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Instabilidade energética com sobrecarga de final de ano aumenta a busca por energia emergencial no Ceará

Com a sobrecarga energética gerada pelos aumento no numero de eventos, hóspedes, assim como aumento da demanda em bares, restaurantes, quedas de energia elétrica foram registradas Ceará no período de festas de final de ano. Os prejuízos contabilizados em razão da interrupção no fornecimento de energia são grandes, chegando a mais de R$ 30 mil reais em alguns casos, conforme relatam empresários.

Os cearenses se deparam com uma situação delicada, uma vez que a instabilidade energética tem causado transtornos e grandes prejuízos financeiros à população como um todo.

Dentro desse cenário, os geradores de energia são imprescindíveis para quem precisa de energia emergencial em momentos cruciais de produtividade, conservação de estoques, garantia de energia elétrica em eventos e, principalmente, em unidades hospitalares, pois nestas, além do prejuízo financeiro, há o risco de prejuízo às vidas.

No caso do Ceará, a procura por geradores de energia tem saltado do âmbito empresarial para o âmbito residencial também. As dificuldades com a oscilação da energia têm prejudicado pessoas que passam por tratamento de saúde em casa, por exemplo.

Conscientização

Luiz Antonio Trotta, proprietário da DCDN, empresa sediada em Fortaleza, com atuação em estados do Nordeste e que atua nos mercados de energia elétrica, marítimo, agrícola, construção e automotivos, destaca a força desse mercado. A DCDN é responsável, por exemplo, por toda a base de energia da Ilha de Fernando de Noronha, tendo assumido o desafio após um apagão na ilha, ocorrido há mais de 10 anos.

Mas porque optar por uma energia emergencial?

Pelo menos 70% da energia gerada hoje no Brasil é hidráulica. Ela é a energia base do país (exemplo disso são as usinas hidrelétricas de Itaipu e de Belo Monte). A energia hidráulica vem de uma fonte renovável (a água), só que para se construir mais usinas hidráulicas, é necessário possuir mais reservatórios, e esses reservatórios têm custos: o social, pois famílias dependem daquela região e há a possibilidade de inundação de áreas enormes; o ambiental, no qual há a destruição de fauna e flora para criação dos reservatórios; e o financeiro, pois os reservatórios são equipamentos caros. Além disso, é uma energia que, como o próprio nome diz, depende da água, então é falha diante de uma crise hídrica, por exemplo.

O potencial hidráulico brasileiro está todo na Região Norte, que não possui cargas, ou seja, não possui tantas indústrias, empresas. Grande parte da energia no país é gerada então na Região Norte e levada para o centro consumidor, a Região Sudeste especialmente, o que depende da criação de linhas de transmissão gigantes, com custos altíssimos, tanto ambientais quanto financeiros, ou seja, são vários os impactos. Assim, não há muito para onde crescer, de forma sustentável, na área hidráulica.

Eólica / Solar

Dentro desse contexto, a energia eólica e a solar são duas fontes importantes. Mas há uma situação a se observar: em outubro, por exemplo, quando é o período de maior vento na Região Nordeste, a energia eólica chega a representar 13% da matriz energética brasileira. “Mas ela pode ser considerada uma fonte de energia intermitente, ou seja, está condicionada ao vento, que ocorre em alguns períodos do ano e em outros não.

Como fonte de energia instável, intermitente, podemos incluir também a solar, que depende exclusivamente do sol. O problema é que nem todas as épocas do ano possuem sol suficiente para contar com essa energia com 100% de garantia.

Dentro desse contexto, os geradores de energia são imprescindíveis. “A gente busca uma geração para ficar no centro da carga, localizada na unidade consumidora. Vamos supor que uma empresa possua um projeto eólico, assim, ela é 100% sustentável. Só que ela depende do sistema de transmissão, ou seja, se der uma falha no sistema de transmissão, essa empresa vai ficar sem energia”, destaca Luiz Trotta.

Diferença de consumidor cativo e consumidor livre

O consumidor cativo é o cidadão comum, que compra a energia da concessionária. Funciona assim: a concessionária entra em um leilão e compra energia, que em sua maioria é hidráulica, portanto, compra das usinas, mas também adquire a solar (bem menos) e a eólica. O cidadão compra então a energia. Já o consumidor livre é representado por uma negociação direta entre gerador e consumidor.

“Normalmente, ele pode fazer esse balanceamento do que vai usar, então sabe o que está usando. O nosso principal negócio é local, é aquele gerador que fica na indústria do cliente, na empresa do cliente, no comércio do cliente. Porque em uma eventual falta de energia da concessionária, a energia emergencial entra automaticamente. Esse é o nosso principal negócio: energia para emergências”, conclui Luiz.