Nutricionistas da Casa de Cuidados do Ceará adaptam tratamento de pacientes com diabetes
O alto consumo de alimentos ricos em açúcares, gorduras saturadas e com alto valor calórico contribui para o surgimento de casos de diabetes mellitus. Segundo dados do Ministério da Saúde, há cerca de 15,6 milhões de diabéticos no Brasil, o que corresponde a 7,4% da população. O Dia Mundial de Combate à Diabetes, celebrado no próximo domingo (14), busca conscientizar a sociedade sobre a importância de hábitos saudáveis para prevenir a doença.
Na Casa de Cuidados do Ceará (CCC), unidade da Secretaria da Saúde do Estado (Sesa) e administrada pelo Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar (ISGH), há, atualmente, 11 pessoas com diagnóstico de diabetes que são acompanhadas. A equipe de Nutrição tem papel fundamental na recuperação desses pacientes, conforme explica o nutricionista do equipamento, Ismael de Paula. “No caso de pacientes crônicos em uso de terapia nutricional enteral, eles costumam ter alterações na glicemia devido à doença de base, alterações orgânicas e adaptação à dieta industrializada”, afirma. “Esse paciente precisa de um cuidado multiprofissional. O tratamento vai desde o uso da medicação ou aplicação de insulina até o tratamento dietoterápico, com mudanças no cardápio, respeitando os gostos do paciente, mas que sejam benéficas para o controle glicêmico”, acrescenta.
De acordo com o Atlas de 2019 da International Diabetes Federation (IDF), o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking de países com o maior número de casos de diabetes, ficando atrás da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. Os dados também mostram que, do total de 16,8 milhões de brasileiros, 95 mil possuem diabetes tipo 1 – na qual o pâncreas não produz insulina, fazendo com que o organismo não seja capaz de utilizar o açúcar no sangue para produzir energia. O tipo 2 da doença é decorrente dos hábitos de vida, como uma má alimentação e a falta de exercícios físicos.
“O paciente portador de diabetes mellitus deve ter uma alimentação variada, rica em alimentos in natura, como frutas, verduras e oleaginosas, onde encontramos fibras e micronutrientes como cromo, magnésio, zinco e selênio. Aqui na CCC, conseguimos realizar mudanças no cardápio que visam a reduzir um pouco mais do açúcar ingerido, adequar a ingestão de fibras e água, oferecendo mais nutrientes através dos alimentos”, explica a nutricionista Keilane Lima.
No último mês, a profissional realizou uma oficina de educação nutricional com os cuidadores dos pacientes da unidade. Na ação, foi possível abordar os mitos e as verdades sobre alimentação saudável; o público presente teve a oportunidade de tirar dúvidas sobre o consumo alimentar de pacientes com diabetes. “Buscamos promover aprendizado e conscientização sobre a importância de uma alimentação saudável para o corpo”, enfatiza Lima.
A diminuição do consumo de alimentos processados, a prática de atividade física e o controle da obesidade desde a infância são os grandes aliados – tanto na prevenção, quanto no momento do diagnóstico – para uma melhor qualidade de vida. A última Diretriz da Sociedade Brasileira de Diabetes (2019-2020) recomenda uma maior variedade alimentar, com controle na ingestão de calorias e mudança na qualidade dos alimentos consumidos.