Varizes estão entre as doenças vasculares mais comuns e afetam cerca de 60% dos adultos
Especialista do Instituto de Educação Médica (Idomed) alerta para os fatores de risco e os tratamentos para a doença
Agosto é o mês de conscientização sobre a saúde vascular e tem como objetivo informar à população sobre os cuidados e incentivar a prevenção e o tratamento precoce. Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), as varizes são consideradas a doença vascular mais comum na população adulta e está presente em cerca de 60% dos brasileiros.
Segundo o cirurgião vascular, docente do Instituto de Educação Médica (Idomed) Canindé, Dr. Bruno Tavares de Andrades, as varizes são causadas pela insuficiência venosa crônica, uma disfunção no sistema venoso dos membros inferiores que falha na sua tarefa de levar de volta o sangue para o coração. O médico explica que apesar de vários avanços no entendimento do desenvolvimento da doença, principalmente nos seus detalhes genéticos e moleculares, ainda há muito a ser investigado sobre a origem. “Acredita-se que seja uma condição multifatorial, ou seja, relacionada a um componente familiar, associado a fatores de risco adquiridos ao longo da vida que favorecem o seu surgimento”.
Entre os fatores e condições mais comuns para o surgimento, Dr. Bruno Tavares cita a postura da pessoa em ficar de pé ou sentado por longos períodos, ser do sexo feminino, ter idade avançada, ter alto índice de massa corpórea e o sedentarismo. “O componente hormonal é um dos principais responsáveis pela sua maior frequência em mulheres, comumente podendo agravar ao longo das fases do período menstrual e na ocasião da gravidez”, destaca.
Sintomas e tratamento
O cirurgião vascular e docente do Idomed deixa claro que os sintomas são variados, podendo iniciar com dor e desconforto nos membros inferiores depois de horas na mesma postura (sentado ou em pé) e evoluindo para inchaços e até o surgimento de manchas. “O aparecimento de “vasinhos” e veias calibrosas traz bastante desconforto estético piorando conforme a doença progride. É recomendado que pacientes com fatores de risco ou histórico familiar de insuficiência venosa façam uma avaliação preventiva, mesmo sem sintomas, e naqueles que já possuem doença estabelecida, que busque um acompanhamento para tratamento adequado.
Dr. Bruno Tavares destaca, ainda, que não há cura para a insuficiência venosa, mas há um tratamento que gera controle dos sintomas, benefícios estéticos, bem-estar e qualidade de vida. “Além da revisão e ajuste dos hábitos diários, o tratamento envolve de forma personalizada medidas terapêuticas com utilização de medicamentos, agentes tópicos, meias de compressão graduada, aplicações nas varizes de agentes conhecidos como esclerosantes e, em casos selecionados, cirurgia. É importante sempre consultar um profissional credenciado para garantir a qualidade do atendimento e segurança no tratamento”, finaliza.