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No Hospital Unimed, cerca de 60% dos pacientes que utilizam o capacete Elmo não precisam de intubação

Criado pelo médico pneumologista e professor associado de Pneumologia e Terapia Intensiva da Universidade Federal do Ceará (UFC), Dr. Marcelo Alcântara, o capacete Elmo tem sido um importante aliado no tratamento da Covid-19, diminuindo significativamente a necessidade de intubação dos pacientes internados. No Hospital Unimed, o capacete Elmo vem sendo utilizado desde novembro do ano passado e, desde então, cerca de mil pacientes já fizeram uso do equipamento. Destes, até o dia 30 de abril, 588 apresentaram melhora no quadro respiratório e não precisaram ser intubados, o que representa um índice de quase 60% de eficácia.

Para iniciar a Elmoterapia, o paciente precisa se enquadrar em um diagnóstico de insuficiência respiratória e obedecer aos critérios de indicação. Além disso, é importante observar as limitações e respostas dos pacientes, pois alguns têm dificuldade de se adaptar ao equipamento. “A grande maioria de nossa população de estudo é ansiosa e claustrofóbica. O Elmo, nos primeiros 15 minutos, pode ser angustiante. Porém, passado este momento, a terapia flui de uma forma bem mais aceitável e já é possível observar uma melhora na oxigenação do paciente. Compete a nós também, enquanto profissionais de saúde, encontrar meios de otimizar essa terapia que vem salvando vidas, seja por meio da oferta de um fone de ouvido sem fio para ouvir uma música relaxante, um aperto de mãos ou a simples presença física ao lado do paciente”, relata a coordenadora do serviço de Fisioterapia do Hospital Unimed, Débora Arnaud.

O uso do equipamento é baseado em um protocolo que respeita os critérios de indicação, bem como a clínica do paciente e tem como um dos objetivos reverter a hipoxemia, um dos efeitos da Covid-19. A terapia também reduz o trabalho dos músculos respiratórios evitando que os mesmos fadiguem, contribuindo assim para que não ocorra uma possível intubação. “É necessário fazer um exame chamado gasometria arterial de 30 minutos a 1 hora antes de iniciar o uso do capacete e, após 1 a 2 horas em uso do Elmo, o paciente precisa repetir esta gasometria. Com a análise desse exame é possível avaliar a eficácia da terapia. Todo o processo é conduzido com muita vigilância, monitorização beira leito e acompanhamento de uma equipe de saúde interdisciplinar treinada para o uso do dispositivo”, conclui Débora Arnaud.

O Hospital Unimed foi o primeiro hospital privado do Ceará a utilizar o capacete Elmo para tratamento de pacientes com insuficiência respiratória, como os diagnosticados com Covid-19. Inicialmente, a unidade recebeu 40 capacetes disponibilizados por meio de parceria com a FIEC (Federação das Indústrias do Estado do Ceará). Ao longo dos últimos cinco meses, a Unimed Fortaleza adquiriu 264 equipamentos.

Vantagens do equipamento

O capacete Elmo oferece uma pressão positiva contínua nas vias aéreas oferecendo uma quantidade de oxigênio em níveis elevados que contribuem para a melhora do quadro respiratório dos pacientes. Além do benefício principal no tratamento da Covid-19, existem também vantagens no que diz respeito ao custo e ao manuseio do dispositivo. Podendo ser utilizado fora de leitos de UTI, o capacete pode ser desinfectado e reutilizado, seu custo é bem menor em comparação aos respiradores mecânicos e mais seguro para os profissionais de saúde que o manuseiam, uma vez que, como o capacete é vedado, o vírus não se propaga.

O equipamento, além de ser utilizado no tratamento de pacientes com Covid-19, também pode ser utilizado em outras doenças do trato respiratório como gripe H1N1, pneumonia, edema de pulmão por insuficiência cardíaca e outros quadros clínicos. Além disso, o capacete pode ser usado também pós extubação, por pacientes em cuidados paliativos com o um objetivo de ofertar conforto para eles, pois a intubação não é indicada, em casos de pacientes que se encontram dependentes de oxigênio e precisam intensificar a reabilitação motora e como uma forma também de proporcionar uma independência aos pacientes que ainda se encontram restritos ao leito, na realização de atividades diárias como o banho, por exemplo, ofertando a eles uma autonomia, que traz benefícios físicos e psicológicos.