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“Gonzagão Sinfônico”: Quinteto Violado e Orquestra Sinfônica da UECE reverenciam Luiz Gonzaga

Há 30 anos, o mundo perdia Luiz Gonzaga. Voz que se tornou ícone da região Nordeste, o pernambucano de Exu deixou um legado incalculável à música, levando o forró pé de serra para todos os cantos do mundo. Em sua homenagem, a Art Rec Produções apresenta “Gonzagão Sinfônico”, com produção da TM Produções, um projeto itinerante, que tem como atração principal o Quinteto Violado, acompanhado pelo talento da Orquestra Sinfônica da UECE, sob a regência do Maestro Alfredo Barros.

Em Fortaleza, o show será realizado no Cineteatro São Luiz, no dia 23/09 (sábado), às 19h. No espetáculo, que tem 80 minutos de duração, o grupo resgatará os grandes sucessos do Rei do Baião. O repertório trará canções escolhidas entre as mais de 500 que foram registradas nos 56 discos gravados pelo “Velho Lua”, onde podemos destacar “Asa Branca”, “Qui nem Jiló”, “Sabiá” e “Sala de Reboco”. Os ingressos custam de R$ 50 a R$ 120 e podem ser adquiridos no Sympla ou na bilheteria do teatro.

LUIZ GONZAGA

Luiz Gonzaga nasceu na Fazenda Caiçara, em Exu, sertão de Pernambuco, no dia 13 de dezembro de 1912. Um dos oito filhos de Januário José dos Santos, o mestre Januário, “sanfoneiro de 8 baixos”, e Ana Batista de Jesus. Aos 13 anos, com dinheiro emprestado, compra sua 1ª sanfona. Foi com o pai que Luiz aprendeu a tocar o instrumento. Não era adolescente ainda quando passou a se apresentar em bailes, forrós e feiras, de início acompanhando seu pai. Após servir o Exército no Crato, partiu para o Rio de Janeiro e começou a participar de programas de calouros. Foi no programa de Ary Barroso, na Rádio Nacional, que se destacou ao ficar em 1º lugar com a música “Vira e Mexe”. Passou a gravar discos, como sanfoneiro, para outros artistas. Tocando com a dupla Genésio Arruda e Januário, é descoberto pela gravadora RCA Vitor e grava seu disco de estreia.

Na década de 1940 até metade da de 50, a música nordestina viveu sua fase áurea, e Luiz Gonzaga, consolidado como um dos artistas mais populares do País, virou o Rei do Baião. Trajado com chapéu, gibão e sua inseparável sanfona branca, teve suas músicas regravadas por jovens cantores, como Geraldo Vandré, Gilberto Gil e Caetano Veloso, que o citavam como influência. Durante os anos 70, fez shows no Teatro Municipal (SP) e no Tereza Raquel (RJ). Nos anos 80, sua carreira tomou novo impulso. Gravou com Fagner, Dominguinhos, Elba Ramalho, Milton Nascimento. Cantou para o papa João Paulo II, em Fortaleza. Cantou em Paris a convite da cantora amazonense Nazaré Pereira. Recebeu o prêmio Nipper de Ouro e dois discos de ouro pelo álbum “Sanfoneiro Macho”. Sua dupla com Gonzaguinha, seu filho, deu certo. Fizeram shows por todo o País com “A Vida de Viajante”. Na década de 1980, apresentou-se na Europa; e começaram a surgir os livros sobre o homem simples e, por vezes, até ingênuo, que gravou 56 discos e compôs mais de 500 canções. Em 1989, faleceu vítima de parada cardiorrespiratória.

QUINTETO VIOLADO

Criado em Pernambuco no momento pós-tropicalista (1971), o Quinteto Violado focou seu trabalho na música regional, valorizando a cultura brasileira através de trabalhos de pesquisa e agregando as experiências pessoais dos seus integrantes. Desde então o Quinteto e sua identidade sonora, construída a partir do contrabaixo, violão, viola, flautas, teclados, percussão e vozes, conquistam cada vez mais admiradores em todo Brasil e também em vários países do mundo.

O seu estilo “Free Nordestino” se caracteriza pelos arranjos com a identidade nordestina e a influência da música do mundo. A música do Quinteto é orgânica, com personalidade local, mas, quando projetada, tem referências que independem de nacionalidade. É um som universal com fortes influências nordestinas e cosmopolitas na sua harmonia. Algumas poesias ou letras são dos próprios integrantes, mas a maioria é leitura do cancioneiro popular que recebe roupagem nova com arranjos transformadores.

Formado por Toinho Alves, Marcelo Melo, Luciano Alves (Ciano), Roberto Menescal e Eduardo de Carvalho Alves (Dudu), o Quinteto Violado é um patrimônio da música nacional, sendo reconhecido pelo próprio Luiz Gonzaga como um dos grupos que melhor representa sua música.

ORQUESTRA SINFÔNICA DA UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ (OSUECE)

O projeto da OSUECE é uma ação tríplice de ensino, pesquisa e extensão que atua como um forte agente aglutinador de músicos de diferentes camadas sociais e alunos matriculados em cursos superiores da UECE. É, sobretudo, uma orquestra jovem que tem um compromisso de inclusão social e acadêmica. Abre perspectivas para a orientação e apoio aqueles estudantes de música que procuram uma oportunidade de ingressar na universidade.

Com o projeto da orquestra iniciado em agosto de 2008, a OSUECE estreou um ano depois, em 2009. Desde então, trabalha um conjunto variado de obras em seu repertório, de compositores brasileiros em geral, com destaque especial para jovens compositores cearenses que desenvolvem atividade no Bacharelado em Composição da UECE, arranjos e adaptações de grandes obras populares e obras do repertório tradicional sinfônico.

É formada por cerca de 65 integrantes distribuídos dentre os naipes das madeiras, metais, percussão e cordas. A direção e regência titular é do prof. Alfredo Barros, maestro e compositor, doutor em Artes Musicais pela Universidade do Texas, Austin, EUA. Professor de composição do Curso de Música da UECE, o maestro desenvolve projetos artísticos dessa natureza desde 1988.

SERVIÇO
Gonzagão Sinfônico
Data: 23 de setembro (sábado)
Horário: 19h
Local: Cineteatro São Luiz (Rua Major Facundo, 500 – Centro)
Classificação etária: Livre | Duração: 80 minutos
Ingressos: Plateia inferior – R$ 120,00 (inteira) e R$ 60,00 (meia); Plateia superior – R$ 100,00 (inteira) e R$ 50,00 (meia)
Vendas: Sympla ou na Bilheteria do Cineteatro. Horário de funcionamento: terça a sexta, de 9h30 às 18h, e aos sábados, de 9h30 às 17h.

Meia entrada para estudantes, idosos, crianças entre 3 e 12 anos, pessoas com deficiência e seu acompanhante, professores da Rede Pública de Ensino de Fortaleza, jovens pertencentes a famílias de baixa renda com idade entre 15 e 29 anos e doadores regulares de sangue. Em todos os casos é necessária a apresentação do(s) documento(s) comprobatório(s) e do documento de identificação com foto.