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Prevenção contra insolação e câncer de pele: chegada da alta estação exige cuidados com exposição ao sol

Com a chegada das férias, é comum a população se expor mais ao sol, seja em praias, clubes, praças ou parques. Porém, é preciso adotar alguns cuidados na rotina para evitar casos de insolação (queimadura solar) e, consequentemente, de câncer de pele – em situações de exposição contínua. Em dias nublados, com nuvens claras e baixas, a insolação é menor (em torno de 40%). A emissão de raios ultravioletas, entretanto, independe de o céu estar ou não ensolarado, exigindo também o uso de filtro solar.

“A insolação está bastante associada a ambientes quentes e secos, porém, também pode ocorrer em ambientes úmidos, em dias chuvosos ou nublados, por isso devemos também nos proteger nesses dias. Além da pele quente e seca, ela pode provocar desidratação, que se manifesta por meio de dores de cabeça, tontura, náusea, vômitos, desmaios, respiração ofegante, entre outros sintomas, sendo mais comum e com mais gravidade em crianças e idosos, devido à menor capacidade de adaptação a condições extremas”, explica Paula Lizziane, médica dermatologista da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Canindezinho, equipamento da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa) gerido pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH).

O momento atual pede que, junto ao uso do álcool em gel, máscara e respeito ao distanciamento social, as pessoas cultivem as práticas de fotoproteção. Com a queda nos indicadores de morbidade e mortalidade relacionados à Covid-19, a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD) acredita que, neste período de alta estação, as praias e os espaços abertos voltarão a ser ocupados com maior intensidade.

No entanto, essa retomada não deve ser feita sem atenção às recomendações das autoridades sanitárias, ainda atentas à possibilidade de aumento dos casos de contaminação pelo coronavírus. Além desse cuidado, a população deve acrescentar à rotina as medidas de prevenção contra a insolação e o câncer de pele.

Cuidados simples podem ser adotados no dia a dia para ajudar a prevenir essas doenças. “Manter-se sempre hidratado, consumir alimentos mais leves, evitar horários de pico do sol, principalmente entre 10h e 15h e, na época do verão, evitar roupas escuras e apertadas, além de priorizar o uso de chapéus, óculos de sol e protetores labial e solar, sendo este último usado minutos antes da exposição solar e reaplicado a cada duas horas”, orienta Lizziane.

As UPAs costumam atender pacientes com casos de queimadura solar associados a quadros de desidratação. “Por ser considerada uma condição grave, o tratamento deve ser feito prontamente, com hidratação via oral ou na veia e com uso de técnicas para diminuir a temperatura corporal e demais medicações necessárias, de acordo com cada caso. A qualquer sinal de insolação, o paciente deve imediatamente procurar a unidade de saúde, devido aos riscos da doença”, alerta a médica.

UPAs registram casos de insolação em 2021
As UPAs geridas pelo ISGH registraram cerca de cem ocorrências de insolação de janeiro a novembro deste ano. Mensalmente, quase 15 casos do tipo são contabilizados.

O baixo índice de queimadura solar durante o ano é decorrente, principalmente, ao pico da segunda onda de Covid-19, que fez com que a população ficasse mais tempo em casa e, consequentemente, menos exposta ao sol. “Espera-se que, com a redução de casos de Covid-19 e a chegada das férias, haja uma maior movimentação de pessoas em locais abertos, por isso pedimos que a população não esqueça da fotoproteção”, indica Patrícia Santana, médica emergencista e diretora de Cuidados e Saúde das UPAs geridas pelo ISGH.

Segundo dados recentes do Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no País. Em 2020, foram registrados 176.930 casos no território brasileiro. Destes, 93.160 são mulheres.

Além disso, estimativas publicadas pelo Inca mostram que o País terá cerca de 177 mil novos casos de câncer de pele. Os principais fatores de risco para o aparecimento deste tipo de câncer são exposição prolongada e repetida ao sol, principalmente, na infância e adolescência; histórico familiar; pessoas com pele e olhos claros e cabelos ruivos e loiros. Com a pandemia de Covid-19, cerca de 17 mil novos casos de câncer de pele deixaram de ser diagnosticados, somente em 2020.

Dezembro Laranja
A mensagem central da campanha Dezembro Laranja em 2021, promovida pela SBD, que busca conscientizar sobre o câncer de pele, é “Adicione mais fator de proteção ao seu verão!”. As estatísticas da Campanha Nacional de Prevenção ao Câncer da Pele constatam que o brasileiro ainda não se protege adequadamente do sol: 63,05% das pessoas se expõem sem qualquer proteção.

Segundo a entidade, de janeiro a junho deste ano, houve uma retomada gradual do volume de atendimentos, mas os números ainda são inferiores aos registrados na etapa pré-pandemia.

O período pandêmico tem causado uma diminuição no número de diagnósticos de novos casos de câncer de pele. Ainda de acordo com a SBD, a situação afetou, sobretudo, quem tem mais de 60 anos. O total de internações em decorrência da doença também caiu 26%, conforme aponta dados do Sistema Único de Saúde (SUS).