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Novembro Azul: tabu e resistência aos exames de prevenção das doenças do homem persistem

Segundo especialistas, empresas devem apostar na campanha entre funcionários com muita informação e de forma criativa para maior adesão
Iniciou neste mês a campanha Novembro Azul, que busca conscientizar sobre doenças que podem acometer homens, em especial o câncer de próstata. Além disso, as ações giram em torno da prevenção como a principal arma contra essas comorbidades. Abraçada a nível mundial, a campanha entra em empresas com ações voltadas para todos os colaboradores.

“Falar sobre saúde masculina é também falar machismo, que mata. Mata quando, por puro preconceito, milhares de homens não fazem exames de rotina, como um simples exame de sangue, e acreditam estarem imunes por serem quem são. Comportamentos esses que levam ao aumento de casos de câncer de próstata e de pênis. Ou ainda, aqueles que são vítimas não só de si, mas também da falta de informação. Por isso, a importância de que ela seja propagada dentro das empresas, nos recursos humanos em geral. A esposa repassa para o marido, a filha pra o pai e assim em cadeia”, explica a psicóloga e sócia da Fasi Consultoria, Carla Pinheiro.


Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), 65.840 novos casos de câncer de próstata estão estimados a cada ano, entre 2020 e 2022. O que corresponde a 29% dos diagnósticos da doença no país. Outro dado alarmante é do câncer de pênis: 1.600 amputações ao ano, com incidência maior nas regiões Norte e Nordeste e seis em cada 10 homens no Brasil só procuram um médico quando os sintomas estão insuportáveis, de acordo com o Instituto Lado a Lado pela Vida.


Esse é o tamanho dos desafios da campanha Novembro Azul. Ainda envolto de resistência e tabus a exames, como o toque retal, ou até mesmo falta de higiene pessoal. Para Mariana Furtado, consultora de negócios e também sócia da Fasi, o assunto tratado dentro das empresas deve ser rodeado de informação e tratado de forma delicada, devido a resistência em se debater o assunto. “Ainda existe uma barreira cristalizada na mente de muitos homens sobre autocuidado e saúde. Ao trazer tais temas, as empresas devem procurar levar informação de forma criativa e linguagem acessível a todos. Assim, a campanha tomará as proporções a que se deseja”, finaliza.