Saiba quando o transplante de córnea é indicado e quais as correções do procedimento
Responsável por proteger a visão de ameaças externas, a córnea é um tecido translúcido que fica na superfície do olho e funciona como uma lente por onde a luz entra e é focalizada. No último mês, um passo importante no procedimento foi dado, recuperando a visão de um paciente há dez anos sem enxergar.
O caso aconteceu em Israel. Um homem de 78 anos recuperou a visão ao receber um transplante bem-sucedido de córneas artificiais. O paciente faz parte de estudos clínicos realizados pela startup israelense CorNet Vision, que criou um tipo de córnea sintética que se reintegra ao olho humano.
Em linhas gerais, três tipos de situações exigem um transporte de córnea. O médico oftalmologista e membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) Giuliano Veras explica que são nos casos em que “a córnea sofre uma ruptura, apresenta uma mudança em seu formato ou fica turva”. “Aos pacientes com Ceratocone em estágio avançado, por exemplo, é recomendado o transporte de córnea quando já houve uma perda significativa da visão e uma grande deterioração do tecido corneano”, ressalta.
O oftalmologista lista ainda outras doenças que podem ser corrigidas com esse tipo de procedimento. “Podemos citar ainda a distrofias corneanas, infecções graves nas córneas leucomas, ceratoglobo e nos casos em que são identificadas perfurações oculares”, ressalta o médico. “Após o procedimento, que dura, em média, cerca de 60 minutos, o paciente utiliza antibióticos e anti-inflamatórios na forma de colírios. A cicatrização completa leva até 12 meses”, acrescenta Giuliano.
A córnea instalada nos casos dos transplantes é sempre colhida de um doador morto, que deve ter uma idade entre dois e 80 anos. A autorização da família para doação também é essencial. No caso do paciente de Israel, o procedimento similar é recomendado apenas em casos excepcionais, onde não há possibilidade de usar córneas humanas.