Grag Queen abre o coração e detalha momentos da trajetória
Eletrochoque, jejuns e frases de afirmação faziam parte do “tratamento” de “Cura Gay” que multiartista realizou na infância
Gregory Mohd, também conhecido como Grag Queen, multiartista, vencedora do reality show “Queen of the Universe”, e apresentadora “Drag Race Brasil”, é uma das maiores drag queens do país. Mas antes da fama, Grag teve de enfrentar o preconceito por meio de uma “terapia de conversão”, a “Cura Gay”.
Grag relata que aos 10 anos começou realizar o tratamento, que incluía jejuns, estudos, depoimentos de mulheres trans que tinham retornado ao “normal”, e tornado-se pastores. Além disso, choque e eletrochoques eram aplicados após molhar a boca e cabeça dos pacientes.
A multiartista era obrigada a repetir seguidamente frases como “eu não sou gay”, “eu posso não ser perfeito, mas Deus vai me fazer perfeito” e “eu nego a mim mesmo”, durante as sessões. Até que um dia, Grag decidiu encerrar por conta própria a situação e ir aos Estados Unidos, com o dinheiro que estava guardado para sua faculdade.
A cantora enfatiza os danos que “tratamentos”, como a “Cura Gay” podem causar nos indivíduos, entre eles, mentais e sociais e também lembra a importância da rede de apoio, de amigos e de profissionais qualificados, e que o principal é não desistir de si próprio, pois não existe nada de errado.
Hoje, com mais de 2 milhões de seguidores no Tiktok, além de 585 mil no Instagram, além de dois EPs e mais de 110 mil ouvintes mensais no Spotify, sendo a 3° drag queen com mais ouvintes mensais na plataforma, a cantora também apresentou-se em dois dos maiores festivais de música do país, o Rock in Rio e o The Town e continua sua carreira de sucesso por onde passa.