{"id":72705,"date":"2025-02-03T19:14:54","date_gmt":"2025-02-03T22:14:54","guid":{"rendered":"https:\/\/tvnordestevip.com\/?p=72705"},"modified":"2025-02-03T19:14:55","modified_gmt":"2025-02-03T22:14:55","slug":"exposicao-lia-de-itamaraca-cirandar-e-resistir","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/tvnordestevip.com\/exposicao-lia-de-itamaraca-cirandar-e-resistir\/","title":{"rendered":"Exposi\u00e7\u00e3o “Lia de Itamarac\u00e1 \u2013 Cirandar \u00e9 Resistir”"},"content":{"rendered":"\n

Exposi\u00e7\u00e3o, contemplada pelo edital da Caixa Cultural, fica em cartaz de 07 de fevereiro a 11 de maio, nas galerias 1 e 2 da Caixa Cultural Fortaleza<\/u><\/u><\/strong><\/p>\n\n\n\n

Conhecer a hist\u00f3ria da artista Lia de Itamarac\u00e1 \u00e9 mergulhar nas \u00e1guas de um Brasil profundo, onde a arte nasce da celebra\u00e7\u00e3o do trabalho e dos afetos de seu povo. \u00c9 descortinar culturas invisibilizadas e descortinar a for\u00e7a de uma mulher que transformou sua ciranda em resist\u00eancia, levando a tradi\u00e7\u00e3o pernambucana aos quatro cantos do mundo. De 7 de fevereiro a 11 de maio de 2025, o p\u00fablico poder\u00e1 vislumbrar essa trajet\u00f3ria na exposi\u00e7\u00e3o Lia de Itamarac\u00e1 \u2013 Cirandar \u00e9 Resistir<\/em><\/strong>. Ao retratar uma artista que, aos 81 anos, permanece como uma das principais vozes da cultura popular brasileira, a mostra \u00e9 um convite a pensarmos sobre a import\u00e2ncia de nossas tradi\u00e7\u00f5es e dos nossos mestres e mestras na contemporaneidade.<\/p>\n\n\n\n

Lia de Itamarac\u00e1, decana da cultura popular brasileira e genu\u00edna representante do povo brasileiro, transforma a ciranda \u2013 nascida das celebra\u00e7\u00f5es dos pescadores, do povo simples e trabalhador do Nordeste brasileiro \u2013 em um poderoso s\u00edmbolo de luta e resist\u00eancia, provando que cirandar \u00e9 tamb\u00e9m um ato de resistir. <\/p>\n\n\n\n

A exposi\u00e7\u00e3o repassa sua trajet\u00f3ria como uma grande roda, onde o territ\u00f3rio e as \u00e1guas de Maria Madalena Correia do Nascimento nos levam a refletir sobre um Brasil ainda n\u00e3o devidamente celebrado. Lia rompeu as barreiras que delimitam e ocultam as culturas populares brasileiras, levando suas cirandas, loas e encantamentos n\u00e3o s\u00f3 pelo Brasil, mas tamb\u00e9m pelo mundo. Em sua arte, tradi\u00e7\u00e3o e contemporaneidade se entrela\u00e7am, revelando uma for\u00e7a capaz de expandir e transformar o olhar sobre o que somos enquanto na\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

Ap\u00f3s passar com grande sucesso de p\u00fablico e de m\u00eddia por galerias em S\u00e3o Paulo e no Recife, a mostra chega com novidades \u00e0 Caixa Cultural Fortaleza. Sendo um registro vivo da trajet\u00f3ria de Lia, ela se renova constantemente, incorporando s\u00edmbolos de novos feitos e conquistas, ampliando assim o fio que conecta sua vida e obra. A curadoria \u00e9 assinada pela artista visual e cineasta Lia Let\u00edcia, pela jornalista e escritora Michelle de Assump\u00e7\u00e3o (autora da biografia Lia de Itamarac\u00e1, nas Rodas da Cultura Popular<\/em>) e pelo empres\u00e1rio e produtor cultural Beto Hees, guardi\u00e3o do acervo do Centro Cultural Estrela de Lia, na Ilha de Itamarac\u00e1. A curadoria fotogr\u00e1fica \u00e9 de Ythallo Barreto, tamb\u00e9m autor de algumas fotos e v\u00eddeos que comp\u00f5em a exposi\u00e7\u00e3o.<\/p>\n\n\n\n

