Quando devo procurar atendimento pediátrico nas UPAs? Profissionais de saúde orientam
Diante do crescimento de ocorrências por síndromes gripais registradas recentemente nas unidades de saúde e em meio à volta às aulas, pais ou responsáveis têm dúvidas sobre possíveis casos de transmissão entre crianças. Um questionamento recorrente é a respeito das circunstâncias em que se deve levar os pequenos à Unidade de Pronto Atendimento (UPA).
“As UPAs são voltadas para casos de atendimentos de emergências ou urgências médicas. Portanto, pais ou responsáveis podem levar as crianças em situações que necessitam de avaliação e conduta médica imediatas, como em manifestações de desidratação (decorrentes de infecções gastrintestinais), quadros de desconforto respiratório (crises de asma), alterações neurológicas agudas, por exemplo”, explica Isabella Barreto, médica pediatra da UPA Conjunto Ceará, da rede da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa).
O serviço de Pediatria das UPAs funciona 24 horas, todos os dias da semana, incluindo feriados, com atendimento de crianças e adolescentes até os 17 anos. No caso das gestantes dentro desta faixa etária, as pacientes são atendidas pela equipe de Clínica Médica, em vez da equipe pediátrica, com o intuito de promover uma assistência mais especializada para este grupo.
Assim como nos demais atendimentos, o infantil também é realizado de acordo com o sistema de classificação de risco. “Ao chegar à unidade, é realizada uma triagem inicial, de acordo com queixas clínicas, sintomas e sinais relatados pelo paciente ou acompanhante. Desta forma, o paciente é classificado em uma escala de prioridades definidas por cores”, diz Barreto.
Em ocorrências nas quais as crianças estão clinicamente estáveis e não necessitam de uma avaliação imediata, pais ou responsáveis têm a alternativa de levá-las à unidade básica de saúde mais próxima, assim como em casos de consultas de rotina. “As UPAs devem atender, preferencialmente, aos casos que necessitam de uma avaliação imediata. É importante buscar o serviço quando realmente for necessário, para não haver uma espera prolongada, aumentando o possível risco de contaminação ou transmissão de doenças nos equipamentos”, pontua Vilânia Mendes, coordenadora do Serviço Assistencial da UPA José Walter, também da Rede Sesa.
Sobrecarga de equipes de saúde
A procura em casos de emergência ou urgência evita, ainda, que haja sobrecarga de equipes de saúde e permite que os profissionais consigam oferecer uma assistência adequada, quando há necessidade de avaliação e acompanhamento contínuos na unidade. Por isso, é preciso observar possíveis sinais e sintomas de gravidade. “Em casos de febre de origem desconhecida, diarreia e vômitos, ferimentos leves e reações alérgicas, é indicado buscar o atendimento na UPA, assim como ao perceber qualquer alteração neurológica, desconforto respiratório, rejeição a líquidos, com possibilidade de desidratação”, orienta Mendes.
Para internação de menores de idade, pais ou responsáveis podem atuar como acompanhantes nos equipamentos. Solicitações de transferência para outros serviços secundários ou terciários devem ser feitas na presença dos responsáveis.