uma grande surpresa do cinema do Butão, ambos indicados ao Oscar de Melhor Filme Internacional; “Apocalypse Now: Final Cut”, a obra-prima de Francis Ford Coppola; “Roda do Destino”, de Ryusuke Hamaguchi, vencedor do Grande Prêmio do Júri no Festival de Berlim; mais os brasileiros “Deserto Particular”, de Aly Muritiba, e “Uma Família Feliz”, de José Eduardo Belmonte, dois grandes sucessos aclamados pela crítica. |