Saiba o que é a doença de Alzheimer e como identificar de forma precoce
Após repercussão de um novo medicamento para tratamento da doença de Alzheimer ser aprovado pela Food And Drug Administration (FDA), agência dos Estados Unidos que regula o uso de medicamentos, aumentaram as buscas no Google para saber o que é a doença, segundo dados do Google Trends.
A médica Verônica Tavares, neurologista no Hospital São Camilo Fortaleza, explica que a doença de Alzheimer é uma doença neurodegenerativa, que é a principal causa de quadros demenciais na população geral. “É o acúmulo de proteínas malformadas que culmina com atrofia e disfunção naquele território acometido, levando a sintomatologia do paciente, que na maioria dos casos, na sua forma típica, é a perda de memória recente”, conta.
“Para prevenir a doença e retardar o seu avanço, é preciso ter hábitos de vida mais saudáveis, como alimentação balanceada, prática regular de exercícios físicos, pelo menos 30 minutos de atividade aeróbica cinco vezes por semana. Além disso, existe também a questão da nossa reserva cognitiva, adquirida através do somatório das habilidades intelectuais e sociais que as pessoas vão desenvolvendo ao longo da vida. Isso acaba sendo benéfico, pelo menos é o que se sabe até hoje”, explica a neurologista.
A médica esclarece que os sinais de alerta da doença são os sintomas iniciais onde o paciente apresenta episódios de esquecimentos para fatos recentes. “Eles tendem a manter preservada a memória para fatos mais antigos, mas coisas do cotidiano que acabaram de acontecer, se já se alimentou, tomou banho, tomou remédio, se tem algum compromisso para realizar naquele dia, alguma conta que tinha para pagar, se conversou com alguma pessoa naquele dia mais cedo, ele não consegue recordar. Essa perda de memória para fatos recentes e discurso repetitivo de estar falando a mesma coisa são os principais sintomas que chamam atenção para possibilidade de um quadro cognitivo que está se instalando”.
Para o tratamento farmacológico, existem duas classes principais de medicações que teoricamente retardam um pouco a velocidade de instalação dos sintomas, porém por curto período de tempo, visto que o curso da doença é inevitável. “A eficácia dele não é tão impactante na evolução do quadro, mas na nossa rotina em geral, os pacientes permanecem utilizando o medicamento porque além desse possível benefício cognitivo, de retardar a velocidade da instalação dos sintomas, eles também melhoram sintomas comportamentais”, conta Verônica.
No Hospital São Camilo Fortaleza, existe o Centro de Especialidade Neurológica. O tratamento da doença é feito com consultas periódicas em que os médicos realizam baterias cognitivas, avaliações de imagem, caso seja necessário e o tratamento medicamentoso quando indicado. “O São Camilo conta com equipe multidisciplinar com médico, enfermagem, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo e nutricionista que estão atentos às necessidades desse grupo de pacientes e de seus familiares”, explica a geriatra Lenora Barros.