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Dos campos para o palco. Buarque relembra sucesso no futebol incentivo de outros artistas e besteiras que ouvia no início de sua carreira como DJ

“Diziam que eu era o playboy, querendo tirar o lugar de gente pobre e favelado. Entendo o meu local de privilégio, mas também entendo que a arte é para todos”, conta o artista que estreou na cena em 2019 e vem se destacando como um grande fenômeno do funk carioca.

Talento por trás de hits como “Aquecimento Senta Senta Suave”, Buarque com certeza vem cravando seu nome na biografia da música popular.

Nascido e criado na Tijuca, Zona Norte do Rio de Janeiro, o DJ, que recentemente emocionou a web com uma música em homenagem a sua amada, Bia Miranda, estreou na cena em 2019, mas apesar do pouco tempo de estrada, tem se destacado como um grande fenômeno do funk carioca. Apostando numa proposta diferenciada para seus shows, com direito a performance, muita dança e animação, se tornar DJ não era uma opção para o artista, que contou com o incentivo de nomes famosos como MC Maneirinho, Zullu e outro, para descobrir sua verdadeira aptidão para os palcos.

“Seria hipocrisia da minha parte falar que sempre sonhei seguir carreira na música”, começa Buarque, que, na verdade, começou sua trajetória profissional no futebol, esporte em que chegou a ser cotado como promessa de fenômeno chegando a fazer oito gols numa única partida. “Comecei com 13 anos, jogando no Vasco. Passei também pelo Flamengo (meu time de coração), mas acabei voltando para o cruz-maltino. Me profissionalizei e fui jogar no Naútico, em Pernambuco. De lá, fui para Porto Alegre, para jogar no Inter. E nas férias, em 2010, eu rompi o ligamento do joelho esquerdo, o que me fez ficar seis meses parado. Nesse período, comecei a sair para a noite. E quando voltei a treinar, já não sentia mais aquele mesmo prazer, que eu sempre tive antes. Então acabou que em 2012 eu mesmo larguei o esporte e quis me dedicar a trabalhar com eventos”, contou.

Buarque seguiu então como produtor de eventos de pagode e funk, profissão que o permitiu conhecer e fazer amizade com grandes nomes que foram seus maiores incentivadores de sua carreira como DJ. “Lembro que eles favam comigo direto, que achavam que eu tinha que virar DJ. O Maneirinho, Zullu também, entre outros… acabou que virou esse mutirão de alguns artistas e em 2019, eu me lancei oficialmente na cena”, relembrou.

Mas apesar do apoio de grandes estrelas, o artista que já chegou a tocar para astros do futebol, como Neymar e Vinicius Jr., conta que o caminho até o estrelato não foi tão fácil assim.

“Muita gente dizia que eu não tinha o que fazer, que era o ‘playboy, querendo tirar o lugar de gente pobre e favelado’. Que eu queria aparecer, que era de família rica… Entendo o meu lugar de privilégio, e jamais negaria isso. Mas também entendo que a arte é para todos. Cresci admirando artistas como Claudinho e Buchecha e Mr. Catra. O funk deles desceu o asfalto e conquistou todo mundo. E aqui não existe disputa de espaço, estamos todos no mesmo objetivo, que é levar alegria e muita dança para o público”, pontuou.

E continuou: “Quando subi no palco pela primeira vez, descobri que aquela era a minha maior paixão da vida. E nesse momento falei que venceria tudo aquilo e que seria por mim e pela minha família, porque queria que eles se orgulhassem de mim. E hoje eles veem tudo isso”, acrescentou Buarque, que chegou a iniciar o curso de direito e de educação física, mas encontrou no funk o seu destino.

O artista, que soma mais de meio milhão de seguidores no Instagram, e quase 4,5 milhões de ouvintes mensais no Spotify.