A proposta convida o p\u00fablico a refletir sobre a resist\u00eancia cultural e os desafios enfrentados por Lia em sua carreira, em um contexto de reafirma\u00e7\u00e3o da identidade afro-brasileira e valoriza\u00e7\u00e3o da ciranda como patrim\u00f4nio imaterial.<\/p>\n\n\n\n

Tr\u00eas eixos tem\u00e1ticos norteiam a exposi\u00e7\u00e3o. O Eixo Verde Louco<\/em>, <\/strong>inspirada na can\u00e7\u00e3o de mesmo nome do repert\u00f3rio de Lia,<\/strong> mergulha no lado mais pessoal da artista, apresentando a Ilha de Itamarac\u00e1 como a terra f\u00e9rtil, fonte, ra\u00edzes, de onde surgem Lia e toda arte que carrega pelo mundo. Tr\u00eas instala\u00e7\u00f5es comp\u00f5em o espa\u00e7o expositivo. Em Mar de Lia<\/strong>, por meio de \u00f3culos de realidade virtual, os visitantes embarcam em uma jangada imagin\u00e1ria e se deslumbram com as \u00e1guas verdes e vibrantes que envolvem a ilha. Durante a jornada, podem vivenciar a rotina dos pescadores e integrar uma roda de ciranda comandada por Lia, sendo envolvidos pelo ritmo, pelas vozes e pela energia dessa celebra\u00e7\u00e3o coletiva que une tradi\u00e7\u00e3o e resist\u00eancia.<\/p>\n\n\n\n

A instala\u00e7\u00e3o Casa de Lia<\/em><\/strong> \u00e9 um convite \u00e0 intimidade da vida de Lia de Itamarac\u00e1, trazendo \u00e0 galeria objetos e elementos do seu universo particular. Ao percorrer esse espa\u00e7o, o visitante \u00e9 transportado para o lugar onde Lia encontra sua paz, seus amores e sua raiz. Lugar para onde retorna sempre que suas turn\u00eas pelo mundo chegam ao fim. A simplicidade e os significados presentes nesse ambiente fazem com que Lia, apesar de sua fama, continue sendo uma mulher genu\u00edna, alegre e profundamente conectada \u00e0 sua hist\u00f3ria e ao seu povo.<\/p>\n\n\n\n

Outra novidade na exposi\u00e7\u00e3o \u00e9 um recorte do projeto Letras da Ilha<\/em><\/strong>, da designer Lili Nascimento, que tamb\u00e9m assina a identidade visual da exposi\u00e7\u00e3o como um todo. Este projeto destaca a tipografia vernacular das embarca\u00e7\u00f5es tradicionais da Ilha de Itamarac\u00e1, destacando a feitura dos letreiros, langanhos e a arte feita pelos pintores letristas locais, com destaque para Natanael Pires, o Tuca, reconhecido pintor letrista da regi\u00e3o. Letras da Ilha<\/em> nasce da necessidade de registrar e valorizar a produ\u00e7\u00e3o gr\u00e1fica popular da Ilha, preservando a mem\u00f3ria visual em meio \u00e0 crescente padroniza\u00e7\u00e3o digital. Ao integrar fotografias e obras do projeto \u00e0 exposi\u00e7\u00e3o, a mostra amplia o alcance dessa rica tradi\u00e7\u00e3o cultural, que se conecta profundamente ao cancioneiro e ao imagin\u00e1rio de Lia de Itamarac\u00e1.<\/p>\n\n\n\n

O Eixo Quem \u00e9 essa preta?<\/em> <\/strong>convida \u00e0 reflex\u00e3o sobre identidade e a luta contra o racismo na cultura popular. Nesse espa\u00e7o, o jornalismo ganha a for\u00e7a de uma arte den\u00fancia, trazendo a capa de um jornal de 1974 onde a artista \u00e9 retratada com termos que refletem o racismo estrutural e naturalizado. Nesse mesmo ambiente, a instala\u00e7\u00e3o in\u00e9dita Sossego de Lia<\/em> <\/strong>surge como um contraponto po\u00e9tico, homenageando a Praia do Sossego, local de nascimento da artista. Apesar dos enfrentamentos impostos pelo racismo, Lia preserva sua paz interior e a conex\u00e3o com o para\u00edso onde cresceu. A instala\u00e7\u00e3o oferece aos visitantes a serenidade da praia, com redes que convidam ao repouso e o som das ondas e das cirandas compondo uma atmosfera de contempla\u00e7\u00e3o. Esse espa\u00e7o sensorial traduz a ess\u00eancia de Lia: resist\u00eancia que n\u00e3o abdica da alegria e da simplicidade.<\/p>\n\n\n\n

