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Diretor-geral da Aneel, André Pepitone, assina, em Fortaleza, norma regulamentadora do sistema de energia híbrido

O momento solene ocorreu hoje (3), na FIEC, onde o diretor da Aneel foi recebido pelos presidentes da FIEC e do Sindienergia e outras autoridades do setor de energia no estado

Pelo seu grande potencial em relação às energias renováveis, o Ceará foi o estado escolhido para sediar o anúncio e assinatura da norma regulamentadora do sistema de energia híbrido, autorizando o funcionamento de parques de geração de energia híbridos – solares e eólicos – e de outros tipos de energia. O Diretor-geral da Aneel, André Pepitone, veio a Fortaleza nesta sexta-feira (3), acompanhado da diretora-relatora, Elisa Bastos, onde assinou, durante almoço na FIEC, o documento que autoriza usinas híbridas ou associadas. Pepitone foi recebido pelo presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante; pelo presidente do Sindicato das Indústrias de Energia e de Serviços do Setor Elétrico (Sindienergia-CE), Luis Carlos Queiroz; pelo deputado federal Danilo Forte (Coordenador da Frente de Energias Renováveis na Câmara Federal) e outros importantes players do setor de energia do estado e da região. Também presentes no evento, Sandro Yamamoto, representando a Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Guilherme Crispim, presidente da Associação Brasileira de Geração Distribuída (ABGD) e os empresários Mário Araripe, da Casa dos Ventos, e Fernando Cirino, da FGC PAR.

Em sua fala, o presidente da FIEC, Ricardo Cavalcante, destacou que estamos sendo cobrados pelo novo modelo de descarbonização que o mundo todo está adotando e disse que o momento de hoje, de assinatura da norma regulamentadora das usinas híbridas, vai ao encontro desse objetivo. Ele destacou ainda o protagonismo do Hidrogênio Verde nesse cenário, que mudará a situação socioeconômica do Ceará e do Nordeste.

Para o presidente do Sindienergia-CE, Luis Carlos Queiroz, o Ceará é um verdadeiro indutor das energias renováveis e a regulamentação das usinas híbridas chega para otimizar a complementariedade das fontes de geração de energia, tendo em vista que o rendimento da geração eólica tende a ser melhor no período noturno e, da energia solar, ao longo do dia. “Com essa autorização, as empresas que atuam no setor de energias renováveis poderão ampliar, com muito mais facilidade, suas atuações, e aquelas empresas que já contam com projetos híbridos poderão colocá-los em prática, fomentando o desenvolvimento desse setor tão importante, por meio dessas fontes abundantes, sobretudo no Ceará e na região Nordeste como um todo”, comemora Queiroz.

Ele complementou explicando que “os parques eólicos, por exemplo, que já existem, com licença ambiental e infraestrutura de rede, já montados, poderão ampliar suas produções com energia solar, com complementação de carga. Tudo isso com rapidez de implantação e baixo custo”.

De acordo com o Diretor de Geração Centralizada do Sindienergia-CE, Luis Eduardo Barbosa, a medida deve beneficiar de sobremaneira os projetos de usinas que estão por iniciar suas operações, pois muitos já previam o modelo híbrido. Ele complementa reforçando que a capacidade instalável de geração híbrida no estado (eólica + solar fotovoltaica), identificada no Atlas Eólico e Solar do Ceará é de 137 GW.

Já o deputado federal Danilo Forte, Coordenador da Frente de Energias Renováveis na Câmara Federal, classificou o mercado de energias renováveis e a regulamentação como uma oportunidade ímpar para uma região tão pobre como o Nordeste e lembrou que, não fosse a energia gerada no Nordeste por meio de fontes renováveis, o país, muito possivelmente, teria vivenciado um apagão nesse ano de crise hídrica. Essa última informação foi, inclusive, reforçada pelo Diretor-geral da ANEEL, André Pepitone, que lembrou que nos meses mais críticos da crise hídrica – setembro e outubro – o Nordeste não só produziu o suficiente para se “autoabastecer”, como também produziu energia, por meio de fontes renováveis, para complementar o abastecimento das outras regiões brasileiras.

Durante o evento, André Pepitone ressaltou ainda que a regulamentação da ANEEL é um marco para o desenvolvimento econômico porque elimina barreiras e torna mais atrativos os investimentos nessas centrais geradoras. “Nesse sentido, o Ceará e o Nordeste estão na vanguarda dessa expansão, pois a região tem características favoráveis para ganhar em escala na construção e operação de geradoras eólicas e solares”, afirmou.

Diretora relatora da matéria, Elisa Bastos comentou que a implantação de usinas híbridas vai trazer um ganho potencial de eficiência e de custo. “Pela ótica do empreendedor, a hibridização permite o aumento da produção de energia da usina por meio da otimização dos recursos naturais, como o sol e o vento, e também das redes de transmissão” explica. “Como essas usinas podem aproveitar a complementaridade temporal entre as diferentes fontes de geração de energia, elas podem entregar mais energia com menores investimentos em expansão das redes.”

O que diz o empresariado

Para o Diretor de Regulação da Casa dos Ventos, uma das pioneiras e a maior empresa de desenvolvimento de projetos por fontes renováveis do Brasil, Fernando Elias, que também é membro do Conselho da ABEEólica (Associação Brasileira de Energia Eólica), “trata-se de uma resolução que vai ao encontro da modernidade do setor e traz a complementariedade entre duas fontes que são, hoje, as principais do mercado de energias renováveis do país (eólica e solar), em termos de expansão do nosso sistema. Então, ela traz essa possibilidade do sistema ser híbrido, com uma combinação entre fontes, otimizando o uso da rede, trazendo mais eficiência na contratação do montante de uso do sistema de transmissão e refletindo, automaticamente, em melhores preços para o consumidor”, analisa.

Ele complementa elogiando o trabalho da Aneel, tendo em vista que a regulamentação atende uma demanda bastante solicitada pelo segmento de energias renováveis. “Do ponto de vista da regulamentação em si, é importante reconhecer o empenho da Aneel, em dar atenção aos pleitos dos agentes – principalmente de geração eólica e solar – porque é um texto que permite um arranjo muito simples, ao mesmo tempo em que facilita a implementação desses projetos híbridos. Então, acredito que seja uma oportunidade da gente reconhecer o belo trabalho que a Aneel fez na elaboração dessa resolução, em especial, a diretora-relatora Elisa Bastos, que de fato trouxe um texto que atende aos anseios do segmento de geração renovável”, finaliza.