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Projeto TEA(MAR) retoma atividades com aulas gratuitas de stand-up paddle para autistas

Projeto viabilizado pela Lei de Incentivo ao Esporte do Ceará e com apoio da Enel Ceará, o TEA(MAR) usa o esporte e o contato com o mar para dar uma experiência única para os participantes

Após um período suspenso devido à pandemia do novo coronavírus, o projeto TEA(MAR), iniciativa que visa proporcionar bem-estar, qualidade de vida e inclusão esportiva e social para pessoas dentro do Transtorno do Espectro Autista (TEA) e suas famílias, retoma as atividades, com aulas gratuitas de stand-up paddle, na Praia do Mucuripe, na orla de Fortaleza. Ao todo, 40 autistas, entre crianças, jovens e adultos, participam do projeto desenvolvido pela Associação Fortaleza Azul (FAZ), entidade que reúne atualmente cerca de 300 famílias com pessoas autistas. No próximo sábado (24), haverá aula, a partir das 8 horas.

Os encontros, que antes da pandemia ocorriam quinzenalmente, estão acontecendo em pelo menos três sábados de cada mês, seguindo diversos protocolos de segurança sanitária para garantir os cuidados com os participantes, seus familiares e a equipe de instrutores. A iniciativa foi adotada para compensar o tempo em que o projeto esteve paralisado e para cumprir o calendário do projeto. Além disso, o horário das aulas foi estendido para permitir que o grupo seja dividido em turmas de, no máximo, 10 (dez) alunos, como forma de evitar aglomerações. Outra medida adotada foi a higienização de todos os equipamentos utilizados antes do início das aulas de cada turma.

Enquanto as aulas de stand-up paddle estavam suspensas, o projeto continuou desenvolvendo atividades remotas, por meio de vídeos que ensinavam brincadeiras educativas e jogos lúdicos, para que os participantes e suas famílias pudessem continuar estimulando o aprendizado, a criatividade e a comunicação no período do isolamento social mais rígido.

O projeto TEA(MAR) é desenvolvido, desde novembro de 2019, pela Associação Fortaleza Azul (FAZ), em parceria com a Ceará SUP Club, escola especializada no ensino e prática do stand up paddle. Com duração de um ano, o projeto segue até o dia 23 de novembro, levando os benefícios terapêuticos e de inclusão, proporcionados pela vivência do esporte. Todos os alunos são acompanhados, individualmente, por um instrutor e, ao longo do período do projeto, já tiveram avanços significativos na prática esportiva e na socialização.

Evoluções observadas nos autistas

A diretora administrativa da FAZ, Renata Fernandes, explica que, antes do início oficial do projeto, foram realizadas aulas experimentais de stand-up paddle com crianças e adolescentes que fazem parte da Associação, para testar a adaptabilidade delas ao esporte. Os resultados foram positivos e, a partir disso, surgiu a ideia de proporcionar a experiência para um número maior de pessoas. “Os ganhos são percebidos de muitas maneiras ao longo deste primeiro ano de funcionamento do projeto. Além do desenvolvimento motor, da socialização, da autonomia, e da diversão proporcionadas para os participantes, o que mais nos enche de orgulho é observar a superação deles a cada novo passo conquistado dentro da vivência do esporte”, ressalta Renata, mãe de George Fernandes, de 7 anos, e um dos beneficiados com o projeto.

O Projeto TEA(MAR) foi aprovado na Lei de Incentivo ao Esporte do Ceará, do Governo do Estado do Ceará, em edital da Secretaria do Esporte e Juventude e conta com apoio da ENEL Ceará.

Dados atualizados sobre Autismo

Segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos, a prevalência de pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) aumentou os últimos anos. Dados divulgados em março deste ano pela instituição mostram uma prevalência de 1 (uma) pessoa com autismo para cada 54 crianças de 8 anos. O Brasil usa os estudos do CDC como base, por não ter pesquisas concretas sobre a prevalência no país. No entanto, estima-se que existam atualmente pelo menos 2 milhões de autistas no País.

Sobre o Stand Up Paddle

O Stand Up Paddle Boarding, ou SUP, é um desporto aquático, uma variante do surf, no qual o praticante, em pé numa prancha, usa um remo para se mover através da água. A atividade tem raízes na Polinésia e foi desenvolvido no Havaí, no começo da década de 1960.

No início dos anos 2000, alguns surfistas havaianos como Dave Kalama, Brian Keaulana, Rick Thomas, Archie Kalepa e Laird Hamilton começaram a praticar o Stand Up Paddle como uma forma alternativa de treino, quando o mar não estava em condições para a prática do surf, o que passou a ser copiado em vários países. No Brasil, o desporto chegou por intermédio de dois surfistas (Jorge Pacelli e Haroldo Ambrósio), que trouxeram equipamentos modernos e passaram a disseminar a prática. O interesse foi crescendo e se tornou febre, praticado em praias do Rio de Janeiro, litoral São Paulo, no sul do país, em lagos em Brasília e mais recentemente de maneira muito forte em diversas praias do Nordeste, como foi o caso de Fortaleza.

Sobre Associação a Fortaleza Azul (FAZ)

A Associação Fortaleza Azul (FAZ) existe desde 2015 e tem como objetivo reunir familiares de pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) para ações de conscientização, informação e inclusão desses indivíduos na sociedade. Atualmente, a entidade conta com cerca de 300 famílias associadas.

Entre as ações realizadas ao longo dos anos estão projetos como sessões de cinema adaptado para autistas; Jornadas de Autismo durante o Dia Mundial do Autismo, em parceria com profissionais de saúde, entidades governamentais e empresas; encontros de familiares de pessoas com TEA para debates e acolhimento; palestras em escolas e capacitação de educadores na inclusão de autistas nas escolas regulares; além de datas comemorativas e em parceria com grandes instituições em Fortaleza.

Para se associar à FAZ:

Inscrições pelo site: www.faz.org.br

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@fortalezaazul