Milton Nascimento emociona público com turnê Clube da Esquina em Fortaleza
O show foi dedicado a Lô Borges, que assinou com Milton Nascimento o Clube da Esquina 1. Com cenário personalizado assinado pela dupla Os Gêmeos, arranjos novos, muita emoção e o carinho do público, a estréia da turnê Clube da Esquina, de Milton Nascimento, no Centro de Eventos, em Fortaleza no sábado (17), foi um espetáculo de emoções.
Essa é a primeira vez que Bituca reúne os sucessos dos discos Clube da Esquina 1 e 2, em uma apresentação que celebra o lançamento dos álbuns, respectivamente, em 1972 e 1978.
Os clássicos presentes no repertório do espetáculo emocionaram o público – entre elas, a música “Tudo que Você Podia Ser”, que iniciou o show de quase duas horas, a dançante “Cravo e Canela”, lembrada pelo músico como sendo uma parceria com Ronaldo Bastos. Além das clássicas “Maria, Maria”, “Clube da Esquina 2”, “Casamiento de Negros”, “Cais” e “Trem Azul”, que também estavam entre as 23 canções escolhidas para a apresentação.
Bituca tocou violão e sanfona. Como um maestro, ele regeu o público que reagiu com palmas, lágrimas, sorrisos, abraços de afeto e muita cantoria. As histórias contadas por Milton durante o show marcam mais momentos especiais durante sua apresentação.
O músico e compositor contou ao público algumas histórias do Clube da Esquina e passagens da sua vida pessoal, como ser filho adotivo. Também lembrou da infância em Três Pontas, onde foi criado. Não deixou de fora o momento em que começou a se interessar por música e a tocar violão, a amizade com Lô Borges foi lembrada com causos engraçados da vida dos dois.
Para Milton, a amizade construída em Belo Horizonte com os parceiros de Clube da Esquina é para sempre: “A amizade que a gente construiu, no começo de tudo, lá nos anos sessenta é para sempre. E os dois discos do Clube mostram muito bem isso. Sem a nossa amizade nada disso teria acontecido”.
Fascinação
“Esse show é um resumo da obra deste músico que colaborou de forma decisiva e imprescindível para a identidade do nosso país, haja vista que o Clube da Esquina surgiu no contexto da Ditadura Militar, então, é um discurso de libertação das ideias e de resistência”, afirma Luiz Izaac, 29 anos, mestrando em Linguística.
Ele conheceu Milton Nascimento aos 13, quando ouviu a canção “Cio da Terra”. “Desde então fiquei fascinado pela arte dele porque me impressiona sua capacidade de dizer aquilo que não digo para ninguém. É um dizer da alma, e isso me fascina”, afirma. O fascínio pela obra de Milton é tanta que ao escrever o Trabalho de Conclusão de Curso, Izaac optou por analisar as músicas de Bituca escolhendo como objeto o ethos no discurso lítero-musical que Milton profere.
Já o Analista de Logística, Cirilo Antônio, mineiro de 46 anos, foi levado ao show pela sua filha Bruna Santos. “Sou muito fã do Milton Nascimento porque ele nos representa. Apesar de ser mineiro e conhecer há bastante tempo o trabalho desse músico incrível hoje é a primeira vez que tive o privilégio de assistir a um show. Foi um presente da minha filha, da família, que resolveu me proporcionar esse momento emocionante e único”, destaca.