O Dia Internacional de Luta Contra o Câncer na Infância promove uma mobilização global em prol da vida
Em 2019 eram esperados mais de 12,5 mil novos casos de câncer infantojuvenil, porém a estimativa para o triênio (2020-2022) sofreu uma redução de, aproximadamente, 32% de novas incidências
Promover uma consciência global sobre o papel decisivo do Diagnóstico Precoce no combate ao câncer infantojuvenil. É com este objetivo que o dia 15 de fevereiro foi instituído como o Dia Internacional de Luta Contra o Câncer na Infância durante a Confederação Internacional de Pais de Crianças com Câncer (ICCCPO) em 2002. A data mobiliza mais de 90 países para atingir a meta de redução da taxa de mortalidade infantil causada pelo câncer. No Ceará, a Associação Peter Pan tornou-se referência no programa de capacitação em Diagnóstico Precoce e no segmento de assistência social ao tratamento da doença.
A instituição capacitou em 2019 cerca de 2.829 profissionais da área de saúde na capital do Estado e nos municípios de São Gonçalo do Amarante, Pacatuba, Itaitinga e Horizonte, sendo eles médicos, dentistas, enfermeiros, técnicos de enfermagem, auxiliares de saúde bucal, agentes comunitários de saúde e estudantes dos cursos de medicina e enfermagem.
A grande dificuldade em diagnosticar de forma precoce o câncer infantojuvenil é identificar se os sinais e sintomas apresentados pelas crianças e adolescentes são de doenças comuns da infância ou de um possível câncer. Nesta etapa é fundamental que os profissionais de saúde estejam devidamente capacitados. A detecção precoce do câncer é crucial para aumentar as chances de cura.
“O câncer infantojuvenil existe e é uma grande realidade na nossa população. É muito importante que a família e os profissionais de saúde mantenham-se atentos as crianças e adolescentes. Quanto mais cedo esses pacientes recebem o tratamento adequado, maiores são as chances de cura, podendo chegar até 80% nos países de Primeiro Mundo e 70% aqui, no Brasil. Além disso, o Diagnóstico Precoce melhora a qualidade de vida desses pacientes e, em um futuro próximo, as sequelas podem ser menores”, a explica a médica Oncologista e Hematologista Pediátrica e Gerente da Técnica Médica da Associação Peter Pan, Sandra Emília Almeida Prazeres.
Além do trabalho realizado de capacitação dos profissionais do Programa Saúde da Família (PSF), a Associação Peter Pan presta assistência aos pacientes que estão em tratamento no Centro Pediátrico do Câncer, bem como as suas famílias. No último ano foram realizadas 116.534 assistências, através dos seus 17 programas sociais. Este número refere-se a diversas atividades que contribuem para que haja a humanização no tratamento do câncer infantojuvenil, como incentivo a educação, cultura e lazer, sistema de plantão fraterno nas enfermarias, reformas habitacionais, doação de cestas nutricionais, além do apoio social, psicológico e financeiro.
Sandra Salgado, Gerente de atividades sociais da APP, explica quais os planos no âmbito social para os próximos anos. “A Associação Peter Pan vem realizando um intenso trabalho de assistência social para as crianças, os adolescentes e seus familiares. O nosso objetivo para os próximos anos é aprimorar o trabalho que vem sendo desenvolvido nestes 24 anos de trajetória, trazendo ainda mais conforto e alegria para aqueles que enfrentam a realidade do câncer infantojuvenil. Em 2019 fomos eleita a Melhor ONG do Brasil e este título só reforçou a nossa responsabilidade em cumprir a missão da entidade de elevar o índice de cura e melhorar a qualidade de vida dos pacientes e suas famílias”.
Sinais e Sintomas
Os tumores infantojuvenis apresentam sinais e sintomas que não diferenciam muito das doenças benignas comuns nessa faixa etária e, muitas vezes, a criança ou o jovem apresentam condições de saúde razoáveis na fase inicial do câncer. Por isso, a atenção e o conhecimento do médico são fundamentais para o tratamento e cura do paciente. Os principais sinais e sintomas do câncer infantojuvenil são:
- Palidez
- Hematomas sem causa aparente ou sangramento
- Caroços ou inchaços – especialmente se são indolores e sem febre ou outros sinais de infecção
- Perda de peso sem explicação
- Tosse persistente ou falta de ar
- Suor noturno
- Alterações nos olhos – pupila branca, estrabismo de início recente, perda da visão, hematomas ou inchaço ao redor dos olhos
- Inchaço abdominal
- Dores de cabeça, especialmente se incomum, persistente ou grave
- Vômitos (em especial pela manhã ou com piora ao longo dos dias)
- Dor em membro ou dor óssea, inchaço sem trauma ou sinais de infecção
- Fadiga, letargia, ou mudanças no comportamento, como isolamento
- Tontura, perda de equilíbrio ou coordenação
Estimativas 2020
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA) estima-se que o Brasil terá 625 mil novos casos de câncer e desse total, cerca de 8.460 serão crianças e adolescentes de 0 a 19 anos a cada ano do triênio 2020-2022. A novidade nos dados mais recentes, em virtude da melhoria na qualidade das informações, é o cálculo de estimativas para o câncer infantojuvenil adotando a mesma metodologia empregada na projeção dos números da patologia em adultos. Dessa forma, foi possível apresentar dados por estado.
As estimativas apontam o maior risco de câncer na região Sul (165,27/milhão), seguida pela região Sudeste (159,30/milhão), região Centro-Oeste (135,18/milhão), região Nordeste (118,07/milhão) e por fim região Norte (93,71/milhão). No Ceará são esperados 360 novos casos, segundo o INCA