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Pintar é terapia que pode aliviar sintomas físicos e psicológicos; CCC incentiva pacientes e colaboradores a realizar atividades manuais

Além da oportunidade de desenvolver e expandir negócios, atividades manuais e de estímulo à criatividade como a pintura funcionam como aliados no combate a doenças mentais como depressão, ansiedade e exaustão, além de dores físicas e emocionais. Ana Suelen Nascimento, 37, que está internada na Casa de Cuidados do Ceará (CCC), equipamento vinculado à Secretaria da Saúde do Estado (Sesa), sabe bem da importância da prática.

A paciente, em tratamento para curar pneumonia e hipertensão pulmonar, tem o hábito de pintar desde a infância. Na unidade estadual, ela segue com o exercício – sendo acompanhada por profissionais de saúde. “Gosto de pintar para passar o tempo e também para esquecer as lembranças ruins. Sempre que lembro de algum acontecimento ruim, vou pintar para esquecer. Faço isso praticamente todos os dias, durante tempo indeterminado, até cansar”, conta. Quando sente vontade de brincar com as cores, Suelen pede à equipe da CCC para imprimir desenhos disponíveis na internet.

Arteterapia
Antes sugerido para crianças durante o aprendizado escolar, pintar é cada vez mais incentivado para adultos, visto que promove o alívio do estresse e diminui a ansiedade. Segundo a literatura psicológica, a pintura é uma forma de arteterapia. “Ela ativa a dopamina, neurotransmissor associado ao bem-estar, e inibe a amígdala, que é ativada cada vez que sentimos medo ou tensão, por isso, o hábito promove sentimentos de calma, alívio e expressão das emoções. A arte é uma forma de expressão, pois o autor desenvolve no papel aquilo que está sentindo”, explica Ariana Matias, psicóloga da unidade de cuidados.

A profissional alerta, porém, que a atividade não substitui a terapia clínica. “Pintar é um hábito que é um aliado no cuidado à saúde mental, mas, diante de qualquer sintoma ou doença mental diagnosticada, é preciso ter acompanhamento de um psicólogo, que vai indicar as alternativas mais viáveis de acordo com o caso do paciente. O profissional vai avaliar a melhor forma de expressão dos sentimentos da pessoa, seja por meio da fala, da gesticulação ou da arte. O importante é buscar o cuidado com a saúde mental”, reforça.

Humanização
A Casa de Cuidados do Ceará também possui grupos voltados para arteterapia e outros processos terapêuticos. Os coletivos são formados por cuidadores ou por quem está recebendo assistência.

Além disso, a equipe de Humanização do equipamento desenvolve o Projeto Talentar. A iniciativa busca promover os talentos da Casa por meio da descoberta de habilidades e contempla profissionais, cuidadores e usuários do serviço. As pinturas de Suelen, portanto, já estão expostas no corredor próximo ao leito da paciente.

“O Projeto Talentar existe desde novembro do ano passado e já contemplou diversas pessoas da Casa. É uma forma de divulgar o trabalho delas, valorizar esses talentos e incentivar que outras pessoas também busquem novas habilidades. Apoiamos o profissional ou o paciente que queira mostrar seu talento aos demais”, diz Kamylle Guanabara, terapeuta ocupacional da CCC.