Temporada de ventos fortes favorece aumento de doenças respiratórias; UPAs atendem casos de urgência
A época dos ventos fortes, que ocorre entre agosto e outubro no Ceará, demanda atenção em relação às doenças respiratórias. Além de o período ser mais seco, as rajadas de ar podem trazer impurezas e, consequentemente, maior propagação das infecções virais. Nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa), as ocorrências atendidas dizem respeito aos casos mais graves, em que há urgência na assistência.
O coordenador do serviço médico da UPA José Walter, João Carlos Saraiva, explica a diferença entre as infecções respiratórias mais comuns. “O resfriado geralmente é um quadro mais leve, com sintomas de garganta arranhando, coriza e tosse. A influenza causa dores e moleza no corpo, falta de apetite e dor de cabeça intensa, necessitando de afastamento e repouso para recuperação. Já a sinusite é um quadro mais prolongado, podendo ser ocasionada a partir de um resfriado ou gripe, com acúmulo de secreção, sendo necessário o uso de antibiótico”. Nos casos de influenza e resfriado, o tratamento é feito com medicações pra dor e febre, boa hidratação e repouso.
Ele reforça que nos casos mais leves, com sintomas como coriza, coceira no nariz, tosse e dor de garganta, o atendimento deve ser realizado nos postos de saúde. Já as UPAs 24h atendem emergências ou urgências que necessitam de avaliação e conduta médica imediatas. Há sinais que merecem atenção redobrada, como febre alta e falta de ar.
O médico Igor Carvalho, chefe de equipe da UPA Conjunto Ceará, orienta: “em casos de febre elevada e persistente, desorientação e sintomas que persistem duração superior a 48 horas, é recomendado que o paciente se dirija a uma unidade de saúde mais próxima para que possa passar por uma avaliação”. Além disso, ele alerta que é preciso ter cautela antes de tomar qualquer medicamento por conta própria para não ocasionar riscos à saúde. “O ideal é buscar atendimento médico para que seja feito o diagnóstico e assim avaliar qual a melhor forma de tratamento”.
O consultor comercial Carlos Alberto Carneiro da Silva, 63, passou a sentir sintomas gripais há três dias e decidiu procurar atendimento na UPA José Walter, por causa da febre prolongada. “Precisei me afastar do trabalho. Fazia muito tempo que eu não adoecia, porém confesso que eu tomei a vacina no ano passado, mas ainda não tomei esse ano, esse acontecimento me fez lembrar que preciso reforçar a vacinação, ainda mais sendo idoso”, relata.
Os especialistas alertam: vacinar-se contra a gripe e a covid-19 é a melhor forma de evitar os casos mais graves das doenças. Além disso, também devem ser adotados cuidados básicos de higiene no dia a dia. “Lavar bem as mãos com água e sabão, usar álcool em gel, manter distância de pessoas doentes, não compartilhar utensílios e usar máscara”, reforça o médico.