Ciranda no Mundo<\/strong> \u00e9 o eixo norteador que apresenta a trajet\u00f3ria ascendente da artista, apesar de todas as adversidades. A can\u00e7\u00e3o Mar de Fogo<\/em>, baseada num ponto para o orix\u00e1 Exu, simboliza as conquistas de Lia em contraponto \u00e0s adversidades que enfrentou ao longo de sua carreira. \u201cPara chegar aqui\/ atravessei o mar de fogo\/ Pisei no fogo o fogo n\u00e3o me queimou\/ Pisei na pedra a pedra balanceou<\/em>.\u201d Nesse espa\u00e7o, a curadoria enfatiza a import\u00e2ncia de honrar e valorizar, por meio das vit\u00f3rias de Lia no mercado das artes, os grandes mestres e mestras que fazem da cultura brasileira um pilar identit\u00e1rio e espiritual de nosso povo.<\/p>\n\n\n\n

Nesse espa\u00e7o, a instala\u00e7\u00e3o Ciranda de Ritmos<\/em><\/strong>ganha destaque. Composta pelos instrumentos reais da ciranda, dispon\u00edveis para intera\u00e7\u00e3o do p\u00fablico, e acompanhada por um document\u00e1rio de shows internacionais e espet\u00e1culos diversos, a instala\u00e7\u00e3o exibe tamb\u00e9m figurinos, j\u00f3ias e adere\u00e7os da artista, revelando facetas que conectam tradi\u00e7\u00e3o e contemporaneidade. <\/p>\n\n\n\n

A mostra tamb\u00e9m contar\u00e1 com atividades especiais com a presen\u00e7a de Lia de Itamarac\u00e1, iniciando com a Roda de Di\u00e1logo Racismo na Cultura Popular<\/em><\/strong>, que dialoga com o eixo Quem \u00e9 essa Preta<\/em>? O encontro, que acontecer\u00e1 no dia 08 de mar\u00e7o, contar\u00e1 com a participa\u00e7\u00e3o de Lia de Itamarac\u00e1, dos curadores, de artistas e gestores culturais convidados. Abordar\u00e1 o racismo estrutural que ainda marginaliza os artistas negros, e as dificuldades que enfrentam por reconhecimento e inclus\u00e3o. No encerramento, Lia se apresentar\u00e1 ao lado do DJ Dolores, produtor do \u00e1lbum Ciranda sem Fim<\/em>, que traz inova\u00e7\u00f5es sonoras ao universo de Lia. No dia 09, a artista participa, ao lado de m\u00fasicos de sua banda, da Viv\u00eancia Aprendendo a Cirandar, <\/strong>um encontro pedag\u00f3gico que proporcionar\u00e1 ao p\u00fablico a oportunidade de conhecer mais sobre a ciranda. A atividade culminar\u00e1 com o show Ciranda de Lia, <\/strong>em que a artista apresenta o repert\u00f3rio tradicional de cirandas e cocos de roda.<\/p>\n\n\n\n

SERVI\u00c7O
Exposi\u00e7\u00e3o<\/strong>: Lia de Itamarac\u00e1 \u2013 Cirandar \u00e9 Resistir<\/u><\/u><\/em><\/p>\n\n\n\n

Per\u00edodo expositivo<\/strong>: 07 de fevereiro a 11 de maio de 2025<\/p>\n\n\n\n

Local<\/strong>: Caixa Cultural Fortaleza, Galerias 1 e 2<\/p>\n\n\n\n

Hor\u00e1rio de funcionamento<\/strong>: Ter\u00e7a a domingo, das 10h \u00e0s 18h<\/p>\n\n\n\n

S\u00e1bado (08 de mar\u00e7o)<\/u><\/u><\/strong><\/p>\n\n\n\n