Oftalmologista esclarece mitos sobre a saúde ocular
Em muitos casos, crendices populares podem, ao contrário do que se deseja, prejudicar a visão
É de conhecimento geral que os cuidados cotidianos são importantíssimos para manter a saúde dos olhos em dia. No entanto, na tentativa de evitar problemas na visão, muitas pessoas acabam aderindo a algumas práticas ditas benéficas, mas que podem acabar colocando a saúde em xeque. Pensando em desmistificar alguns desses mitos, o médico oftalmologista Massilon Vasconcelos, da Clínica de Olhos Massilon Vasconcelos, listou cinco informações erradas sobre a saúde ocular.
1 – Ler no escuro prejudica a visão?
MITO. No entanto, é melhor ler com boa iluminação para ter contraste adequado entre as letras e o papel. Devem-se evitar reflexos de luz diretamente nos olhos por causa do incômodo.
2 – Criança que brinca de entortar os olhos pode ficar vesga?
MITO. Os músculos dos olhos das crianças são suficientemente fortes para permitir olhar na direção que quiserem. O estrabismo, desvio da direção dos olhos, geralmente é um defeito congênito: a criança já nasce com ele.
3 – Anel aquecido trata terçol?
MITO. O tratamento do terçol baseia-se na aplicação de compressas mornas a antibióticos em forma de pomadas. O calor do anel aquecido pode até ter o mesmo efeito, mas não é o tratamento mais adequado.
4 – Leite materno cura conjuntivite de bebê?
MITO. A conjuntivite pode ter origem alérgica, viral e bacteriana. É preciso saber a causa. Com bebês, o cuidado deve ser ainda maior. Jamais pingue qualquer substância nos olhos dele sem consultar o seu médico.
5 – Assistir TV muito perto prejudica a visão?
MITO. Ficar muito tempo com os olhos fixos na tela diminui a frequência das piscadas do olho, causando seu ressecamento. Mas a aproximação da TV também pode ser um sintoma de miopia, hipermetropia e astigmatismo, determinados por fatores genéticos. Nestes casos, a tela não tem culpa.
Massilon destaca a importância de consultas oftalmológicas anuais para prevenção e diagnóstico de enfermidades oculares. “A maioria das doenças que afetam os olhos começa de forma assintomática. Por isso, é recomendado que se procure um oftalmologista anualmente — mesmo sem sintomas”, explica o médico. Para se ter uma noção da importância das consultas de rotina, vale a pena ressaltar um dado da Organização Mundial da Saúde (OMS). De acordo com o órgão, estima-se que entre 60% e 80% dos casos de cegueira em todo o planeta são evitáveis ou tratáveis se o paciente receber atendimento correto em tempo adequado. “As doenças oculares tendem a se desenvolver de forma silenciosa, então, muitas vezes, quando os sintomas começam a aparecer, é sinal de que o problema está mais grave”, pontua Massilon.